Arte: Crusoé

Como passear pelas ideias, com João Pereira Coutinho

26.01.24

João Pereira Coutinho quebrou as regras deste programa e, em vez de amarrar  suas recomendações num tema, falou simplesmente do que havia acabado de ver ou ler. Nem pensei em reclamar. Quem acompanha os seus artigos na Folha de S. Paulo sabe que ele é o tipo de escritor para quem a palavra “ensaísta” deveria ser reservada: alguém que sabe passear entre ideias. A graça está no passeio, não necessariamente no ponto de chegada, e o mesmo vale para a  conversa deste Ilha de Cultura

Nascido no Porto, em Portugal, e morador de Lisboa, Coutinho tem um lado scholar. A palavra vai em inglês porque sua formação de cientista político passou pela universidade Oxford, na Inglaterra, e porque ele está ligado ao conservadorismo inglês de Edmund Burke e Michael Oakeshott (nada a ver com a variedade jeca difundida por aqui). Seu livro mais conhecido no Brasil é As Ideias Conservadoras, obra de apresentação dessa escola filosófica escrita com precisão acadêmica, mas sem a linguagem da academia.

São estas suas recomendações:

Saltburn (Amazon Prime): Uma reinterpretação do clássico Memórias de Brideshead, de Evelyn Waugh, e um estudo sobre o ressentimento.

Armageddon (Netflix): O show do comediante Ricky Gervais explica por que uma piada é uma piada é uma piada.

Brancura (Editora Fósforo): O Prêmio Nobel de Literatura acertou em sua escolha mais recente: o norueguês Jon Fosse é mesmo extraordinário.

Democracy Erodes From the Top (Princeton University Press): O cientista político americano Larry Bartels contesta a ideia de que massas reacionárias rejeitam a democracia. Segundo ele, os processos de degradação política partem sempre da elite.

A conversa tem um bônus: Coutinho explica por que seu colega Miguel Esteves Cardoso e o grande Eça de Queirós são indispensáveis para quem pretende entender o Portugal contemporâneo.

 

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