Ministério das Comunicações do HaitiMichel Patrick Boisvert, o segundo da direita para a esquerda, e o gabinete de transição

Mais um “novo presidente do Haiti” toma posse

26.04.24 11:36

O Haiti deu posse, nesta quinta-feira, 25, ao mais novo presidente do país. Michel Patrick Boisvert, o ex-ministro das Finanças do governo anterior, assumiu como o terceiro presidente sem mandato no país, hoje assolado por crises sociais, políticas e de segurança, simultaneamente.

A diferença, desta vez, é Boisvert assume o cargo junto com outros oito nomes em um “Conselho Presidencial de Transição”, que finalmente tentará por ordem no país. A proposta foi desenhada pela Caricom, a comunidade de países caribenhos, no mês passado.

São nove nomes que integram o gabinete — sete com direito a voto, representando partidos políticos no país e o setor privado. Dois nomes, representando o setor religioso e o partido REN, estarão como observadores sem direito a voto.

Quem não ganhou nenhuma cadeira no conselho foi a figura mais importante do país no momento: Jimmy Chérizier, o miliciano conhecido como Barbecue que domina quase 80% da capital do país, Porto-Príncipe. Seu grupo, uma união de gangues, tomou o poder do estado em quase toda a capital e cobrou a renúncia do ex-presidente Ariel Henry, sob a ameaça de escalar os conflitos nas ruas da cidade em uma guerra civil. Henry, preso para fora do país, capitulou e renunciou sem muitos questionamentos.

Desde sua saída do cargo, em 12 de março, até esta quinta-feira, o país não teve nem um chefe de Estado, nem um chefe de governo.

O conselho agora tem como principal missão indicar os nomes de uma comissão eleitoral, que promoverá as primeiras eleições presidenciais no país em oito anos. Eles ainda terão de estabelecer um conselho de segurança nacional para garantir esta transição democrática.

O grupo que tomou posse com Boisvert nesta quinta-feira deve garantir que um novo presidente tome posse até o dia 7 de fevereiro de 2026. Se, após o prazo, o conselho de transição não conseguir garantir que as eleições tenham sucesso, eles próprios perdem o mandato — jogando um Haiti sem governo em águas incertas, mas que não serão totalmente desconhecidas.

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