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Ex-agente da ditadura e médicos são denunciados por morte de militante

24.01.20 11:48

Um ex-agente da ditadura e dois médicos legistas foram denunciados pelo Ministério Público Federal de São Paulo, por envolvimento na morte da militante política Neide Alves dos Santos, em janeiro de 1976. O ex-comandante do Destacamento de Operações e Informações (Doi-Codi) Audir Santos Maciel é acusado de homicídio qualificado. Os médicos Harry Shibata e Pérsio José Ribeiro Carneiro teriam forjado um laudo necroscópico para omitir as verdadeiras circunstâncias do óbito, de acordo com a denúncia do MPF, e vão responder por falsidade ideológica. O processo tramita na 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

Militante do PCB, Neide chegou a um hospital público com queimaduras graves. Segundo o MPF, os agentes da ditadura teriam forjado um laudo para indicar que Neide havia tentado suicídio ateando fogo ao próprio corpo. Na denúncia, o Ministério Público Federal alega que, como se trata de um crime contra a humanidade, não cabe prescrição ou anistia nesse caso. Ainda segundo o MPF, o assassinato de Neide “ocorreu em um contexto de ataque generalizado do Estado brasileiro contra a população civil”. A denúncia é assinada pelo procurador Andrey Borges de Mendonça.

Neide Alves dos Santos foi uma das vítimas da chamada Operação Radar, que, entre 1973 e 1976, teria matado 19 militantes. A morte ocorreu dois meses após o caso Vladimir Herzog. Além da denúncia por homicídio e falsidade ideológica, o MPF pede o cancelamento da aposentadoria dos acusados e a perda de medalhas e condecorações eventualmente entregues aos denunciados.

Em uma ação civil pública em que o MPF pediu o ressarcimento de danos ao erário causados pelas torturas, o ex-comandante do Doi-codi alegou que “não é lícito o réu ser julgado, após a anistia, pelos supostos crimes praticados nas dependências do Doi-Codi, porque estaria se ferindo o princípio que norteou o espírito da lei de concessão da anistia”. Ainda segundo a defesa de Audir, “houve anistia recíproca”.

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  1. Desespero em criar fatos políticos. Essa esquerdalha sabe bem que não vai dar em nada. Já tentaram várias vezes e nem aos Tribunais chegou. Anistia é anistia; vira a página e os dois lados seguem a vida no país. Como nada mais tem a noticiar e ladrar, essas criaturas ficam vivendo de fofocas e feijão requentado. Além disso, vamos contar a verdadeira história da "sangrenta ditadura", que em 25 anos cometeu crimes contra a humanidade...exterminou 400 terroristas. (Dados da Comissão da Vingança).

  2. não se pode e nem se deve esconder a verdade.... mas certos processos não ajudam em nada o país e atrapalham muito... quem pediu para ver, abrir, investigar? - quais os interesses em mexer nestas coisas... após mais de 40 anos e após a anistia

  3. E as provas? Estes caras devem estar delirando. "Contexto de ataque generalizado à população civil"? Estes caras devem estar assistindo muitas séries. Quanta imaginação. Ou devem ser jornalistas de esquerda.

    1. Exato, Miguel. Quem viveu àquela época sabe bem quem eram os do bem e os do mal. Garanto que essses anistiados e "perseguidos" não eram do bem. Pior é pagarmos indenização aos baderneiros e lermos notícias como esta.

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