Jefferson Rudy/Agência SenadoSergio Moro, durante discurso no Senado. Interessados em vaga ficaram em silêncio

“Abutres de Moro” ficam em silêncio

22.05.24 10:24

Quando as primeiras movimentações sobre um processo eleitoral pedindo a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR; foto) começaram a aparecer na imprensa paranaense, a possibilidade de que o ex-juiz da Lava Jato perdesse o mandato ouriçou parte da classe política do estado — com muitos deles abertamente interessados no próprio mandato do parlamentar. Um veículo paranaense, com linha editorial mais favorável ao PT, chegou a indicar que a eleição suplementar já teria data marcada, no dia 1º de dezembro.

Nesta quarta-feira, 21, um dia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir de maneira para manter o mandato do senador, todos eles permaneceram em silêncio.

Roberto Requião (Mobiliza), que deixou o PT quando viu que sua candidatura não seria garantida no partido de Lula, manteve-se em silêncio em suas redes sociais — onde normalmente é bastante ativo. Nesta terça-feira, data do julgamento, Requião falou sobre Eletrobras e Rio Grande do Sul, mas manteve-se silente após o resultado ser confirmado pela corte eleitoral.

O deputado estadual pelo Paraná Requião Filho (PT), que também cogitou a vaga, falou à época do início do julgamento que “eu só abro mão [de uma candidatura ao Senado] para o Requião, dentro do PT ou fora dele”. Hoje, ele não tocou no assunto, preferindo um tutorial sobre como dar nó de gravata.

Ex-líder de Jair Bolsonaro na Câmara e ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff, Ricardo Barros (PP) disse no ano passado que “havendo eleições suplementares, irei concorrer”, mas que “temos ideia do prazo, e se o tribunal irá manter a jurisprudência”. Hoje secretário da Indústria e Comércio do Paraná, Barros até passou o dia em Brasília, acompanhando a frente de prefeitos e audiências na Câmara, onde foi tietado. Publicamente, no entanto, nenhuma manifestação sobre o julgamento.

O deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL-PR) também passou o dia em silêncio. Na hora do julgamento, ele preferiu comentar a anulação das provas da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht, ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.

E Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo estado e presidente nacional do PT, é o caso mais curioso entre os possíveis candidatos à vaga que nunca se abriu. Crítica histórica de Moro — e uma das coordenadoras da ação do PT julgada nesta terça-feira — ela preferiu comentar a anulação das condenações de José Dirceu e o reconhecimento da Palestina por três estados europeus. Sobre o caso de Moro, encerrado de maneira unânime, nenhuma palavra pública.

No meio de um silêncio que falou por si só, o senador foi o único a se manifestar. Em coletiva de imprensa nesta manhã, ele disse que a decisão encerra o espírito de revanchismo da justiça brasileira.

O fator predominante nisso tudo é, evidentemente, que a lei e a Justiça estavam ao meu lado neste caso. Não havia fatos que justificavam a cassação”, disse Moro. “Nós pudemos ver, tanto no julgamento do TRE quanto no julgamento no TSE, votos muito sólidos, tanto do relator do TRE quanto do relator aqui no TSE e dos demais desembargadores e ministros”, acrescentou.

Leia na Crusoé #274: Os abutres de Moro

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  1. Moro nunca mereceu ser cassado. O que ele merece, e com muita justiça, é ser CONDECORADO pelo seu brilhante trabalho na Lava Jato. O que o STF fez, “descondenando” os bandidos da Lava Jato, foi uma vergonha para a justiça e para as pessoas honestas deste País. Enfim, a maioria dos brasileiros mostrou que, na politica, prefere que o País seja comandado por ladrão. Infelizmente. Moro ainda será Presidente do Brasil!!!! 🙏🙏🙏

  2. Força, Senador Moro. A esquerda putrida, representada por zLULE, gleise asquerosa vão atacar novamente. 36 vem aí, vamos joga-los no lixo. E, julgá-los pelos crimes passados e presentes. Hoje, aos montes.

  3. Moro foi absolvido, com justiça, mas o relator fez questão de deixar pairando no ar uma espada sobre sua cabeça, ou seja, se não se comportar, daremos o sinal ao MPF para contra-atacar. Espero que o Senador não fique intimidado e deixe de atuar com coragem quando preciso for.

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