Adriano Machado/Crusoé

A política sequestrou a Justiça

Conhecida por criticar as mazelas dos tribunais, a ex-ministra do STJ Eliana Calmon diz que, além de faturarem com decisões, as forças ocultas do Poder Judiciário agora estão unidas aos políticos para enterrar a Lava Jato
13.07.18

Eliana Calmon ganhou fama no Judiciário por não ter papas na língua. Como ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a segunda mais alta corte do país, ela destoava ao falar na existência de “bandidos de toga”. Atacava, em especial, a atuação de filhos de colegas que, como advogados, traficavam influência na corte graças ao livre trânsito que tinham pelos gabinetes. A aposentadoria veio há cinco anos, pouco depois de uma experiência exitosa como corregedora nacional de Justiça. No posto de xerife do Poder Judiciário brasileiro, Eliana Calmon abriu um número recorde de investigações sobre magistrados, muitas delas por enriquecimento não justificado. Fora da corte, ela passou a advogar e a depender da caneta de juízes que antes eram seus pares. Mesmo assim, a baiana de 73 anos não interrompeu os disparos. Pelo contrário.

Nesta entrevista a Crusoé, ela diz que algumas decisões judiciais recentes, como a que libertou o ex-ministro José Dirceu e a que tentou tirar da cadeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são absurdas. A ex-ministra coloca na conta do Supremo Tribunal Federal (STF) a responsabilidade por despachos como o do desembargador plantonista Rogério Favreto, encarregado de assinar o malfadado alvará de soltura de Lula. E vai além: acusa o próprio Favreto e o ministro Dias Toffoli de serem “medíocres” e “partidários”, prevê uma temporada sombria para a Lava Jato e aposta que Lula será solto brevemente. A seguir, os principais trechos da entrevista que a agora advogada, recém-filiada à Rede de Marina Silva, concedeu em seu escritório, ornamentado com estatuetas de Dom Quixote.

O Judiciário ficou com a credibilidade arranhada com o vaivém jurídico deflagrado pela tentativa do desembargador Rogério Favreto de soltar o ex-presidente Lula?
Em um ambiente que tem por princípio a hierarquia, a falta de respeito ao superior hierárquico é um problema. Temo que isso comece a acontecer mais frequentemente. Num caso extremado como esse do ex-presidente Lula, houve mobilização, todo mundo soube de tudo. Mas nós temos mais de 90 tribunais. Se isso acontecer amiúde em todos, se o relator não obedecer ao colegiado, o que pode ser feito? Por isso, a punição ao (desembargador Rogério) Favreto é importante. Não é por vingança. É porque a pena administrativa tem efeito pedagógico. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região é muito organizado, muito disciplinado. Dos regionais, é o melhor. O julgamento de Lula pela turma foi sereno, sem exibição, sem palavreado, sem esforço para aparecer. Quem apareceu foi o processo. Favreto fugiu inteiramente do padrão.

O exemplo do Supremo leva a esse tipo de problema?
Sem dúvida alguma. O Supremo está na cúpula do Poder Judiciário. E, como cúpula, ele é seguido. Antes da decisão do Favreto, eu disse que o maior prejuízo da decisão de Toffoli de soltar José Dirceu de ofício era o que ele estava plantando para as instâncias inferiores. É o mau exemplo. Não deu outra. No caso do Favreto, nem foram os advogados de Lula que pediram, não é? Foram parlamentares. É lamentável que isso aconteça. Temos exemplos de ministros que foram nomeados pelo PT, eram ligados ao PT, mas que se comportaram bem. É o caso do ministro Ayres Britto. Ele era filiado ao PT, era amigo do presidente Lula e, durante anos, todas as vezes em que Lula viajava a Aracaju, era ele que ia buscá-lo no aeroporto. Mas no momento em que entrou no Judiciário e vestiu a toga, acabou a amizade. Ele decidiu o que tinha de decidir. Com o ministro Joaquim Barbosa, foi a mesma coisa. Ele foi altamente beneficiado porque era difícil para um negro chegar ao cargo de ministro do Supremo. Mesmo assim, nunca se rendeu a Lula. Depois que ele assumiu, Lula foi à África e o convidou para ir junto. Barbosa disse: “Absolutamente, não. Eu vou para ser exibido como um troféu, para dizerem que no Brasil não existe preconceito racial? Não, eu sou um ministro do Supremo. Não vou”. E não foi. Depois, no processo do mensalão, julgou com toda a independência.

O caso do desembargador Favreto foge dessa lógica.
A questão do desembargador Favreto é diferente porque ele não era só um filiado ao PT. Ele é um militante petista, alguém ligado ao núcleo duro do PT. Com José Dirceu na Casa Civil e com o presidente Lula, foi para dentro do Ministério da Justiça para fazer a reforma do Judiciário e, dessa forma, se cacifou para ser desembargador federal. Isso tudo é triste. O PT arrebentou o Brasil. Arrebentou tudo.

O Judiciário, em especial, vive um momento delicado?
Permaneci no Judiciário por 40 anos. Em uma determinada época, eu pensava que o Judiciário poderia mudar o destino do Brasil, organizando os destinos políticos do país. Depois amadureci e, quando cheguei ao Conselho Nacional de Justiça, conheci o Judiciário por dentro, suas entranhas. E, então, vi que isso não ia acontecer nunca.

Por quê?
Porque, na verdade, a tendência do Judiciário é copiar o modelo que está em cima. No meu entendimento, quando novos juízes bem formados chegassem aos patamares mais altos da hierarquia, as coisas mudariam. Mas não mudam porque, para haver uma mudança, é preciso fraturar esse modelo. Só com muito tempo, com muita cultura, com muita democracia teremos essa melhoria. Magistrados da minha geração pensavam como eu. Na hora que sobem, contudo, as pessoas passam a repetir as mesmas práticas. O sistema é forte, o sistema se preserva e preserva todos aqueles que estão de acordo com ele. E quem se insurge contra o sistema é duramente castigado.

Com a senhora não foi assim?
Para chegar ao STJ, entrei no jogo do poder. Pedi a todo mundo, pedi aos políticos, tive padrinhos. Era para eu ser uma ficha-suja porque Edison Lobão, Jader Barbalho, Antonio Carlos Magalhães, todos esses políticos foram efetivamente meus padrinhos. E padrinhos de verdade, viu? Todos sempre me admiraram muito, me respeitaram muito… Mas fiz o seguinte: quando cheguei ao Senado para ser sabatinada, contei publicamente quem eram os meus padrinhos. Eles adoraram isso. A independência está não na forma pela qual você chega lá, mas como você se comporta.

A senhora não se sentiu obrigada a ajudá-los?
De jeito nenhum. Nada. Sempre os tratei muito bem, e eles a mim. Como sou baiana e ACM me indicou, muita gente que precisava de alguma coisa ia até ele. Pediam a Antonio Carlos para que ele pedisse a mim. E ele sempre dizia assim: “Não adianta, porque nem a mim ela atende”. Certa vez, o senador fez uma visita ao meu gabinete. Me disse que era uma visita de cortesia. Eu pensei até que era para pedir alguma coisa. Conversou amenidades e foi embora.

Não é estranho tratar como normal a busca por apoio político para chegar às cortes superiores?
Os pedidos políticos realmente são muito fortes. Houve um tempo em que eram os próprios ministros do tribunal que faziam as indicações dos candidatos. Aqueles que eram indicados por políticos eram jocosamente chamados de chapa-branca. E o chapa-branca dificilmente entrava na lista dos indicados pelo próprio tribunal porque os ministros diziam que era jogo marcado. Isso acabou. De uns anos para cá, começamos a ter uma influência muito grande da área política, principalmente em relação aos ministros do quinto constitucional, aqueles que vêm da advocacia. Essa questão do quinto é muito séria, porque as escolhas dentro da Ordem dos Advogados já são políticas. E, posteriormente, esse candidato político é indicado pelo presidente da República. E o Senado não faz a triagem, termina chancelando. Embora tenhamos a ideia de que o quinto é importante para refrescar um pouco a política judiciária interna, temos uma amarga experiência de políticos do quinto que chegam sem compromisso com a magistratura. Esse é o caso do desembargador Favreto. Veja o que ele fez com o Judiciário. Ele expôs o Judiciário a uma coisa terrível, desmoralizou o Judiciário, movimentou toda a máquina, para uma decisão que era apenas um factoide de decisão jurídica. Ele agiu politicamente.

O que fazer?
Compre uma passagem e saia do Brasil. Eu estou perdendo minhas esperanças. O corregedor (refere-se a João Otávio de Noronha, atual corregedor nacional de Justiça e futuro presidente do STJ) é super-amigo do ministro Toffoli. Super-amigo, embora não tenha nada de comunista, socialista, petista. Pelo contrário. É um homem ligado a bancos. Mas é um homem que quer viver bem, é do quinto constitucional. E quando foi corregedor no tribunal eleitoral fez a maior amizade com o Toffoli. Viajaram bastante para o exterior. Pode até ter aberto um processo (para investigar Favreto), mas esse processo vai ficar lá engavetado. Um dia o povo vai esquecer.

O ministro Dias Toffoli propôs a soltura de Dirceu de ofício, contrariando decisão do plenário sobre execução da pena após condenação em segundo grau. Ele também mereceria punição?
Os ministros do Supremo estão acima do bem e do mal. Nada os atinge. A única coisa que os atinge é um processo de impeachment levado a cabo no Senado Federal. Mas está todo mundo com o rabo preso. Não tem como. Eles são senhores absolutos. Aquelas onze criaturas são totalmente absolutas. Nós todos que defendemos um Judiciário coerente precisamos nos indignar. Precisamos mostrar para essas criaturas que isso não está certo.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/CrusoéA ex-ministra admite que chegou ao STJ graças a padrinhos como Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho, mas nega que os tenha beneficiado
Estão abusando das decisões monocráticas em detrimento das decisões do plenário?
Sim, estão quebrando uma regra básica de poder e de compostura. Estão infringindo a regra da colegialidade. Os tribunais são fortes enquanto são colegiados. Se eu tenho onze ministros maravilhosos e um colegiado fraco, tenho onze ministros fracos. E se eu tenho onze ministros muito ruins, mas uma postura colegiada firme, o colegiado se segura. Hoje eles (os ministros do Supremo) querem se sobrepor uns aos outros e mostrar quem tem mais poder. Muito ruim.

E onde isso vai parar?
A vaidade não tem limites. Principalmente quando há pessoas despreparadas, que nunca tiveram sequer o sonho de ser uma grande autoridade. É o caso do Toffoli. O Toffoli é medíocre. É uma pessoa até boa, simpática, tem um trato bom, nem era arrogante. Mas o empoderamento vai mudando, não é? Ele hoje está diferente. É uma pessoa medíocre, com poucos conhecimentos, chega ao poder pelo PT e deve tudo ao partido. É muito claro. Não gostam que eu fale, dizem que eu falo muito, que eu ataco muito. Eu não ataco. Eles é que se atacam. É só ver televisão, gente. É só ver a TV Justiça. Eu não posso coadunar com aquilo que está lá. Como hoje eu sou advogada, quando falo essas coisas as pessoas me dizem que eles vão me massacrar. E eu digo: paciência, porque antes de ser advogada, sou cidadã brasileira.

A partir de setembro, então, o país terá um medíocre como presidente do Supremo.
Sim. Ele até poderia ser medíocre, mas não ser político-partidário. Nem sempre o ministro intelectual é o melhor. Não precisa ser um sábio da Grécia para ser um grande magistrado. Precisa ter sensibilidade e seguir as regras da colegialidade, saber se portar como alguém imparcial. Isso é o que precisa.

E falta isso a Dias Toffoli?
Falta.

É um caso isolado, ou haveria outros ministros que também padecem desses mesmos males que a senhora aponta?
Eu acho que ele (Toffoli) está extrapolando nos últimos tempos. Ele vinha mais ou menos, mas agora extrapolou. O ministro Lewandowski tem a mesma postura. E o ministro Marco Aurélio sempre foi o voto vencido. Ele oscila de um lado para o outro. É um caso sui generis, como o de Gilmar Mendes, que tem soltado muita gente ligada a ele. Mas nenhum deles tem a postura político-partidária que têm o Toffoli e o Lewandowski. Nesses dois casos, é visível. O que o Lewandowski fez no julgamento da Dilma? Onde já se viu alguém que perde o mandato continuar com os direitos políticos? Lewandowski e Renan Calheiros fizeram isso. É algo que nos causa perplexidade.

A Lava Jato pode ser ainda mais afetada por essa aliança entre políticos e integrantes do Judiciário?
A Lava Jato já era. O Sergio Moro pede que a população segure o apoio, mas não vai segurar. Há aqui um processo semelhante ao que aconteceu com a Operação Mãos Limpas, na Itália. Começam bombardeando as pessoas que trabalham na investigação. No caso da Lava Jato, atacam os procuradores e o juiz Sergio Moro. A Mãos Limpas extinguiu os cinco partidos que davam sustentação ao presidente, mas depois perdeu apoio e os políticos reagiram. Hoje a Itália é um estado corrupto, com juízes que acobertam com garantismos idiotas a corrupção, a ponto de o número de processos por corrupção ser inferior ao número de processos por corrupção na Finlândia, que é o país menos corrupto do planeta. Aqui, os primeiros seis meses depois das eleições servirão para aprovar as leis contra o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça. Já estão com projetos prontinhos para detonar os investigadores, exatamente como se deu na Itália.

Como enxerga o trabalho do juiz Moro?
Tem sido muito bom, de muito fôlego e muito cuidado. Agora, é óbvio que existem desacertos. Num trabalho dessa dimensão é impossível não ter falhas. Tem algumas falhas que podem ser corrigidas devidamente, e para isso tem o Supremo. Ele não é desrespeitoso, teimoso. É um juiz que se mantém muito dentro das linhas mestras de um juiz de carreira. Houve uma demasia na condução coercitiva do presidente Lula e no vazamento da interceptação telefônica (dos ex-presidentes Lula e Dilma). Eu até compreendo por que ele fez aquilo. Na insegurança quanto à posição do STF, ele tentou passar para a opinião pública a gravidade do problema. Mas não se justifica. São falhas que não comprometem a operação. O saldo é muito positivo para toda a nação. Nunca se viu uma quantidade tão grande de processos julgados dentro de critérios jurídicos. Quase todas as decisões dele são confirmadas pelo tribunal.

Dias Toffoli, que presidirá o Supremo a partir de setembro, pautará a revisão da questão da prisão em segunda instância?
Vai rever. Toffoli vai soltar Lula em setembro.

Por que magistrados com conflitos de interesses resistem tanto a se declarar impedidos ou suspeitos?
Isso vai muito da índole de cada um. Eu nunca vi nada igual, nunca vi esse envolvimento político no Judiciário. Precisaria haver uma manifestação conjunta dos magistrados para salvar o Judiciário dessas aberrações, mas é todo mundo muito medroso. Os juízes ficam com medo de reprimenda — e os advogados precisam dos tribunais.

O PT vai continuar atacando a Justiça?
Ao PT só resta esse meio. Primeiro criaram o factoide de golpe do impeachment. Isso passou. Ninguém mais fala. Agora é o golpe da condenação de Lula, para na última hora botarem o Fernando Haddad como candidato.

A senhora ficou conhecida por atacar relações duvidosas entre juízes e políticos. Qual seria a melhor alternativa às indicações políticas para os tribunais?
Em todos os países do mundo, existem escolhas políticas. Hoje, a forma menos imperfeita que temos é a de escolha de ministros do STJ, em que são os próprios ministros que fazem a primeira seleção. Uma lista tríplice é enviada ao presidente da República, que escolhe um deles. A partir daí, o Senado faz a sabatina. São os três Poderes participando da escolha. Mesmo assim, escolhem cada bomba… Onde está o erro? Nós não somos democráticos. Só fingimos ser. Somos amigos. Então, meu amigo pede pelo amigo dele, e eu atendo ao meu amigo sem nem conhecer o amigo dele.

Aí começa a sucessão de problemas.
Magistrado é um negócio danado, está ali com o direito da pessoa, que por vezes é a vida da pessoa. Você escolhe tudo: médico, dentista, engenheiro, costureira, mas juiz você não escolhe. Pode ser um preguiçoso, pode ser um burro. É aquele. E o que é que você faz? Nessa irresponsabilidade, desenvolveu-se uma advocacia de favor, para agradar ao juiz. Às vezes, não é nem dar dinheiro. Começa com pequenos favores no cartório, leva um biscoitinho, e o pessoal esconde uma petição e bota a outra na frente. O juiz não fiscaliza. E é assim que começa a corrupção dentro do Judiciário.

Há solução?
É preciso mudar a cultura desse país, mudar a cultura do jeitinho, do favor.

Adriano Machado/CrusoéAdriano Machado/CrusoéO filhotismo nos tribunais: Eliana Calmon afirma que os filhos de ministros continuam vendendo influência em Brasília
Sabe-se que filhos de ministros costumam advogar nos tribunais superiores, sem travas. Como lidar com isso?
Está cada dia pior. Eu comecei a falar isso há muitos anos e nem tinha o alcance do problema. São meninos. E está todo mundo rico. Eles oferecem o serviço, a pessoa está no desespero e termina cedendo. Eu nunca permiti. No meu gabinete, eles tentavam vir na base do “Tia Eliana”. Eu não os recebia. Eles vendem ilusão. Muitas vezes não têm influência nenhuma, mas a vendem. Alguns filhos de ministros vão para a advocacia pesada, ganham um bocado de dinheiro e, quando fazem um pé de meia bem recheado, entram para a magistratura através do quinto constitucional. Blindam-se através da magistratura. Viram ministros, desembargadores e ninguém os pega mais. Essa é a realidade.

O assédio era forte quando a senhora estava no STJ?
Continua forte. Recentemente recebi uma pessoa com uma grande causa no STJ que me disse que foi ao tribunal para a posse de um ministro. Essa pessoa foi abordada duas vezes por dois filhos de um mesmo ministro: “Somos filhos de fulano de tal. Se o senhor quiser, aqui está nosso cartão”. O que é isso?

A senhora viu as entranhas do Judiciário. O que presenciou de mais absurdo e por que essa caixa-preta não é aberta?
Eu vi muita coisa. A cultura do Judiciário é muito antiga, quase napoleônica. É a cultura de biombo, de esconder. O Judiciário é uma caixa-preta por tradição. Eu combati muito isso, quis mudar. O mundo está mudando, está transparente, as entranhas são puxadas e mostradas. Acabaram-se os segredos.

O Judiciário precisa de compliance?
Eu nem digo isso, porque é impensável ter compliance dentro do Poder Judiciário. No dia em que eu abrir a boca para dizer que defendo um mecanismo de compliance no Judiciário, vão me internar, dizer que fiquei louca de vez.

Então a caixa-preta não vai ser aberta?
Vai demorar. Passa pela mudança de cultura, o que leva tempo.

Como a senhora avalia o trabalho do CNJ hoje?
O CNJ hoje está um órgão burocratizado, cheio de processos, e a atividade censória vem sido deixada em segundo plano. O órgão está aparelhado. Está todo mundo light. Tem muita gente jovem que não quer se desgastar e está lá para fazer currículo.

A senhora já se referiu algumas vezes aos “bandidos de toga”. Eles ainda estão por aí?
Ah, estão.

E não serão investigados?
Não. Você acha que a Odebrecht levou 30 anos fazendo todas essas safadezas, ganhando tudo dentro do Judiciário como? Eu sou baiana, conheço a empresa. Eu comecei falando que a Lava Jato precisava chegar ao Judiciário. Foi assim até o Carlos Fernando Lima, procurador da força-tarefa da Lava Jato, me dizer que os advogados não queriam denunciar os juízes nas delações premiadas. Eles orientam o cliente a não denunciar os juízes. Só existe corrupto se houver corruptor. Quem é o corruptor de juiz? O advogado. Tem outro outro ponto: ninguém acredita em punição do Poder Judiciário. Nem eu acredito. Então, se o delator delata, abre-se um processo rápido, não acontece nada, mas o advogado honesto continua advogado e vira inimigo do juiz que foi delatado. E não só desse juiz, mas de todos os amigos do juiz, e do amigo do amigo do amigo. E aí o advogado fica sem poder advogar porque vai perder todas.

Seus críticos dizem que a senhora, apesar do discurso incisivo, é até hoje próxima de políticos como Paulo Maluf e o ex-senador Gilberto Miranda, ambos envolvidos em escândalos. O que diz disso?
Eles fazem parte de um clube que se desenvolveu no Brasil. Corrupção não é privilégio do PT. Apenas o PT se apropriou e instituiu isso como uma forma de perpetuação de poder, aparelhando todos os órgãos de Estado. Eu não conheço Paulo Maluf, nunca estive com ele, nunca pedi nada, nem ele me pediu. Não conheço Gilberto Miranda, nunca vi. É uma leviandade essa alegação, porque estive próxima até de outros políticos. Mas desses dois, nunca estive.

O que a senhora pode dizer hoje sobre o período em que foi corregedora nacional de Justiça?
A investigação do Judiciário não funciona porque é feita para não funcionar. Nas inspeções que fazíamos quando eu era corregedora do CNJ, íamos com técnicos da Receita Federal. Juízes não queriam mostrar a declaração de imposto de renda, mas acabavam apresentando. Resultado: patrimônio incompatível de milhões. Se não explica, abre-se uma sindicância. A investigação patrimonial, aliás, foi o grande problema que eu tive em São Paulo. O Supremo deu duas liminares para eu sair de lá. Foi como se dissessem: “Deixa aí, não mexe”. E eu saí. A legislação conduz muitos bandidos a se esconderem atrás da toga. É natural que se tenha proteção a juiz, mas a proteção demasiada, a blindagem total, isso não está certo.

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  1. A ex-ministra deixa claro aquilo que qualquer brasileiro que acompanhou o impeachment de Dilma: Gilmar Mendes, chicote do PT. HJ, faz do Fachin, sempre, junto com a banca do PT no STF, voto vencido, sempre contra a LJ. Zé Dirceu, solto, a Dilma concorrendo ao Senado, mostra que o STF está apenas para proteger os interesses dos seus padrinhos políticos. A Justiça, bem a Justiça, como frisou o Gilmar Mendes: "- Povo não entende." Enquanto isto, sentimos na pele no que o Brasil se transformou.

  2. Excelência...Bahia na reta da.Sinto muito orgulho de vc... Eliana Calmon minha colega de empresa na década de sessenta... éramos meninos mal saído da adolescência. ela já era reta da.

  3. Notável. Formidável. Maravilhosa. Corajosa. Uma juíza Top! Deveria ter ido para o Supremo! Sempre a admirei; agora muito mais!...Valeu assinar esse Boletim: memorável entrevista de uma grande mulher profissional da magistratura.

    1. Concordo plenamente. Uma das entrevistas mais sinceras e esclarecedoras que ali até aqui. Inegável o aumento do meu desânimo como cidadão brasileiro.

  4. Li anteriormente a reportagem na qual a Ministra havia mencionado que a lava jato alcançaria a justiça em breve e, já alcançou. Chegando no topo da justiça e dos políticos poderosos, é natural o apavoramento geral tendo como consequência atos de compadrio com a finalidade de liquidar de vez com a justiça que tenta funcionar. Por causa desses maus exemplos o país está sem segurança, saúde e educação, caminhando para um abismo como cordeirinhos. Voltaremos à idade da era negra do passado.

  5. E ainda pagamos altos salarios para essa corja!! Que situação!!! Isso é democracia??? Estamos na idade média!!! A alta corte rí do povão!! Lamentável esse país!!!

  6. Êta, coroa porreta. Tudo que disse é a mais absoluta verdade. O contubérnio, o conchavo se inicia na composição das cortes superiores e constitucional, quando os interesses espúrios de uma casta corrupta se sobrepõe aos legítimos anseios da população. Daí, surgem figuras como Gilmar, Levandowski, Dias Toffoli e Favretto que a cada dia, mais e mais conspurcam a imagem do Poder Judiciário. Pobre republiqueta entregue à sanha da corja de toga e à cobiça desmedida dos corruptos.

  7. O Brasil precisa de muitas ELIANA CALMON para sobreviver ao que estamos vendo no Governo na Politica e no Judiciário. Com os candidatos que estão se apresentando para a próxima Legislatura , nem nos próximos cinquenta anos . Estou com 86 anos , honestamente bem vividos e não estarei vivo para ver a mudança , infelizmente . O Brasil é um País muito bom para se viver , mas , seu povo ainda precisa sofre um pouco mais para aprender a escolher seus representantes. [email protected]

  8. Assutador o teor dessa entrevista. Chega-se a conclusão que o Brasil não tem jeito ou vai demorar 1000 anos para se ajustar. UMA PENA E UMA VERGONHA!!!!

  9. sabe o que é mais impressionante? que ate os mais aguerridos “antagonistas” pensam, discutem e interrogam sobre todas as soluções menos a única que é democratica: o povo. poder para o povo. o povo dizendo no voto, a cada 4 anos, se os juizes da sua jurisdição (la o voto é distrital, baseado no endereço do eleitor) permanecem juizes por mais 4 anos. nem advogados, nem corregedores, nem senadores. poder para o povo é o único remédio para a corrupção que não vira imediatamente mais corrupção.

  10. isto que a ex-ministra falou, repetiu oque anteriormente havia declarado.acredito nela.já não acreditava na justiça brasileira de um modo geral, mas pelo visto a coisa é muito pior.vejam o caso daquele desmbargador do TRF4.vejam os desmandos do STF.vejam o caso do tal de Lewandowsky no empichmann da ex-presidente?Dilma(é impitimada) mas não perde os direito politicos, e os desmandos vão se sucedendo.´e´ nojento e acreditar em que ainda.Pobre dos meus filhos, meus netos, povo brasileiro.Passa

  11. Que denuncia grave! E nós brasileiros vamos cruzar os braços para esses bandidos que quebraram nosso país??? Precisamos dos militares para terminar com esse bando de corruptos 🙏🇧🇷🇧🇷

  12. O pior de tudo isso e a cocnlusao de que a Lva Jato sera exterminada e perderemos todas as conquistas obtidas. Lamentavel ter essa morte antecipadamente anunciada sem uma cao que possa eliminar esse risco.

  13. Há muito que não lia uma entrevista tão corajosa, original e sincera. Deixou claro como funciona aqueles órgãos e seus membros... Depois de ver tantos e tantos erros no nosso Brasil e tudo ficar por isso mesmo, como se nada tivesse acontecido... Um dia virá em que a própria "elite", pedirá, implorará por uma Intervenção Militar ... Acho que a coisa tá feia e tende a piorar e ficaremos pior que a Venezuela.

  14. Estamos perdidos. É um privilégio ter acesso a esta qualidade de informação, mas ao mesmo tempo é de fazer chorar. Como eu queria poder sair deste país. Deus tenha piedade de nós.

  15. A justiça nua e crua. Pelada e com a mão enfiada no nosso bolso sempre. Pensamos que seja assim, mas saber que é pela boca de alguém de dentro, é desolador. A diferença que hoje conseguimos pressionar. Ótima entrevista.

  16. Infelizmente só uma intervenção militar, enquanto a corrupção ainda não adentrou a este poder. Recomeçar de novo! Atestamos nossa incompetência ética!

  17. Infelizmente só uma intervenção militar, enquanto a corrupção ainda não adentrou a este poder. Atestamos nossa incompetência ética!

  18. O Toffoli vai soltar o Lula e vão torná-lo ficha limpa! Um grande acordo vem aí, onde todos os corruptos vão ser perdoados e o Lula eleito! O Toffoli vira herói nacional e o comunismo se instala? Pelo que ela disse tá todo mundo fudido!

  19. Se isto que acontece com o judiciário não é uma ditadura institucional, então eu não sei que que mais é, precisamos de uma intervenção dura nos três poderes.

  20. Que cenário sombrio e nefasto. Só espero que essas 'premonições ' não se concretizem. Mas Moro tem razão. A Sociedade precisa fazer um Levante!

  21. Ex juízes, promotores e procuradores nunca deveriam advogar. Não nesse país que não tem o mínimo de seriedade. Nem tampouco serem sócios de empresas. Essas carreiras deveriam ser exclusivas até mesmo na aposentadoria. Os interesses cruzados deveriam ser seriamente monitorados. Isso nunca vai acontecer nessa merda de país.

  22. Meu Deus! Se ela que está nas estranhas do Judiciário diz que a Lava Jato já era, imagino que ficará " tudo como antes, na terra de Abrantes". Entristeci.

  23. Eu espero que a partir de 2019 comece a existir a possibilidade de punir severamente os bandidos de toga. A lava jato é a única chance de mudança real que o país tem. Só através desta operação os brasileiros entenderão que vale a pena fazer denúncias, que as denúncias serão investigadas e punidas caso sejam confirmadas e isso mostrará que o crime e o eterno gosto do brasileiro por levar vantagens não compensa. Deus salve o Brasil. Deus salve a Lava Jato.

    1. Que Ele te ouça, pois, da maneira que ela descreveu todo o sistema, só Deus mesmo.

  24. Tô pasma, desesperançada de ver um Brasil melhor, com essas declarações. Só indo embora e esquecer que sou brasileira, é mta sujeira!

  25. Desde qdo foi corregedora sou fã da Dra. Eliana Calmon. Passados tantos anos fico contente de saber que esta conterranea continua com fogo nas ventas. Imperdivel esta entrevista. Parabens CRUSOÈ

  26. Se o judiciário está assim, imaginem os outros ramos do poder. Igreja , forças Armadas , esporte, parte da imprensa , educação e cultura. Estamos numa situação de bezerro não conhecer a mãe, de poste urinar no cachorro. A zona diante disso tudo é mais limpa e organizada. Está em curso a perpetuação destes privilégios que a juíza se referiu, através da instalação de um regime bolivariano ou pior. O lulopetismo e a ORCRIM é o cavalo de Tróia para instalar definitivamente o fim do Brasil

  27. Mesmo com um governo militar, cassar estes bandidos de toga levaria anos! Os maiores remetentes de dinheiro para o exterior vem de que poder senhores...

  28. Estarrecedor ter a certeza do que já desconfiamos. O Brasil está entregue a quadrilhas de todos os tipos... A judiciária é a mais perigosa porque o cidadão não tem a quem recorrer para derrubá-la, uma vez que o legislativo que tem a prerrogativa de pará-la é o seu braço de apoio e não a derrubará, do contrário cai junta. Vale aqui o ditado popular... "Uma mão lava a outra" e as duas se auto ajudam.

  29. Infelizmente, não acredito na recuperação do Brasil, com uma população tão medíocre deste jeito. Chega dar desânimo conversar com certas pessoas pois, são de uma cegueira tão grande que não acredito na cura. Do jeito que está o Brasil, só tem um jeito: Precisamos sim no poder, de um General correto conservador, que não esteja contaminado com essas ideologias do mal que assola nosso pais há mais de 30 anos, que seja implacável, mão de ferro com a bandagem em todos os níveis do poder.

  30. Depois desta entrevista com a advogada Eliana Calmon, perdi as esperanças de um futuro melhor para o Brasil. Com os três poderes corrompidos, não há saída! Infelizmente!

  31. Não vão enterrar a Lava-jato não Dona Eliana, vão é escancarar de vez a pocilga na qual isto aqui se transformou. Chega ser bizarro ver algum idiota bater no peito como um guariba e urrar que... "eeeeu sou brasileeeiro, com muiiito orgulho, etc, etc!!

  32. Eu há muito tempo já concluí que o jeito, como bem diz a entrevistada, é comprar uma passagem e deixar o Brasil. O Brasil é simplesmente insanável. Por quê? Porque os brasileiros são incuráveis.

  33. Excelente e corajosa a entrevista da ex-ministra Eliana Calmon. Que mais vozes com a autoridade que o tema requer possam contribuir para revelar os segredos que permeiam o Judiciário brasileiro.

  34. O mais trágico de tudo, estou prestes a me formar em direito, escolhi a seara jurídica para minha carreira profissional, mas nos últimos 02 anos (com a grande divulgação e com meu crescimento intelectual) descobri que errei e errei feio. Não tenho a mínima vontade de estudar mais, só penso "o que será do futuro?" Não vejo esperança de grande êxito com o trabalho honesto. Não posso confiar nem no Judiciário (tenho provas disso, processo da minha família), em quem posso confiar?

    1. Que nada, não desanimem. Caso queiram mudar e atuar, não como advogados e sim como cúmplices, mudem-se pra Brasília e se especializem em ter acesso aos dados de algumas contas bancárias de membros do judiciário e em pouquíssimo tempo estarão milionários "defendendo" o crime organizado!!

    2. Estou na mesmíssima situação... a descrença só aumenta

  35. Jamais imaginei que a prostituição eram tão grande assim. Escancarada pra dizer a verdade. E o patrimônio incompatível é barbadinha para detectar os corruptos togados.

  36. Ah! Angela. Concordo com algumas ponderações suas. Mas apoiiar Marina Silva? Ai você expõe seu lado esquerdista inrrustido. Poupe-nos!

  37. Esta entrevista me leva a uma terrível conclusão: isto aqui não mudará sem uma guerra civil. Essa escória ainda nos conduzirá ao fundo do posso e apenas a revolta popular poderá trazer mudanças, mas não sem sangue e desespero. Temo pelo futuro de meus filhos e netos.

    1. O Chaves também foi solto após prisão por tentativa de golpe de estado com mais de cem mortos, muitos executados com tiros na cabeça. Os políticos lhe deram anistia em nome da "democracia". Isto foi a cerca de 20 anos atrás! Os mesmos vinte anos que Lula pediu, em sua primeira posse, para "mudar" o Brasil. Se o STF permitir a posse do Toffoli, será o primeiro passo rumo a mais do mesmo.

  38. Só para acrescentar algo ao título: a política sequestrou não só a justiça, mas a nação inteira, trazendo à esgotosfera tudo o que de bom ainda restava. Governo, instituições, educação, saúde, funcionalismo, está tudo profundamente aparelhado por petistas e não petistas cujo único propósito é ter a garantia de uma boa vida paga pelos cofres públicos que a riqueza gerada pelos que ainda trabalham...

  39. Corajorsa!!!! Esta certissima quando afirma que o CNJ nao quer investigar os juizes corruptos. Basta a receita analisar a evolução patrimonial. Enfim vai demorar anos e anos para mudar a cultura da impunidade no Brasil.

  40. Estarrecedora entrevista de quem possui credibilidade e respeito... que precisa ser amplamente divulgado ao povo brasileiro para que se levantem e lutem contra esta caótica situação de mais uma tragédia anunciada !!

    1. ...precisamos eleger alguém que se comprometa em diminuir e alterar critério de magistrados (porcamente nomeados)...

  41. Estou estarrecida! Apesar de já desconfiar de que essa sujeirada toda existe no judiciário, fiquei arrasada com a confirmação. Só saindo do país.

  42. Se pelo menos tivéssemos uma forças armadas decente....como não temos, a única maneira de acabar com isso é matando. E teríamos que matar muitos. A corrupção tomou conta de todos os órgãos públicos. Aí eu pergunto. Votar pra que?

  43. Sem sombra de dúvida a melhor e mais esclarecedora entrevista dada à revista. Inclusive sugiro que ela fosse maciçamente divulgada e livre acesso a leitura.

  44. Formidável entrevista!Desnuda completamente uma importante esfera de poder!Parabéns ao repórter e também a esta grande juíza!

  45. Meu Deus, esses brasileiros são... o que?! Só vêem o próprio umbigo? Não percebem que estão devorando a si próprios?! Que não chegarão a lugar algum pois não restará um lugar decente para viverem neste país? Bem, claro, que ingênua... Ricos e pomposos, irão desfrutar de seus dólares em algum país que conseguiu acabar com gente como eles. E ao Brasil só restará a ruína moral e econômica.

  46. Depois de ler a entrevista da grande Eliana Calmon fiquei triste. Como ela é uma criatura muito correta e não fala à toa, percebi o futuro dos meus netos. E meu coração doeu mais ainda, porque vi há pouco tempo que a única esperança dos bons brasileiros, as Forças Armadas, está descartada. Sem FFAA e STF limpos, quem vai zelar pela Constituição? Aposto que a primeira ação do Congresso, na próxima legislatura, será modificar a Constituição.

  47. Seguindo desta forma, a Justiça também acabará por se destruir. Quanto vale uma gorda aposentadoria pública na Venezuela? Uns 30 a 40 dólares? Tem deputado espanhol querendo votar "bolsa-exílio" para os que fugiram e já não recebem nada! Em que país esta turma estará a salvo, quando o povo quebrado pedir a cabeça dos responsáveis? A Justica tem que se auto-expurgar! O STF está com a bola. Pode começar não aceitando Toffoli na presidência.

  48. Compartilhando com a seriedade da entrevista e como membro aposentado do Ministério Público do Estado de São Paulo, devo manifestar a minha grande preocupação com o momento político que vivemos, agravado pelas escandalosas decisões do STF. Discordo da ilustre e atual advogada ao afirmar que, diante desse quadro devemos comprar uma passagem e sair do Brasil, pois acredito que a luta de pessoas honestas e unidas poderá transformar o doloroso quadro em se apresenta. Obrigado, cara dra. Eliana.

  49. Uma das melhores entrevistas que eu li nos últimos dez anos. O atraso e subdesenvolvimento do Brasil tem raizes muito profundas. Desnudar os problemas assim já é um começo, porém, é difícil ter esperança que um dia sairemos desse lamaçal.

  50. Excelente entrevista. Esclarecedora. É preciso que os brasileiros leiam essa entrevista. Agora, tenho certeza: o Brasil com esse congresso e judiciário, principalmente o STF, NÃO TEM MAIS JEITO.

  51. Esterrecedor, mas bem previsivel. Desse jeito dá para intuir o motivo do brasil não sair do atoleiro em que está metido. Em tempos idos o poder militar ainda podia ser uma esperança, mas como está hoje não existe mais essa possibilidade. Chegamos ao fim da linha...

    1. Precisamos que esta entrevista seja lida e relida por pelo menos 3 gerações. Liberem. Urge ser reproduzido em todos os portais.

    2. Boa ideia, Mara. Oh CRUZOÉ, leva esta entrevista para o continente!

  52. Que entrevista esclarecedora, como esta senhora é corajosa, inteligente e sempre me surpreende com sua franqueza. Meus filhos ainda não terão o país que desejamos, sinceramente, não creio que nem os bisnetos terão.😣

  53. Parabéns, senhora Eliana Calmon, pela entrevista e podermos nos informar do obscuro mundo corrúpto dos poderes no Brasil. Diante das decisões imorais do judiciário que vemos, só mesmo DEUS para nos SALVAR!

  54. Nuvens pesadas sobrevoam os céus de Brasília e metem medo em todos os que querem um país melhor para viver, trabalhar, investir e gerar empregos. Nuvens pesadas e escuras provocam e causam insegurança, motivo maior da atual fuga de moedas fortes para outros rincões do planeta. Nuvens pesadas e escuras tem o condão de parar o país. Nuvens pesadas tem nome, data e lugar onde se dará o início à catástrofe que tem o condão de destruir a democracia deste belo país: Tóffoli, Setembro, Brasília.

  55. Essa reportagem transpira "sangue", sangue de brasileiros inocentes e, que com a vida pagaram o preço, ........., até quando?

  56. Li, com meu marido, a entrevista com a Dra. Eliana Calmon. Acompanhamos a política há muitos anos. As Constituições são cópias das anteriores. Quem tem consciência, e vê as sessões da Câmara e do Senado, observa o "toma lá e dá cá" principalmente na Câmara, vício dos deputados com 5 ou 6 legislaturas ou até mais, induzem os novos parlamentares ensinando-lhes o toma lá e dá cá. Para livrar os brasileiros deste parlamento maldito, o povo em massa tem que partir para uma Constituinte exclusiva.

  57. Nosso judiciário é outra vergonha nacional, principalmente as cortes máximas. Que possam aparecer mais juizes como Moro, para mudar essa situação.

    1. Com certeza Hélio, essa matéria merecia primeira página em todos os jornais do Brasil e do mundo!

  58. De todas as entrevistas, desde o início da Crusoé, esta é a mais verdadeira e impactante. Parabéns a ex-ministra pela coragem. PS: Daria uma ÓTIMA vice do nosso presidente Jair Bolsonaro.

  59. Minha senhora. A senhora é um pouquinho atirada pro lado do PT, sabe? Dizer que o juiz Moro foi exagerado em permitir a condução coercitiva de lula!!! Que maluquice? E os outros brasileiros conduzidos coercitivamente? Aí pode? Huummmm!!!! Não me cheira bem, não! Quanto às gravações lula/dilma, minha senhora, até o ministro Teori foi a favor! Nossa!

  60. Eliana Calmon talvez seja uma das pessoas que mais pode ajudar o Brasil a romper com as estruturas viciadas do Poder. Esta entrevista, em qualquer país sério ensebaria medidas drásticas como CPIs, auditorias independentes, e uma reação tronitroante dos integrantes da cúpula do Judiciário, mas nada disso acontecerá justamente porque todos sabem que corresponde à mais pura e cristalina verdade, que o Mecanismo não tem nenhum interesse de mudar, e sim de proteger, acobertar, compartilhar. Revoltemo

  61. essa brava mulher é um clarão de luz em meio a densas trevas......sem demérito ao juiz Sérgio Moro, Eliana Calmon tem estatura bem mais elevada.......ainda não reconhecida........

  62. Ela seria crível se não tivesse as intenções politico-partidárias. Erigiu uma bandeira palatável aos leigos para ficar conhecida e se eleger. Os processos em que ela perseguiu diversos juízes não deram em nada por absoluta falta de fundamentação fática. São Paulo, que é a pedra no sapato dela, sempre puniu os juízes que se revelaram corruptos ou desidiosos. Ela é esquerdista e alopradamente desmoraliza quem não merece. Tenham certeza de que nosso Judiciário é composto de muitos Moros.

  63. Deixei... mas SUMIU!!!???... será por conta da parte que sugiro que uns caras como o lulla e o collllor, para aparecerem na mídia, seriam capazes de um tudo, até mesmo de subir numa mesa e rodar a baiana, com uma saia bem curtinha e sem calcinha?

  64. Temos algumas mulheres nesta nossa vergonhosa republiqueta bananeira que possuem bem mais hombridade que alguns anões políticos. Ao comparar esta, tão forte, tão verdadeira, tão nobre e tão altaneira, com idiotas como o Lulla (sim, com 2 L, igual o collor e este sim, com minúscula) que tanto sublimam o ridículo, eu daria a ela um Nobel. Fazem tais palhaços, de um tudo para aparecer e pode-se até imagina-los vestidos de baiana, rodando a própria, sem calcinha, subindo na mesa para sair na mídia!

  65. Essa baiana tem uma exceção, ela comunga do pensamento esquerdista, onde o menor que estupra, coloca fogo em morador de rua, latrocida e ect... , nas palavras dela, "não pode ser presos pq o lugar dele é na escola e não numa prisão"

  66. Dra. Eliana. Ótimo a senhora esmiuçar e atirar contra um judiciário político. Mas, vamos combinar, apoiar Marina Silva???? Por quê? Marina foi petista, e ainda é, embora em outro partido. Aí, já acho que a senhora não está certa. Marina fala igual a dilma!!!!!! Nada se entende!

  67. E a constatação do que já sabemos.Triste saber que diante do sistema muitos se acovardam,não se levantam ,não se unem,não lutem pra fazer a diferença.Se redem e muitos talentos se perdem. Jovens juízes que pela mensagem passada pela mais alta corte do país,constatam que tudo que vale é o poder e a vida fácil e nós permanecemos na baixa instância do atraso e as oportunidades de mudança se perdem com o alvará daqueles que detém o poder . Obrigada pela sua coragem e por ter feito a diferença

  68. É apenas a constatação do que já sabemos. O triste é que homens e mulheres de bem que poderiam se levantar ,se unir e nadar contra essa correnteza se acovardam diante do sistema , talentos são perdidos , mudança fundamentais não ocorrem e nós permanecemos um país atrasado em todas as instâncias. O STF a mais alta corte do país passa essa mensagem para os jovens juízes, tudo pelo poder e vida fácil. Obrigado a essa mulher corajosa por ter tentado fazer a diferença, e fez.

  69. Se algum candidato falar que vai nomear Eliana Calmon como Ministra da Justiça, com amplos poderes, votarei nele, independente de quem seja...

    1. Se o Congresso aprovar a redução e o presidente não vetar, Ministro da Justiça não tem o que apitar...

  70. Muito boas as explanações dessa corajosa ex-ministra. É e será pouco lida e, principalmente, compreendida- e aí está a razão maior das dificuldades para as mudanças tão essenciais à retirada dos bloqueios ao desenvolvimento de nossa sociedade; e, aí, a falta de universalidade de nosso sistema educacional- e sua baixa qualidade média- como nosso entrave principal.

  71. É um apena que uma pessoa que teve tanto acesso aos meandros da corrupção não perceba que se filiar à REDE de Marina é estar atrelada ao comunismo, na estratégia gramsciana de esquerdizar o centro. A Marina está a serviço de Lula e do comunismo, está bem disfarçada de centro para tirar votos de quem pode combater o comunismo.

  72. Excelente reportagem! Parabéns Eduardo Barrretto! Parabéns MM Eliana Calmon. Vamos replicar esta reportagem, o Brasil é o mundo precisam ler isto.

  73. Que entrevista. Que caráter. Que mulher digna e corajosa. Nessas últimas semanas duas grandes juízas mulheres dominaram a cena nacional: Laurita Vaz e Eliana Calmon. Ainda não é uma seleção. É uma dupla. Me parece um começo promissor.

  74. Se Dra não conseguiu investigar o judiciário e ainda nos manda comprar uma passagem só de ida, só resta o aeroporto. Mas ainda confio no Jair Bolsonaro

  75. Parabéns ex-ministra, sempre muito incisiva e forte, precisamos que a senhora se manisfeste mais e nos ajude a tentar melhorar a Justiça no país.

  76. Fico pensando... no comentário abaixo o colega sugere publicar no Antagonista. Seria bom. Melhor ainda seria se conseguíssemos transmitir essa entrevista em horário nobre da TV, não sei se alguma emissora permitiria, mesmo se fizéssemos uma vaquinha para pagar o horário.

  77. Quando e Se investigarem a tal São Paulo mencionada pela ex-Corregedora muitas coisas ditas e tidas como verdade serão desditas .

  78. Desanimador ler esta entrevista da Dra. Eliana Calmon. Me parece pessoa íntegra e desiludida com a estrutura do judiciário e,por consequencia, com a lei.

  79. Eliana é o ponto fora da curva nesta loucura chamada Brasil, onde o ponto fora da curva deveria ser apenas esta corja de toga. Parabéns pela entrevista com esta digna senhora que não se cala.

  80. Com essa entrevista, fica cada vez mais claro que estamos num buraco sem fim. Já vou começar a me organizar para comprar passagem e viver longe desse País. É triste, mas é verdade!

  81. Que grandiosa,esclarecedora e horripilante realidade por trás deste conglomerado babel de conhecimento.Ou seja!O país está perdido...E o povo sem armaduras.

  82. Até que enfim uma magistrada abdica do juridiquês, para ratificar em bom Português ,o que ,os brasileiros decentes e com um mínimo de discernimento, pensam! Vida longa Ministra Eliana Calmon!!!!

  83. Infelizmente a doutora Eliana não está mais em exercício de poder para ajudar mais incisivamente a mudança que queremos para o país. Parabéns a ela.

    1. Guerreira de 1° mundo, junto com Moro, Bretas eles são os verdadeiros políticos, eles são nossos protetores e defensores. Espero com todas as minhas forças, que mais brasileiros dessa qualidade, se encorajem e comecem a aparecer. Força

    2. Doutora Eliana, exemplo de patriotismo, lucidez e coragem. E porquê as presidentes atuais do STF e PGR não tem os mesmos valores morais?

  84. Ótima entrevista, deveria ser publicada na integra no Antagonistas. Uma entrevista dessas não deve ficar limitada aos assinantes!

    1. Concordo plenamente! Frutos de uma boa imprensa devem ser amplamente disseminados. Façam isso em benefício da sociedade brasileira.

    2. Concordo plenamente. É um dos mais esclarecedores e frustrantes textos publicados nos últimos tempos. Somos um país condenado.

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