A urna e o vírus

São cada vez maiores as chances de as eleições municipais não serem realizadas em outubro. Como a curva dos casos de coronavírus no país ainda é ascendente, ministros do Tribunal Superior Eleitoral já se preparam para o adiamento do pleito. Luís Roberto Barroso, que assume a presidência da corte neste mês, avalia que ainda é cedo para bater o martelo, mas admite que a possibilidade é real. No Congresso, surgem ideias de todo tipo. Algumas até esdrúxulas. Um deputado do PT, por exemplo, preparou uma proposta de emenda constitucional para, vejam só, realizar o primeiro e o segundo turnos de uma só vez. Pelo texto, além do voto principal para prefeito, os eleitores escolheriam mais um nome. A contagem desse “voto extra” seria feita apenas nos casos em que houver necessidade de segundo turno. Dos dois classificados, venceria o candidato que obtivesse o maior número de votos na soma total. A proposta foi rechaçada de pronto pelos primeiros especialistas procurados pelo deputado petista para opinar sobre sua viabilidade técnica. Além de exótica, eles disseram que a ideia não se sustentaria do ponto de vista legal.

Adriano Machado/CrusoeO TSE, em Brasília: a corte faz monitoramento permanente da pandemia