Ainda de olho em ministério, Fraga aposta que estará livre da Justiça

O ex-deputado federal Alberto Fraga, do DEM, aposta que estará livre da Justiça em fevereiro, quando será julgada a apelação contra condenação a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto pela cobrança de 350 mil reais de uma cooperativa de transporte para liberar a circulação de micro-ônibus, quando ele era secretário de Transportes do Distrito Federal.

Conforme Crusoé revelou, Fraga é um dos principais atores na campanha de enfraquecimento do ministro da Justiça, Sergio Moro. O coronel da reserva da Polícia Militar de Brasília sonha com o posto de ministro da Segurança Pública, em uma possível recriação da pasta.

A proposta de desmembramento da pasta de Moro foi entregue ao presidente Jair Bolsonaro, na quarta-feira, 22, por secretários estaduais de segurança pública. Na manhã do dia seguinte, ele afirmou que estudava, com outros ministros, adotar a medida. Sob forte pressão da sociedade, o presidente recuou na manhã desta sexta-feira, 24. Mesmo assim, deixou aberta a possibilidade de se discutir o tema mais adiante.

Fraga já demonstrou força com Bolsonaro, ao emplacar o procurador-geral da República, Augusto Aras, também seu amigo. Como ministro de Segurança Pública, Fraga teria sob seu comando a Polícia Federal.

A condenação por concussão — exigir vantagem em função do cargo — tem sido o único empecilho para Fraga não assumir o tão almejado cargo no primeiro escalão de Bolsonaro. O próprio presidente já declarou que quer o amigo como assessor próximo mas que, para ser nomeado, ele precisava resolver as pendências com a Justiça.

O destino jurídico de Fraga depende da 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF. O relator do recurso, desembargador Roberval Belinati, vai apresentar seu voto na sessão de 10 de fevereiro. O processo, então, será distribuído a um revisor que deve incluí-lo na pauta no próximo mês.