A ex-presidente Dilma RousseffDilma: a culpa não foi só dela - Foto: Ricardo Stuckert / PR

A economista do ano é a cara do Brasil

Parece piada, mas é nossa realidade: levar um país à recessão econômica é motivo para premiação de Dilma Rousseff como economista do ano em 2023
22.12.23

O ano que está acabando teve muitas ironias. Uma das maiores foi a escolha de Dilma Rousseff como “Mulher Economista 2023 pelo sistema Cofecon/Corecons, formado pelo Conselho Nacional de Economia e pelos Conselhos Regionais de Economia. A premiação se deu “por sua significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país ao longo de sua carreira”. Parece piada, mas é nossa realidade: levar um país à recessão econômica é motivo para premiação.

As políticas econômicas desastrosas que foram adotadas na era Dilma são inúmeras. A péssima estratégia petista em promover gastos desenfreados e endividar o país para alavancar programas sociais e concretizar promessas de campanha, numa busca insana por aprovação popular, evidencia o perigo da irresponsabilidade fiscal. A expansão dos gastos públicos, na maioria das vezes desvinculada de uma realidade econômica sustentável, resultou em déficits orçamentários estratosféricos. O descaso com as contas públicas lançou o país em um abismo financeiro, fechando vários anos seguidos com as contas no vermelho.

A era Dilma presenteou o Brasil com uma queda de 8,1% no Produto Interno Bruto (PIB), segundo o IBGE. Quando há uma queda expressiva do índice, isso sinaliza uma redução generalizada na produção e no consumo, afetando diversos setores da economia e resultando em aumento do desemprego, redução de renda da população e diminuição nos investimentos. Segundo um estudo do professor Reinaldo Gonçalves, do Instituto de Economia da UFRJ, Dilma teve o 3º pior PIB em 127 anos.

Outra péssima jogada do governo Dilma foi a interferência no Banco Central e a redução da taxa de juros de forma arbitrária. Um Banco Central independente é fundamental para a sua própria eficácia e para a estabilidade econômica de um país. O órgão precisa ter liberdade para adotar decisões fundamentadas em análises e estudos técnicos, longe de interferência política. A redução abrupta das taxas de juros no governo Dilma gerou distorções e inflou artificialmente o consumo. A consequência foi a aceleração da inflação, que fechou em 10,67% no ano de 2015, superando o teto da meta inflacionária estabelecida pelo próprio governo, que era de 6,5%.

Para piorar essa premiação infundada (para usar um eufemismo), é claro que precisamos lembrar do processo de impeachment sofrido por Dilma e do escândalo do petrolão. O impeachment (e não golpe), em 2016, marcou o desfecho inevitável de um governo marcado por práticas fiscais questionáveis e uma gestão desastrosa. As “pedaladas fiscais” e os decretos orçamentários sem a devida aprovação do Congresso revelaram uma manipulação sistemática das contas públicas em busca de uma ilusória estabilidade fiscal. Corroborando a administração fracassada de Rousseff, a eclosão do petrolão — esquema bilionário de corrupção na Petrobras — deveria ser o primeiro critério a ser considerado para não premiar alguém.

O Brasil tem mulheres economistas notáveis, reconhecidas aqui e fora do país. Muitas com total competência para receber a premiação de Mulher Economista 2023. A escolha de Dilma Rousseff foi infeliz e manifestamente parcial, além de irônica. Mas não posso negar que é a cara do Brasil atual.

 

Letícia Barros é advogada, empreendedora e Vice-presidente do LOLA Brasil 

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  1. Elena Landau é quem merecia este prêmio de economista do ano. Afinal, uma grande economista que teve um papel importante na implementação de reformas estruturais que salvou o Brasil de um colapso na década de 90. O PT ao eleger a culpada pela maior recessão de nossa história é o mesmo que coerentemente foi contra o Plano Real e as reformas promovidas através da atuação desta grande Elena Landau.

  2. Até o prêmio esse partido rouba de quem de fato merecia. Eles conseguem corromper tudo mesmo. E os economistas de verdade, estão aonde?

  3. Li o comentário anterior do Sr. Aldo Ferreira de Moraes Araújo, onde ele comenta que esta premiação da Dilma é digna de programa humorístico e aplaudo tal afirmação. Estamos mesmo precisando de humoristas e programa humorísticos, fica aí lançada a ideia para as TV's...

  4. Lula tem o poder, atualmente, dizer q merda é um doce delicioso e todos seus seguidores, bajuladores, e aliados parasitas do Tesouro Nacional dirão q sim, q o demiurgo é um estadista tão competente e estabelece a verdade. Na Coréia do Norte, se ousarem informar o contrário serão mortos pelo ditador Kim Jong-un, aqui no Brasil, perderão a "boquinha". Lula tem ódio da verdade, da democracia, dos juízes da Lava Jato e do impeachment de Dilma, assim a fez presidente dos Brics e a Economista do Ano!

  5. Realmente os conselhos de economia premiarem DILMA ROUSSEF como a economista do ano é, sem dúvida alguma uma brincadeira de péssimo para com a inteligência do povo brasileiro. Onde fica o trabalho competente de uma ZEINA LATIF, HELENA LANDAU, Entre outras que sobressaem na ACADEMIA ou empresas de consultoria! Vamos acordar!

  6. Um deboche, um escracho com os que realmente estudam e se arriscam no campo da economia. O grande Roberto Campos deve estar se contorcendo no túmulo. Assustador o silêncio de Gustavo Franco, Pérsio Arida e outros tantos com tamanho absurdo.

  7. A história do Brasil é reescrita semana sim, semana não. Este é apenas mais um capítulo rasurado.

  8. Acho que depois dessa, qualquer economista sério que tenha recebido esse premio no passado poderia: (1) limpar a bunda, (2) enrolar e fumar, (3) queimar na fogueira ou (4) simplesmente jogar fora. Essa ANTA foi a presidente mais rale e incompetentemente da história do bananao.

  9. Por isso premiação de "Conselhos de classe" no Brasil não servem nem para limpar as nádegas das freadas ao usar a privada.

  10. Não sou economista mais se fosse levantava um movimento para ter explicações e critérios que levaram a esses "Conselhos" o porque da escolha, já que representam uma classe. Eu me sentiria envergonhado em ser representado por um "Conselho" puxador de saco, sendo utilizado politicamente. Engraçado, lembrei de um sujeito tosco, grosso, mas saiu com uma frase que é muito própria pros dias de hoje, "VOCÊS TERÃO SAUDADES, POIS O QUE VIRÁ SERÁ MUITO PIOR". Seu nome, JOÃO BATISTA FIGUEREDO.

  11. Essa recente premiação é semelhante à Medalha Tiradentes e Ordem do Ipiranga, dadas na maioria das vezes a pessoas sem competência técnica e/ou desprovidas de qualidade moral.

  12. Não dá para comentar. Premiar a Dilma como Economista do Ano, dar cargo no Banco Mundial, dar um salário de R$290.000 só pode ter muita dívida com essa mulher. Aliás, deve ter muita coisa que ela esconde e precisa de agrados para manter-se calada.

  13. Quem escolhe um desclassificado para receber um prêmio merece ser escolhido por si mesmo para receber um prêmio.

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