MarioSabino

Os Sentinelas da impunidade

30.11.18

Você deve ter lido a respeito. Em meados de novembro, o americano John Chau, de 26 anos, foi morto pelos Sentinelas – um povo de, no máximo, 150 indivíduos que habitam uma ilhota no arquipélago de Andamão e Nicobar, no oceano Índico. Eu nunca tinha ouvido falar nos Sentinelas, mas, ao pesquisar na internet, constatei que volta e meia são assunto de sites e revistas de curiosidades. Os Sentinelas são bem mais do que uma curiosidade. Na verdade, são uma preciosidade. Trata-se de uma tribo que vive completamente isolada da civilização nesse minúsculo território que, apesar de pertencer oficialmente à Índia, é como se não fizesse parte do país. Os Sentinelas nunca se sujeitaram a conquistadores ou missionários (caso de John Chau). Também se recusam a fazer trocas comerciais com pescadores de ilhas próximas. Simplesmente matam quem ousa invadir a sua praia. Estacionaram no que se convencionava chamar de Pré-História (aprendi que a História começava com a invenção da escrita, mas parece que não é mais assim). Há cerca de 50 mil anos os Sentinelas caçam e coletam para sobreviver na floresta que cobre a maior parte da sua ilhota. Não têm noção do que seja agricultura. E alguns estudiosos acreditam que eles ainda não descobriram sequer o fogo.

John Chau foi morto a flechadas, depois de ter sido levado à ilhota dos Sentinelas por pescadores que burlaram a regra que proíbe transportar gente até lá. Nesta semana, intensificou-se o debate sobre o resgate do corpo do missionário americano. Antropólogos afirmam que a tentativa seria extremamente perigosa tanto para os indianos eventualmente encarregados da tarefa como para os Sentinelas, que podem ser dizimados por doenças contra as quais não possuem anticorpos. Teme-se até que o coitado do John Chau, enterrado pelos algozes, tenha transmitido um vírus fatal aos Sentinelas. Se isso ocorreu, o americano que queria levar Jesus ao coração dos nativos os levará à morte ao lhes infectar os pulmões.

Isso ocorreu entre índios no Brasil e alhures. A gripe foi uma das doenças que devastaram tribos inteiras. Alguém dirá que a história dos Sentinelas não é original. Ainda há índios brasileiros que recusam qualquer comunicação com antropólogos ou missionários. É verdade. Mas, sem desvalorizar o produto nacional, nenhum descende diretamente dos primeiros seres humanos que deixaram a África para espalhar-se pelo planeta. Os Sentinelas, sim. E, por mais que esses índios vivam afastados, sabe-se que eles guardam ligações culturais com outros assimilados ou contatados. Os Sentinelas, não. O que existem são suposições. Ninguém sabe exatamente como é a sua língua, por exemplo. E, ao que parece, a sua genética é diferente da dos povos das ilhas vizinhas.

Os Sentinelas são uma janela fechada para o passado da espécie humana. Se fosse possível entreabri-la à socapa e fazer um Big Brother, verificaríamos se as teses sobre os hábitos e a organização social dos nossos ancestrais batem com a realidade. Decifraríamos a sua língua e descobriríamos a gênese dos nossos sentimentos e códigos morais. Os Sentinelas, no entanto, fazem jus ao nome que lhes demos e guardam belicosamente as nossas próprias origens.

O fato de habitarem uma ilhota perdida no oceano Índico confere aos Sentinelas um caráter especial. Ilhas sempre foram ótimos cenários de livros e filmes e continuam a ser metáforas eficientes, como se pode constatar pelo nome e slogan desta Crusoé. São um símbolo milenar. No magnífico Dictionnaire des Symboles, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, somos informados de que “a busca da ilha deserta, ou da ilha desconhecida, ou da ilha rica em surpresas, é um dos temas fundamentais da literatura, dos sonhos, dos desejos”. E os autores se perguntam: “A conquista dos planetas não evidencia também a busca da ilha?” O poeta inglês John Donne transpôs séculos e continentes com um verso que contrasta com essa procura e virou máxima de folhinhas: “Nenhum homem é uma ilha isolada”. Donne foi desmentido pelos Sentinelas, de certa forma.

Na trilha mais rasteira da simbologia, não existe sinal de fortuna mais eloquente do que dispor de uma ilha paradisíaca exclusiva, como prova o bilionário Richard Branson, fundador da Virgin. Ele é dono de uma no Caribe e, de vez em quando, a aluga para temporadas de outros abastados. Lembro que, muitos anos atrás, Roberto Civita alugou a ilha de Branson, para levar a família de férias. Numa conferência telefônica comigo feita de lá, para resolver uma pauta da Veja, ele me disse simpaticamente que estava passando férias num lugar maravilhoso que eu jamais teria oportunidade de conhecer. Ri. Acho divertido quando alguém tenta me humilhar — ou impressionar — exibindo riqueza.

Só não acho divertido quando o dinheiro é meu. É recorrente comparar Brasília a uma ilha da fantasia cercada de dinheiro público de todos os lados. Na ilha da fantasia brasiliense, há Sentinelas da impunidade. Calculo que, assim como na  tribo do oceano Índico, sejam apenas 150 indivíduos, espalhados nos Três Poderes, embora milhares se locupletem graças a eles. Neste momento, atiram flechas em quem tenta entrar na ilha da fantasia que emergiu de um fundo de lama.

Os Sentinelas da impunidade são uma janela aberta para um passado nacional que se recusa a passar. Um passado movido a cobiça, compadrio e corrupção. Ao contrário do que ocorre com os Sentinelas que mataram John Chau, eles não podem ser preservados de jeito nenhum. Temos que invadir a sua ilha da fantasia, desarmá-los e infectá-los com vírus previstos no código penal, sem anticorpos da jurisprudência de ocasião. É preciso extingui-los para que tenhamos um presente e um futuro civilizados.

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  1. Parabéns, Mário Sabino! Ótimas informações sobre os Sentinelas!! Comparação interessante com a ilha da fantasia brasileira!!!

  2. Boa Sabino! Pena que muitos ainda não entenderam que o extermínio, dentro da lei, obviamente, dos "sentinelas" de Brasília é essencial para o nosso futuro. Espero que Moro e companhia iniciem e completem um processo de desinfecção total da política nacional. Ou a contaminação será maior do que já foi, pois se sabe que quando o vírus resiste ao remédio ele se torna mais forte.

  3. Perfeita a comparação é o texto Estes nossos Sentinelas do Judiciário tem que ser extintos! Principalmente estes onze que lá estão!

  4. Esse texto me fez lembrar uma frase de uma musica italiana que diz: “ chi per poterti fregare, ha imparato a studiare “ adorei!

  5. Bela resenha. A comparação é incrivelmente ilustrativa. Espero que um dia vc possa dar publicidade ao nome desses canalhas. Tenho certeza que pelo menos uma parte deles veio da luta armada, que infelizmente foram "poupados" pelos vencedores. Outra parte veio a reboque da "democracia" que tanto sonhávamos, e que continuamos sonhando. E depois chegaram os canalhas que se aproveitaram da nossa ingenuidade política e transformaram o país em um bordel para usufruto deles. Parabéns pelo texto.

  6. Mário, este seu texto equivale a uma opera ! das boas, daquelas que ficam na eternidade ! Vai num crescendo até o apice glorioso !

  7. Seguindo a idéia dos Sentinelas, sugiro a pena de morte aos moradores dessa ilha brasiliense, para que eles não transmitam seu vírus corruptivo aos seus visitantes.

  8. Boa Mário. Vai ser difícil mas, sejamos otimistas pois se o PT continuasse no poder sequer poderíamos pensar em mudanças ao contrário estaríamos aqui amargurados e sem nenhuma perspectiva.

  9. Boa metáfora do Mario Sabino. A diferença, no entanto, é a questão do DANO CAUSADO: enquanto os "Sentinelas" não causam qualquer dano (desde que sua ilhóta no Oceano Índico não seja invadida), os parasitários "Chupinhas" (que aqui sugam recursos públicos vorazmente) são origem inconteste da decrepitude indecente que afeta a maioria da população. A frase de conclusão do artigo com relação a essa praga brasileira é lapidar: "É PRECISO EXTINGUI-LOS PARA TENHAMOS UM PRESENTE E UM FUTURO CIVILIZADOS

  10. Excelente, a sua analogia. O combate contra esta ilha da fantasia, da impunidade, do nepotismo e da corrupção, e uma tarefa árdua.Mas já obtemos alguns avanços. Mas ainda temos muito a fazer, em uma guerra contra indivíduos perigosos, dissimulados e sorrateiros.

  11. tb não sabia nada sobre os Sentinelas lá pelos lados do oceano Indico. Mas, os sentinelas da impunidade do Brasil já bem conhecidos por toda a população

  12. Nossa, há tempos que não me deleito com uma autêntica "CRÔNICA DE JORNAL" na acepção da palavra. Um texto perfeito, Mário, parabéns!

  13. Muito bem Mario Sabino! temos que acabar com esse movimento nefasto de cobiça, compadrio e corrupção, para renovar pelo menos a nossa esperança! Inocular sem perdão e em grande dose os vírus previstos no código penal, sem anticorpos de jurisprudência de ocasião, para Grandeza de Nossa Pátria Mãe Gentil!

  14. Mais uma vez o parabenizo, Mario Sabino. Seus textos, esse, inclusive, tem interessantes informações culturais, humor e analogias muito peculiares ao seu estilo. Brasília é exatamente isso.

  15. Muito bom artigo! PARABÉNS! Precisamos é de sentinelas da paz, do amor, da fraternidade e da concórdia: todos concordando com todos na integridade de caráter, sem ganância e ambição e deixando a vaidade e arrogância sepultadas na cova mais profunda do Cemitério da Corrupção!

  16. Fantástico o texto!!! Os três últimos parágrafos deram todo o sentido para a curiosidade sobre os Sentinelas! Extermínio aos da impunidade!

  17. Final de tarde de domingo e ouvi os comentários de Daniel Lopez no Youtube sobre esse texto do Sabino. Curiosa, vim ler. Magistral. Valeu. Junte-se J.R. Guzzo, que cita Bolsonaro: "O importante não é o que vamos fazer, mas o que vamos desfazer". Brasília treme.

  18. Apoiado. Certamente Brasília é uma ilha da fantasia que precisa cair na real, para o bem de todos os CIDADÃOS que ao final são o público PAGANTE.

  19. Sabino. Se a vida é formada de relações, a gente percebe pela experiência e tempo que ser radical pode ser ruim para todos. Só se instala outro elemento autoritário no lugar ocupado. Deixa conviver o joio e o trigo. Creio que temos que trabalhar os princípios e assim fortalecer o bem, para o que é mau seja irrelevante. Se isso for possível.

  20. Só não gostei do modo civilizado. Como eles com suas atitudes, matam milhões nas filas do sus, nas balas perdidas, de fome, de frio, teriam que ser mortos também , talvez com flecha, ou bala de fuzil.

  21. Mario, muito bom artigo, que revela a origem do nome da revista Crusoe’ que e’ uma ilha de inteligência na nosso Congo cotidiano. Em que pese a quantidade de jornalistas que ja’ estao perdendo os empregos na velha mídia, vai ser interessante ver a conta chegar para todos os grupos de “donos” da imprensa tradicional no ano que vem com o novo governo. Acho que não voltarao a telefonar de “uma ilha maravilhosa” pra você nunca mais, acabou. O RBS ja’ está nas páginas criminais. Outros virão.

  22. Ou podemos enviá-los para Andamão para receberem as flechas dos Sentinelas. Melhor não. Talvez reativar o presídio da Ilha Grande?

  23. Seu texto é um encontro amoroso entre o jornalismo e a literatura. Talvez adúltero, porque alguém pode estar se sentindo traído nessa relação. Mas de qualquer maneira tem a total cumplicidade do leitor

  24. Caro Sabino, a qualidade dos teus textos só surpreende a quem não conhece tua obra literária. Mas a coluna dessa semana vale por um curso completo de graduação e pós-graduação em letras, jornalismo e cultura: partindo de um "fait divers" distante geográfica e antropologicamente, você atinge o sublime nos dois últimos parágrafos, ao descrever o modus operandi dos Sentinelas do Planalto Central.... Quiçá se limitem mesmo a uma centena e meia... mas tenho dúvidas: só no STF e STJ já temos uns 30..

  25. Como se infecta e extingue uma tribo da impunidade se o STF é a melhor e mais eficiente vacina como virus do código penal. Acho melhor usarmos a idiota máxima de "matar o doente para curar a doença"... Para começar, deveríamos destruir essa maldita vacina negra...

  26. Aprecio esse tipo de narrativa, em que o começo é um tanto modorrento, mas vai crescendo para um final magnífico. Parabéns!

  27. O artigo é genial; infelizmente nossas sentinelas são muito mais parrudas que os indianos: precisamos de mais infectologistas para dízima lós

  28. DA UMA CURIOSIDADE DANADA DE CONHECER ESSES SENTINELAS! POXA, ELES PODIAM DAR UMA PALHINHA, PRA CONHECERMOS O SER HUMANO NO SEU ESTADO ORIGINAL! QUEM SABE, NO FUTURO, A TECNOLOGIA NOS DEIXA INVISIVEL PRA OBSERVA-LOS! KKK

  29. Affffff...gostei muito do seu texto...da sua comparação , e como vc , antes , eu tbem nunca tinha ouvido falar dos Sentinelas . E esta comparação foi perfeita !!! Parabéns !!! Vamos invadir a praia .. e dizima-los !!! Adeus Brasilia da velha política..e corruptores , para até Nunca Mais !!!

  30. Infelizmente o governo do atual presidente eleito já mostra sinais de envenamento . Queiramos nós, pobres mortais , que assim não seja !

  31. Boa! Ofereçam assinatura ao Presidente Bolsonaro e seu staf Ministerial, pois assim terão oportunidades de uma boa avaliação critica para tomada de posições em conformidade como expresso e com nossos sonhos. “ Que tudo lhes vá bem “

  32. Armando Muito bom o artigo. Bastante temporal, pertinente e ainda mais e acima de tudo adequado. Acho que o número “símbolo” 150 poderia ser o ponto de partida da faxina que precisamos, extirpando esses primeiros “Sentinelas” dessa “ilha da fantasia” onde vivem e/ou a visitam por 3 dias a cada semana.

  33. Muito bom o artigo em comento. Analogia bastante temporal e adequada. Temos que estar “DE SENTINELA”, contra estes antigos, ousados, unidos, destemidos e determinados “Sentinelas” de Brasília. Se extirparmos esse número “símbolo” de 150 Sentinelas, já teríamos um resultado bastante significativo no rumo do que precisamos.

  34. A bactéria ou vírus tem que ser importada. A Orcrim é tão forte, que nem ébola eles pegam. Acho que só invadir a ilha não vai adiantar. Eles resistem a qualquer vacina. É Moro no cérebro! Bolsonaro na veia!

    1. Parabéns Mario Sabino, excelente artigo, rico em literatura e conteúdo, para o Brasil ser um país forte a primeira parte já foi feita com a eleição de Bolsonaro, a segunda medida será a limpeza no judiciário.

  35. EX-CE-LEN-TE!!!... Na verdade, não encontro adjetivo que qualifique esse artigo com os encômios que ele merece, inclusive do ponto de vista literário. (O que aliás não é novidade em se tratando de quem o escreveu.) Parabéns, Mário, mais uma vez!

  36. Excelente artigo Mario,parabéns Lamentável o procedimento do Roberto Civita. O mundo dá tantas voltas ! Hoje o grande imperio dele e de dar dó.

  37. “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” - Náo é pra vc Marina.

  38. multiplicado na venda por 100.000%, o que tem em comum essas belezuras Paulistas/Cariocas, alem de um tal de Sérgio Cabral no meio? SENTINELAS, armados com flechas? Porra nenhuma, com automáticas , da.... PM, ou similares. Os descendentes dos centenários caicaras náo podem , nem ir, e se náo váo , ná podem vir pela terra encantada. Eu náo sou nem quero ser John Chau. Metátafora do comentário... continua.

  39. Muito bom e metafórico artigo. Faz uma coisa, sugiro que se dé uma olhada em alguns condominios em Paraty, tipo Laranjeiras, onde habitam semi-deuses do empresariado abastecidos com nosso dinheiro via BNDES e outras falcatruas mais, tem de Beto Sicupira a herdeiros dos Roberto Marinho, de Antonio Ermirio de Moraes, uma fauna unica de empree.... Predadores. Váo até a praia particular de Xandi Negráo, aquele que pegou grana com o Serra para o laboratório Meddley, dinheiro do Bndes, multiplicado n

  40. Mario Sabino, comecei a assinar a Crusoé porque é a única que me proporciona o prazer da leitura. Seus textos são ótimos para se deliciar. Parabéns pelo raciocínio rápido e as comparações q faz de uma ilha remota à nossa realidade no Brasil.

  41. Não há quem não possa entender a brilhante analogia. Mas depois de ler essa verdade os noticiários, em geral, espalham as mentiras mais deslavadas a respeito de tudo o que se passa no Brasil. Não parem nunca de expor a realidade. Vocês são únicos.

  42. Putz!!! Eu quereria escrever assim. Brilhante, Mário!!! O Diogo é conciso é preciso. O Mário envolve para atingir o alvo.

  43. De longe uma das melhores analogias que já li. Brasília é isso, é a personificação do escárnio! Já passou da hora de acabar com a idade das trevas da política brasileira!

  44. Sabemos que em Brasília existe uma ilha, onde onze chefetes do Sindicato dos Traidores e Farsantes detêm o controle dos demais sindicatos subsidiários. Cada vez que a cúpula dessa "organização suprema" se reúne, esparge muita lama contra toda a massa submissa a esse grupelho, cujo atual presidente foi anteriormente comparsa de um sindicato afim - denominado Parceiros dos Trapaceiros - cujos membros, sempre que são presos por entidades antagônicas, retornam céleres à liberdade. Ahh, súcia...

    1. Muito bem escrito também, Marcelo! As siglas estão impagáveis 😂

  45. Não me atrevo a fazer julgamento sobre o texto, pois não tenho competência para isso. Apenas agradeço pelo prazer que me deu sua leitura. Atrevo-me a dar-lhe meus parabéns!

  46. Mário Sabino, já disse anteriormente, por influência paterna, sou antagonista. Os melhores artigos e livros de meus últimos tempos são do Prof. Roberto da Mata. Um autêntico antropólogo. Você também é excelente. Parabéns.

  47. Parabéns pelo texto brilhante! Os sentinelas da impunidade precisam ser infectados com os vírus da ética e da moralidade, mais alguns de vergonha na cara, principalmente alguns sentinelas que habitam o STF.

  48. Brilhante texto Mario! A metáfora caiu na medida para nosso país. São anos e anos de abuso de autoridade, desfaçatez. Oxalá o presidente eleito consiga acabar com esse compadrio.

  49. Brilhante. Concordo plenamente com a conclusão. Vamos preservar os Sentinelas da ilha do oceano indico e prender com longas penas os sentinelas da corrupção, para que, na cadeia, sejam uma memoria do destino dos corruptos.

  50. Parabens,Mario.Vou ter de imprimir e guardar junto com minha coleção de livros de história do mundo,assunto pelo qual sou fascinada .Adoro viajar,mas não como turista,viajo por lugares aonde viveram meus heróis,desde a Mongólia ,Indochina,Japão,China,Índia,países balticos e NUNCA li nem ouvi falar nestes fantásticos Sentinelas.Como morava na Alemanha tive muita oportunidade de viajar ,mas mesmo agora,no Brasil,com setenta e um anos meu marido e eu não paramos.Ficamos realmente encantados !!!!

  51. Parabéns, Mário, pela comparação perfeita dos Sentinelas do Oceano Índico com os Sentinelas de Brasília! Penso, no entanto, que estes últimos são muito mais perigosos para uma nação com tantos habitantes como a nossa.

  52. Permita-me afirmar que Mario Sabino, Mainardi, Cláudio Dantas, enfim, Crusoé e Antagonista por inteiros e como convidados merecedores, Merval Pereira e Fernando Gabeira, em momento oportuno, não já, merecem férias na ilha de Bronson, sob o aplauso e, se possível, patrocínio de milhões de brasileiros que estão saindo do desalento,depressão, angústia e males correlatos, graças a atuação jornalística dos supracitados. Agradecimentos comovidos.

  53. A ilha da fantasia foi invadida, porém matar esses que insistem em fingir que vão sobreviver nesse sistema corrupto é uma questão de tempo, vão resistir afinal estão lutando por suas regalias, qdo o STF sucumbir não vão encontrar abrigo e vão ter um encontro com a realidade das prisões que deixaram sem amparo e super lotadas e pra lá deveriam ir

  54. Nuh! Baita analogia com um fato recente. Enfim um texto do Mario Sabino que consegui entender sem precisar ler várias vezes ou procurar muitas palavras no dicionário! :)

  55. Ótimo texto Mario! Não sabia da existência dos Sentinelas e muito menos da ilha no Oceano Indico. Ler você nas sextas-feiras é cultura.

  56. Mario, basta deixar essa turma do Bolsonaro por 2, 3 , 4 mandatos que os sentinelas da impunidade serão extintos! Só assim, também.

  57. Até que está bom. Mas a passagem da Pré-História para a história da república brasiliense merecia outro parágrafo de transição, e o fecho poderia citar a recente eleição, quanto à extirpação de muitos desses sentinelas, para evidenciar a mudança, talvez profunda e definidora, que se apresenta extraordinária como oportunidade civilizatória.

  58. A indiana será uma referência de comparação entre um mundo cristão/mulsumano/indu/budista/taoista/ateu/agnóstico, filosófico, comuna-socio-capital-facista, e outras formas de relação social, para em certo tempo, verificarmos qual daria mais certo. Já nossa ilha de impunidade, a partir de janeiro de 2019, mais cedo ou mais tarde, vão todos parar no chilindró.

  59. Meu caro Mario Sabino, escrever é uma arte. E saber escrever é dominar essa arte, e como tal, você é um artista. Que belo texto. Que tremenda analogia. Discorrer sobre o seu texto, iria maculá -lo. Deixemos as obras de arte da forma como foram criadas. Parabéns.

  60. Tem mais um autor austríaco nascido em Viena 1924: JOHANNES MARIO SIMMEL escreveu: NIEMAND IST EINE INSEL. Traduzido: (literal) NINGUÉM É UMA ILHA. Parecido com o texto do poeta Donne.

  61. Excelente síntese. O segredo para a retomada da ilha do bananal é conquistar o conselho dos 11 morubixabas. Podemos torcer para que a pneumonia das alagoas retorne na versão 2.0.

  62. Os "Sentinelas" mais perigosos estão no STF. São imunes e autosuficientes, não dependem de ninguém e "interpretam" as leis como bem entendem. Nada, ou ninguém, os tira de lá. Só saem com 75 anos de idade, uma festa quase eterna onde pisoteiam o país e riem da nossa cara. Esses "Sentinelas" são muito mais perigosos. Com uma só "flechada" atingem milhões...

    1. Uma flechada dos Sentinelas do congresso atinge o país inteiro. Adorei o comentário acima

  63. Vamos começar por proibir reeleição, para todos os poderes e aposentadoria para políticos aos 70 anos, como no judiciário. Tenho antipatia por FHC só por ter impedido que isso acontecesse. Nos países europeus dificilmente se vê família de políticos:pai, filho, sobrinho ou neto concorrendo. Nos EEUU ainda tem uns poucos. Aqui parece patrimônio. Quem sabe se o voto fosse aberto poderia reclamar por propaganda enganosa. Todo poder emana do povo e por ele será exercido. Inocente!!?

  64. Muito bom Mario. Esses “sentinelas da corrupção”, tão qual os do Oceano Índico, também são desprovidos de anticorpos, no caso deles contra os ‘vírus’ da lei e da justiça, já que sempre viveram na impunidade. Que sejam exterminados!

  65. Aí eu conheceria o mais do prazer, isto seria o além do orgasmo perfeito... Venha sem lenço, ah, pode vir sem documento...

  66. Com ressalvas a outros escritos do Mario Sabino, especificamente a este que acabo de ler está muito bom. Concordo. Brasília foi criada pra ser uma ilha a alguns.

  67. Que texto BRILHANTE. Inteligentíssimo. Tomara que seja um “adubo” para Sérgio Moro e sua equipe no ENORME desafio que será enfrentar os Sentinelas da ilha da corrupção.

    1. Cabeças que coordenam, que dão os rumos não passa disso. Já os beneficiários, como ele disse são milhares

  68. Belo texto, Mário. Se nós (do andar de baixo) quisermos sobreviver, a ilha dos sentinelas de Brasília com todos seus privilégios e “você sabe com quem está falando” tem de desaparecer para sempre.

  69. ... "eles não podem (e não devem!!) ser preservados de jeito nenhum. Temos que invadir a sua ilha da fantasia, desarmá-los e infectá-los com vírus previstos no código penal, sem anticorpos da jurisprudência de ocasião. É preciso extingui-los para que tenhamos um presente e futuro civilizados." ... Vocês, e nós também, temos sido Sentinelas com nossos dedos em teclados e ... ... ... Não somos sanguinários. Queremos civilização. ... ... Brilhante, Mario Sabino !!!

  70. Mário como sempre excelente artigo, presta atenção, os Sentinelas de Brasília também matam. Matam e mandam matar que aparece pelo caminho para mudar o status-quo. Temo que mais mortes virão, se faz urgente o povo na rua.

  71. Os novos deputados e senadores, e, até mesmo os antigos que ainda sonhem continuar na podítica, são os agentes que devem impedir as manobras dos "sentinelas". A mobilização popular e o apego abusoluto a aplicação da lei vão garantir que sejam eliminados do poder público sem possibilidade de volta. Um novo Brasil há de nascer!

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