Agência Brasil

Lava Jato encontra áudio de ex-gerente da Petrobras confessando propinas a Lobão; ouça aqui

18.06.20 13:47

A Operação Sem Limites, 72ª fase da Operação Lava Jato, mira um suposto “filho postiço” do ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, do MDB. Os investigadores encontraram um áudio de um ex-gerente da Petrobras, em que ele confessa ter sido apadrinhado pelo senador, após aceitar a pressão por propinas de seu operador em contratos no Maranhão, reduto do emedebista.

OUÇA:

O “filho postiço” seria Carlos Murilo Goulart Barbosa, que já era investigado por propinas para fornecimento de asfalto pela empresa Sargeant Marine. Os investigadores foram surpreendidos também pela atuação dele na área de trading da estatal. Carlos Murilo foi alvo de busca e apreensão nesta quinta, 18.

Lobão já havia sido citado pelo lobista Jorge Luz, confesso operador de emedebistas no Senado, como beneficiário de propinas em contratos com a Sargeant Marine. O emedebista é réu na Lava Jato pelo recebimento de 2,8 milhões de reais em propinas na construção da Usina de Belo Monte, em outra investigação.

Segundo a Lava Jato, foi encontrada no pen drive de um advogado investigado uma confissão cristalina e detalhada do ex-gerente da Petrobras Carlos Roberto Martins Barbosa sobre propinas a Lobão, que teriam sido objeto de pressão de Carlos Murilo, homem de confiança do emedebista.

“Eu fui abordado por um filho postiço do senador Edison Lobão onde ele me apresentou ao ministro. Eu tive duas vezes em Brasília fazendo uma palestra de geopolítica do petróleo e uma palestra de bunker. Nessa ocasião o ministro Edison Lobão pediu que fosse montada uma operação de bunker no Maranhão e assim foi feito né”, narra.

Segundo o ex-gerente da Petrobras, o projeto foi feito, mas não se mostrou viável do ponto de vista econômico e operacional. “Então isso foi abortado. Esse filho postiço do Edison Lobão, que é o Murilo Goulart Barbosa, começou a me pressionar para receber propinas da área de óleo combustível e bunker”.

Ele relata que, a partir de então, entre 2007 e 2010, os pagamentos foram viabilizados. “Então o Edison Lobão me apadrinhou né e eu fiquei lá trabalhando né”, afirma.

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