Uma desapropriação muito estranha

16.12.22

Os petistas Fernando Haddad (futuro ministro da Fazenda) e Guido Mantega (antigo ministro, de triste memória) devem estar felizes pelos amigos responsáveis pela Reserva Raposo, um mega-empreendimento imobiliário que está prestes a entregar suas primeiras unidades.

A construção do complexo de condomínios, que se apresenta como “o maior bairro planejado de São Paulo”, foi cheia de peripécias. Na primeira delas, Haddad, então prefeito da capital do estado, assinou o decreto de desapropriação de uma área vizinha à futura Reserva Raposo, em julho de 2016. Os donos do terreno obtiveram na Justiça a revogação do ato, apontando nele uma série de irregularidades. Entre elas, o fato de que Haddad justificou a desapropriação como sendo necessária para a implantação de um terminal rodoviário — sendo que já existia um espaço destinado à mesma finalidade, a apenas 1,5 quilômetro dali.

O Antagonista, naquela época, descobriu outros detalhes interessantes sobre o caso. À frente do pedido de desapropriação aparecia Victor Sandri, ex-assessor de Mantega apontado como seu operador em um esquema de fraudes no BNDES. Há duas semanas, o MPF pediu que o ex-ministro seja condenado criminalmente por esse caso. Por trás do investimento na Reserva Raposo, encontra-se o empresário José Ricardo Rezek. Pouco depois de Haddad assinar o famigerado decreto, ele se tornaria o segundo maior doador da campanha de reeleição do petista à prefeitura. Mais tarde também ficou claro que Sandri e Rezek eram sócios.

Atualmente, a Reserva Raposo ameaça se tornar um mico. Só uma fração dos 18 mil apartamentos previstos foi vendida e o valor do fundo de investimentos que financia a obra despencou.

Agência BrasilAgência BrasilHaddad: um rolo dos seus tempos de prefeito

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