Edilson Rodrigues/Agência Senado

“Os boatos sobre minha cassação eram exagerados”: o que Moro tinha a dizer após julgamento

22.05.24 12:28

Ao abrir o seu primeiro pronunciamento após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manter seu mandato por unanimidade, nesta quarta-feira, 21, Sergio Moro (União-PR) usou de um chavão inspirado em uma das frases mais famosas do escritor americano Mark Twain (1835-1910).

“Os boatos sobre minha cassação eram exagerados”, iniciou o parlamentar, rememorando a frase supostamente dita pelo escritor de que “os rumores sobre minha morte foram exagerados”.  

Agora livre das questões eleitorais que ameaçavam seu mandato, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro preferiu agradecer ao julgamento “unânime, técnico e independente”, que rejeitou “as acusações mentirosas” que motivaram a ação do PT e do PL contra sua candidatura de 2022.

A tese de que ele teve gastos não declarados em campanha quando ainda era pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, entre 2021 e 2022, não colou entre os seis ministros e a ministra Cármen Lúcia. O precedente que afastou a então senadora Selma Arruda (PSL-MT) em 2019, pelas mesmas questões que assombravam Moro, agora foram inócuas.

Moro usou da sua fala para defender a Lava Jato mais uma vez — “produto, sim, das instituições brasileiras, em relação ao qual eu tive uma participação relevante”. Ao dizer que para parte da população seria impossível obter aqueles resultados, Moro disse sentir orgulho de promover “a lei ser aplicada no país mesmo frente a pessoas poderosas.”

Depois de rever sua história pública, o hoje senador voltou a defender a decisão do TSE, que seria “uma vitória da lei e da Justiça”. E se disse orgulhoso de integrar o Senado, cargo que ele indicou querer manter até o final em 2031. “Meu plano em 26 é apoiar um candidato que consigamos defender as pautas. Eu sou oposição ao governo Lula, pretendo continuar sendo oposição ao governo Lula e vejo o país no rumo errado em vários cenários.

Apesar disso,Moro segue no União, partido que integra parte da base governista no Congresso Nacional, contando inclusive com ministros no Turismo (Celso Sabino), Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes) e Comunicações (Juscelino Filho).

Vale lembrar que, após o julgamento no TSE, os políticos que já indicavam publicamente buscar competir pela cadeira do senador preferiram manter o silêncio após o julgamento.

Leia na Crusoé: “Os abutres de Moro” ficam em silêncio

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