Arte/CrusoéUma educação argentina e brasileira, com Fabio Giambiagi
O economista Fabio Giambiagi se sente filho do Brasil e da Argentina. Nasceu e, mais tarde, acabou criando raízes no Brasil. Mas cresceu na Argentina, país de seus pais, e até hoje carrega o sotaque castelhano. Em sua conversa com o Ilha de Cultura, ele decidiu recomendar obras que remetem a essa dupla herança (fazendo ainda um aceno à Itália, de onde veio o seu sobrenome).
Giambiagi é autor de mais de três dezenas de livros em sua área de especialidade, abordando temas como previdência, finanças públicas e história do pensamento econômico. Boa parte dessas obras tem pegada acadêmica, mas ele também publicou para leigos, intervindo de modo incisivo em debates públicos brasileiros. Nesses livros, Giambiagi usa um estilo coloquial, recheado de casos e aforismos, que são uma de suas paixões: em parceria com o também economista Gustavo Franco, ele já editou duas coletâneas de frases, Antologia da Maldade I e II.
São estas as suas recomendações:
100 Anos de Solidão (Editora Record): Não foi com grandes autores argentinos, como Jorge Luis Borges e Júlio Cortázar, mas com o colombiano Gabriel García Marques que Giambiagi descobriu a literatura, na Buenos Aires do começo da década de 1970.
A Família: O belo filme do cineasta italiano Ettore Scola, lançado em 1987, oferece exatamente o que o título sugere: a história de uma família – e uma reflexão sobre a passagem do tempo.
Vientos de Agua (Netflix): Uma minissérie sobre a busca de segurança econômica – de espanhóis que se mudam para a Argentina no começo do século 20 e de argentinos que enfrentam o empobrecimento do país nas últimas décadas.
Getúlio (Companhia das Letras): Um personagem-chave para a compreensão do Brasil é retratado nos três volumes da biografia assinada por Lira Neto.
Pós-Guerra (Editora Objetiva): O livro de Tony Judt mostra como a Europa conseguiu superar os traumas da Segunda Guerra e proporciona uma lição para tempos de polarização.
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