Marconi Perillo: “Eduardo Leite reuniu características para ter uma candidatura presidencial”

Presidente do PSDB, Marconi Perillo, afirma que não terá vida fácil ao tentar reconstruir o partido e que pretende formar novas federações
22.12.23

O ex-governador de Goiás Marconi Perillo assumiu o PSDB no final de novembro com uma missão inglória: tentar passar uma borracha nos últimos erros cometidos pelos tucanos para, no futuro, voltar a polarizar com o PT.

A missão não é das mais simples. Apesar de ter tido um número muito menor de pessoas arroladas pela operação Lava Jato, os tucanos, pelo menos aparentemente, foram os que mais sentiram os impactos das investigações.

O principal exemplo é o deputado federal Aécio Neves, de Minas Gerais. Em 2014, Aécio esteve próximo de ser eleito presidente da República. Anos depois, o político mineiro foi citado pela Lava Jato. Caiu no ostracismo e hoje caminha para uma ressurreição. Agora, à frente do Instituto Teotônio Vilela, Neves voltará a dar as cartas nas principais decisões do partido, ao lado de Perillo.

Em entrevista a Crusoé, Perillo afirma que o partido errou ao não lançar candidato em 2022 e que as decisões tomadas pelo ex-presidente da sigla João Doria – como a realização de prévias para a definição de um candidato à Presidência – partiram a sigla ao meio

Nós nos dividimos ao meio. E o [Eduardo] Leite era o candidato que poderia ter ocupado esse espaço [do antipetismo]. Mas ele não teve a guarida do partido. Foi um equívoco o PSDB não ter candidato pela primeira vez”, disse Perillo.

Não adianta chorar o passado. Isso tudo foi muito ruim para a imagem do partido. Eu não tenho dúvida que é hora de olhar para a frente. Em virtude dos erros, reduzimos bastante as nossas bancadas. Temos que trabalhar duro para atrair parlamentares para a nossa base, para o nosso partido”, diz Perillo.

Para 2024, o partido acredita que pode eleger entre 400 e 600 prefeitos. E já há uma certeza: os tucanos terão candidato em 2026. Um nome que se apresenta é o do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

O Leite tem dois anos a mais para consolidar o governo dele como um governo de entregas, um governo corajoso, governo que enfrentou dificuldades estruturais e, em que pese isso tudo, o Eduardo Leite reuniu algumas características para se ter uma pré-candidatura ou uma candidatura presidencial. É jovem, moderno, faz um governo eficiente, austero. Ele é um governador austero, moderno e é um governador atento às questões do Rio Grande do Sul”, disse Perillo.

O presidente do PSDB afirmou nesta entrevista que a sigla também pagou um preço alto por ter responsabilidade e “posições coerentes”. “O PSDB deve voltar a ser protagonista na política brasileira. Oposição não pode ser oportunista. Ser oposição não significa que temos que ser oposição ao país. Isso não faremos”, declarou.

Para tentar crescer, o partido firmou uma federação com o Cidadania em 2022. Agora, negocia outras federações maiores com siglas como o MDB e Podemos. “No caso do Podemos, as conversas estão avançando bastante. Mas antes de qualquer decisão, vou ouvir todo mundo. Agora, alguns passos terão que ser dados. Passos concretos, no sentido de dar conforto para as nossas bancadas”, acrescenta.

Para Perillo, o Brasil deveria ter, no máximo, seis partidos. “Ter 30 partidos? Isso é uma vergonha. Isso acontece porque a gente tem um sistema político completamente desandado, completamente equivocado. Um sistema político que favorece as contradições, os erros”, destaca. “Os políticos são as principais vidraças das instituições brasileiras. Eles têm que ficar o tempo inteiro tentando provar que não fizeram nada de errado. Não é fácil se estar na vida pública”, destaca o novo presidente do PSDB.

Assista à entrevista completa:

 

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. As vaidades partidárias podem dividir os votos de centro direita, levar a peleja para segundo turno e a esquerda tem lábia e promessas mentirosas para ficar no poder de novo. Menos, menos, PSDB…

  2. O psdb vê o governador do RS, como grande administrador. Vendeu estatais, torrando em obras. Não paga a divida do estado faz seis ou sete anos, ficara para 2030, uma divida quase impossível de pagar. Agora queria aumentar o icms de novo no estado, não conseguiu mesmo tendo a maioria na assembleia. Belo administrador.

Mais notícias
Assine agora
TOPO