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Com “lanche na Paulista”, Irã já organizou manifestações “pró-Palestina”

29.04.24 17:52

O regime iraniano tem buscado tirar proveito dos protestos antissemitas e “pró-Palestina” nas universidades americanas. Isso ocorre porque a teocracia xiita sempre se aproximou de grupos contra Israel, tanto que também financiou, no Brasil, manifestações que se diziam a favor dos palestinos.

Na semana passada, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, divulgou nas redes sociais diversas mensagens enaltecendo os protestos antissemitas em universidades americanas e europeias.

Eles dizem: ‘Por que você está apoiando a Palestina?’ Hoje, o mundo inteiro apoia a Palestina. As pessoas apoiam a Palestina nas ruas da Europa, em Washington e em Nova York“, escreveu Ali Khamenei na quarta, 24.

Os governos ocidentais dizem que a Frente de Resistência é terrorismo. Isto acontece em um momento em que as pessoas hasteavam a bandeira do Hezbollah numa rua dos EUA. As pessoas do mundo apoiam a Frente de Resistência porque resistem e porque são contra a opressão“, escreveu o líder supremo do Irã.

 

Os protestos pró-Palestina no Brasil

Quem falou sobre o apoio do Irã a manifestações pró-Palestina no Brasil foi o xeque Rodrigo Jalloul, em seu livro Intrigas no Reino de Allah, lançado em janeiro de 2023.

Na obra, relata-se que Rodrigo recebeu de um representante do Irã, de nome Hassan, uma proposta para realizar uma manifestação pró-Palestina, o Dia Internacional de Jerusalém, na avenida Paulista, em São Paulo, em 2017 (a foto desta reportagem é do ato de 2018).

Você sabe que um líder religioso xiita, além de atuar no segmento religioso, precisa se posicionar politicamente sobre questões locais e internacionais. Você sabe muito bem como o Irã se posiciona diante da Questão Palestina e tenho certeza que você também não apoia as atrocidades que a entidade sionista pratica contra os palestinos. Então, minha proposta é simples: se você aceitar, nós enviamos verbas para o Brasil e você lidera a passeata no Dia Internacional de Jerusalém“, diz Hassan para Jalloul.

Jalloul perguntou, então, o que ganharia com isso. Hassan respondeu: “Você é um líder religioso, vai ganhar visibilidade. Nós queremos que seja feita na avenida Paulista, não pode ser em nenhum outro lugar, só lá mesmo porque é um lugar famoso mundialmente“.

O valor combinado como “gratificação“, que seria dada pelo Irã, foi de 16 mil reais, segundo o livro.

Para organizar a manifestação, Jalloul pediu ajuda ao “tio Neco“, pois achava que pouca gente participaria do evento. Uma feira estaria ocorrendo na mesquita do Brás, ao mesmo tempo.

Deixa comigo, eu mesmo vou falar com todo mundo e ainda pedir para a garotada da feira te dar uma força. Eles não têm nada para fazer mesmo, vão aproveitar para aprender um pouco de política e comer um lanche na Paulista“, disse o tio Neco a Jalloul.

As manifestações continuaram ocorrendo anualmente. Dois anos depois, o livro afirma que tinha ficado mais fácil recrutar pessoas, graças ao apoio “massivo de organizações como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), que já militava na causa há muito tempo“.

Ali Khamenei pode até achar que “as pessoas do mundo apoiam a Frente de Resistência porque resistem e porque são contra a opressão”. Mas a verdade inescapável é que ninguém “resiste” a um lanche na Paulista. 

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  1. Esse estado terrorista chamado Irã interfere em outros países mundo afora em total desrespeito à soberania dessas nações. Praticam atentados terrostas, estimulam nanifrstos e revoltas. Inaceitável. Precisa ser punido pelas nações democráticas.

  2. ELES APOIAM O HAMAS POIS SÃO MENTES DETURPADAS CUJA LAVAGEM CEREBRAL MATA OS NEURÔNIOS DEIXANDO SÓ O TICO E O TECO.

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