Governador chileno quer “red light district” em Santiago

O governador da região metropolitana de Santiago, Claudio Orrego, voltou a sugerir na última sexta-feira, 26, a instalação de um “bairro vermelho”, destinado à livre prática da prostituição, na cidade. A proposta tenta dar uma solução já vista em outros locais do mundo para a questão, e resolver uma surto de violência atrelado à prática.

A ideia do político é para resolver problemas de violência na região da avenida 10 de Julio, que é tomada por oficinas mecânicas durante o dia e por prostituição durante a noite. Com isso, vizinhos da região —não muito distante do Parque Almagro e do Palácio de la Moneda, sede do governo chileno— apontam o aumento de crimes, do comércio sexual e de brigas físicas pelo controle da região.

Por isso, Orrego resolveu ressuscitar uma ideia que já existe em outros países, mais notadamente no Red Light District, bairro de Amsterdã que se tornou o centro da prostituição legalizada na capital holandesa.

La situación que afecta al barrio 10 de Julio con alta sensación de inseguridad, comercio sexual en la vía pública e incivilidades en sus calles está sucediendo en gran parte de #Santiago. Necesitamos con urgencia más presencia policial en la zona y contar con un Barrio Rojo que…

— Claudio Orrego L. (@Orrego) April 25, 2024

“Sabemos que é uma medida muito controversa, complexa de implementar. É necessário mas ninguém quer”,  reconheceu o governador, em uma reunião sobre o tema. “É uma solução que buscaram países como a França, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Holanda, e acreditamos que é um tema que há de ser estudado”, continuou.

“Como se implementou em outros lugares, quais são os problemas que isso traz, onde poderia ser…são questões como essa. Mas se ficou claro que erradicar o comércio sexual de rua deve ser uma prioridade de todas as autoridades da Região Metropolitana”,  concluiu .

A discussão ocorre a poucos meses de uma eleição de prefeitos e governadores, que ocorrerá em outubro. A proposta chegou a receber apoio de parlamentares, como Emilia Schneider, que é deputada federal e faz parte do Convergencia Social, partido do presidente Gabriel Boric. Apesar da proposta ter o apoio do bloco de esquerda, a cobrança é que as trabalhadoras sexuais possam ter voz nas discussões de um futuro local.

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