A confusão do ‘Kibe’

01.05.20

Gilberto Kassab quer se aproveitar de uma coincidência para tentar anular a decisão judicial que determinou o bloqueio de seus bens por suspeita de corrupção. Os advogados do ex-ministro estão usando a denúncia apresentada nesta semana pelo Ministério Público contra Paulo Skaf, para apontar uma suposta fragilidade na ação que o acusa de receber 21,2 milhões de reais via caixa 2 da Odebrecht sob o codinome “Kibe”. Como a acusação contra Skaf relaciona o mesmo apelido ao presidente da Fiesp, os defensores de Kassab dizem que os promotores estão usando indevidamente as revelações contidas na delação da empreiteira e chamam atenção para o fato de um mesmo codinome ser usado para identificar dois beneficiários. “É uma espécie de ‘delação Bombril’, servindo um único relato para ‘mil e uma utilidades'”, alegam. É, por óbvio, uma aposta na confusão. O argumento foi apresentado nesta semana ao juiz do caso. No recurso, os advogados não dizem que os repasses ao ex-ministro ocorreram na eleição de 2008, quando ele se reelegeu prefeito de São Paulo, enquanto as entregas ao presidente da Fiesp se deram em 2014, na eleição para governador. O uso de apelidos idênticos para pagar políticos diferentes em anos diferentes não é incomum na mega-delação da Odebrecht.

Agência BrasilAgência BrasilKassab diz que Kibe não é ele

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