Governo do QuêniaWilliam Ruto, o presidente queniano, em encontro com Joe Biden nesta semana

O Quênia mostra a que veio

26.05.24 08:14

A visita do presidente do Quênia, William Ruto (foto), ao presidente americano Joe Biden (foto), nesta semana, acabou colocando o governo de Nairóbi como uma exceção improvável na África: um país democrático, estável e que busca maior projeção internacional, em uma das regiões mais conflituosas e subdesenvolvidas do planeta, parece estar conseguindo o que quer.

Na primeira ida de um líder do continente à Casa Branca desde 2008, o presidente queniano conseguiu um compromisso de Biden que os EUA trabalharão para incluir o Quênia como um “aliado importante extra-Otan”. 

O Brasil integra esse bloco desde 2019, e apenas Tunísia, Egito e Marrocos fazem parte do grupo extra-Otan no continente africano. O Quênia tenta ser a primeira nação da África sub-Saariana a integrar essa cooperação militar — um título que não obriga o bloco a defender o país, mas aproxima seus setores de defesa. A Casa Branca se comprometeu a entregar nos próximos meses 150 blindados e 16 helicópteros militares usados a seu novo parceiro militar.

O governo de Ruto — eleito em 2022 em uma eleição contestada, mas considerada transparente por analistas internacionais — ainda conseguiu um acordo que pode incluir o país no programa de financiamento americano para semicondutores. Ambos os países ainda assinaram acordos para as áreas de inteligência artificial e cybersegurança. Até o ex-presidente Barack Obama resolveu se encontrar com o líder africano.

No entanto, Ruto parece ter falhado em sua segunda missão no continente: no Haiti, onde o país deve comandar as forças de segurança com 2.500 homens que tentam estabilizar a ordem no país, afetado por seguidas crises sociais e dominado por gangues. 

O plano original, onde o Quênia iria capitanear a Minustah, a missão das Nações Unidas no país, quase não saiu do papel. Agora, a ideia era sincronizar a visita a Washington com as chegada das primeiras tropas ao país. Segundo a agência Reuters, no entanto, o envio foi adiado. Isso não impediu o presidente queniano de garantir que seus homens acabarão com as gangues no país caribenho.

Leia mais em Crusoé: A visita do Rei Charles ao Quênia, vespeiro deixado pela sua mãe

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