De volta ao passado

O Brasil é o país do futuro. Futuro do Pretérito, é claro, mas, sobretudo o Brasil é um país marítimo. Sigam o meu raciocínio: o governo do presidente Luísque Inácio Janja da Silva está transformando o país num imenso caranguejo, um crustáceo que anda para trás. Isso é um absurdo porque, como todo mundo sabe, Lula é um molusco e não um braquiúro com exoesqueleto (vão à Wikipédia, seus inguinorantes). E o mar (de lama) continua quando agora o Congresso aprova uma anistia para os deputados e senadores que só pensam em robalo, ou seja, estamos vivendo numa verdadeira peixada. Eu sei que esses trocadilhos são péssimos, mas o governo é muito pior.

O finado ex-presidanta Jair Bolsonazi queria voltar aos tempos da ditadura e o Mula, na intenção de superar seu antecensor, também quer voltar aos bons tempos do seu primeiro mandato, quando os políticos ganhavam mesada e os empresários ganhavam concorrência. Só que agora isso mudou: os políticos digitais modernos a querem receber em criptomoeda e os empresários dizem que foram torturados para fazer delação premiada. Delação eles não fazem mas felação tudo bem, eles continuam fazendo. Até porque todo puxa saco sabe que não se pode fazer uma omelete sem babar os ovos. Já estou vendo a hora que vão instituir um imposto pra gente pagar para o governo devolver para os corruptos a grana que eles roubaram da gente. Esse será o verdadeiro Calabouço Fiscal.

Nessa onda retrô, estão de volta o controle de preços do combustível e o carro popular. Antigamente, qualquer pé rapado podia comprar um carrinho e eu sou um exemplo disso, já que moro num Dodge Dart 73, enferrujado, na Rua da Amargura s/n, junto com a Isaura, minha patroa. Como sou um ambientalista radical, faço questão de não abastecer a minha residência móvel e, assim, reduzir a emissão de gases e o aumento do buraco de ozônio que já fechou. Mesmo porque o buraco é do Ozônio e ele faz o que quiser com ele, abre, fecha, pisca, ninguém tem nada a ver com isso. Tudo bem, esse trocadilho é anacrônico, mas o governo é muito mais.

Todos estão carecas de saber que Alexandre de Moraes, o Kojak do STF,  Supremo Tribunal de Frango, é o homem mais poderoso do Brasil. Agora o TSE, Temperamental Superior Escrotal, cassou o mandato do D’Artagnan Dallagnol e começou uma verdadeira caça aos brochas!

O objetivo dos nossos juízes togados é acabar com a Lava Jato e botar o Moro na cadeia. Nosso Judiciário só faz o que lhe dá na telha, o que, no caso do Alexandre de Moraes, é pouca coisa. Os juízes brasileiros sofrem de bipolaridade judicial. Se eles votaram a favor de alguém hoje, amanhã podem mudar de ideia e dar uma sentença completamente diferente, muito pelo contrário. Se um magistrado acordar de “ovo virado” no café da manhã pode cismar e transformar um assassino pedófilo homicida num inocente em questão de segundos. A única exceção é o Gilmar Mentes, que, coerentemente, dá habeas corpus pra todo mundo. Doa a quem doar.

Agamenon Mendes Pedreira é jornalista togado