Rô! Rô! Rô!

Já é Natal na Leader Magazine! Nem existe mais a Leader Magazine mas o Natal continua apesar da quebradeira das Lojas Americanas. O Natal está aí e o que é pior: eu não tenho dinheiro pra comprar nada no varejo, mesmo se for parcelado em 200 vezes sem juros no cartão.

Para muitos, o Natal é tempo de curtir a família, nos reunimos com os parentes para nos entupir de peru com farofa seguido de discussões acaloradas até tudo virar um conflito generalizado. Para as crianças, a época natalina é mágica e os pequenos aguardam ansiosos a chegada de Papai Noel, obeso velhinho da Lapônia que tem como ocupação dar presente para todos que lhe escreveram ao longo do ano dizendo que se comportaram bem.

O Bom Velhinho nunca ouviu falar da Amazon, da Ali Babá, do Mercado Livre, da Shein e da Shopee e faz tudo sozinho, coitado, auxiliado apenas pelas suas renas e veadinhos. Além de tudo, o geriátrico Noel corre sério risco de vida no seu trabalho. A chegada repentina de um sujeito pela chaminé pode assustar as famílias que, com essa violência que tá rolando, podem achar que Papai Noel é um bandido do Comando Vermelho que está aproveitando o indulto de Natal pra fazer um “ganho”.

Nesse frenesi de consumismo desenfreado ninguém mais se lembra que no dia 25 de dezembro nascia o Nosso Salvador, Jesus Cristo. Jesus foi uma criança problemática: como todo bom judeu, Jesus seguiu a profissão do pai, só saiu de casa depois dos 30 anos e tinha certeza que a mãe era virgem. Eu sei, eu sei que essa é mais velha que o conflito entre os árabes e os israelenses.

O maior sonho de Jesus era se tornar rabino no Templo de Jerusalém, aquele do bispo Edir Macedo, em São Paulo, mas a família o obrigou a estudar medicina. Ainda jovem, o Cristo foi mandado para um kibutz na Galileia colher laranjas e fazer o serviço militar. Precursor da internet, Jesus Cristo, com sua pregação, conquistou vários seguidores, mas, infelizmente, acabou sendo cancelado na cruz.

Jesus não era o Delfim Netto, mas também fez vários milagres na economia como a multiplicação dos peixes no MacFish e a ressureição do Lázaro, um percursor do Viagra. Jesus andou sob o mar sem saber nadar, multiplicou os pães sem glúten e transformou a água em vinho. Essa miraculosa beberagem foi considerada pela crítica especializada uma zurrapa insossa, com retrogosto de chulé e aroma de especiarias vencidas.

Jesus Cristo era o cara e, mesmo morto e crucificado, acabou ressuscitando. Mas quando viu que o Exército israelense estava bombardeando tudo atrás dos terroristas do Hamas, resolveu subir aos céus para se encontrar com Deus, seu verdadeiro Pai e não aquele corno do José, que acreditou que aquele surfista na sua cama com a Maria era um anjo com uma espada.

Agamenon Mendes Pedreira é o Bom Velhaco