Foto: Reprodução/X Javier MileiFoto: Reprodução/X Javier Milei

Lula do avesso: Milei manda helicópteros para Ucrânia e apoia Israel

15.12.23 15:11

O presidente da Argentina, Javier Milei (foto), tomou posições em política externa que são opostas às do presidente Lula em sua primeira semana de governo.

Milei recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em sua posse, em Buenos Aires. Nesta sexta, 15, foi divulgado que ele deve doar dois helicópteros Mi-17E para a Ucrânia. Os aparelhos estavam sendo usados em missões na Antártida, mas foram encostados no hangar porque um acordo de manutenção com a Rússia foi cancelado por causa das sanções. A Ucrânia, contudo, tem capacidade para colocá-los no ar novamente.

A atitude é oposta a de Lula, que disse que Zelensky quis a guerra e tentou jogar a culpa do conflito na Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan.

Milei também prometeu mudar a embaixada da Argentina para Jerusalém, um gesto que agrada bastante ao governo de Israel. Desde que esse país foi fundado, a capital funciona em Jerusalém, mas vários países preferiram deixar suas embaixadas em Tel Aviv, como uma maneira de pressionar os israelenses a negociar com os palestinos. O presidente argentino também disse que viajará para Israel e nomeou um rabino, Shimon Axel Wahnish, para comandar a embaixada argentina no país. Wahnish foi quem introduziu Milei no estudo da Torá, a Bíblia judaica.

Não existe a menor chance de Milei proferir uma declaração dizendo que Israel está cometendo atos terroristas, realizando um genocídio ou “matando inocentes sem nenhum critério“.

Milei tem buscado um alinhamento com o Ocidente, com os Estados Unidos e com Israel. Vai, portanto, na contramão da atual política externa brasileira, que apoia um “mundo multipolar“, não dominado pelos americanos.

Esse alinhamento com o Ocidente tem a ver com uma posição ideológica e religiosa, mas também com a necessidade de conseguir acordos que possam amenizar a situação econômica da Argentina“, diz o analista argentino Andrés Serbin, da consultoria Cries, em Buenos Aires.

O problema, para Serbin, é o comportamento que Milei tem adotado com os países do Brics. “Após criticar a China, Milei foi pragmático e se aproximou dos chineses. Mas não entrar nos Brics foi um erro, porque a Argentina poderia se beneficiar bastante, sem que isso gerasse prejuízos para o país“, diz Serbin.

 

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  1. Ainda que esteja cometendo alguns tropeços Milei parece estar sendo muito melhor estrategista que nosso velho e desgastado Pai dos Pobres.

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