Ricardo Stuckert/Lula Oficial via Flickr

Lula vai ao 1º de Maio no estádio endividado do Corinthians

30.04.24 13:02

O presidente Lula vai, neste 1º de Maio, discursar na festa unificada das centrais sindicais em São Paulo. Uma tradição do petista junto a uma de suas bases de apoio mais antigas, neste ano o ato ocorre pela primeira vez no estacionamento do estádio do Corinthians, a Neo Química Arena, na zona leste da cidade.

Trata-se de um símbolo da primeira passagem do petista pelo poder. Em setembro de 2010, surfando em uma alta popularidade e às vésperas de emplacar Dilma Rousseff como sua sucessora, Lula se juntou ao então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, para anunciar a construção do estádio no centenário do clube. 

O contrato de construção da arena, que recebeu os jogos da Copa do Mundo de 2014 na capital paulista, caiu nas mãos da Odebrecht — Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da empresa, chegou a dizer em delação premiada que o estádio bilionário era um pedido pessoal do petista. O próprio Andrés Sanchez disse, durante a construção, que apenas ele, Lula e Emilio sabiam dos custos reais da empreitada.

Hoje sabe-se que a dívida pelo estádio no colo do Corinthians ainda está na casa das centenas de milhões de reais, e é uma dor de cabeça para a sua credora, a Caixa Econômica Federal. Com dívidas crescentes, não apenas o Corinthians não é um devedor comum, como é o time de coração de Lula, o que pode interferir no resultado das negociações.

No fim do mandato de Duílio Monteiro Alves como presidente do clube, se tentou abater parte das dívidas pela construção do estádio com a cessão dos direitos de nome da arena. A sugestão não foi aceita pelo banco, e mesmo a ideia de trocar precatórios pela dívida foi cogitada — a proposta, se levada a cabo, tornaria o banco público credor do próprio governo. Sem respostas, o clube empurra a dívida com a barriga, enquanto a Caixa tenta destravar seu pagamento.

 

Leia mais em Crusoé: Lula e os seus encrencados amigos socialistas europeus

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