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Por que o apoio à pena de morte cresceu entre os franceses

19.09.20 10:32

A França aboliu a pena de morte em 1981. Como membro da União Europeia, o país não pode autorizar a prática. Mas, segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos, 55% dos franceses atualmente se dizem favoráveis à medida, um aumento de 11 pontos percentuais em relação ao ano passado.

Parte da explicação está no fato de que para 46% da população o assunto que mais causa preocupação é a delinquência. O tema está no topo da lista de prioridades da população.

“O país tem registrado brigas nas periferias, disputas entre comunidades de imigrantes e até tumultos. Vários casos ganharam muita atenção na imprensa e nas redes sociais e passaram a nortear o debate político”, diz Mathieu Gallard, diretor de pesquisas do Ipsos França.

Segundo o instituto, a porcentagem de franceses que querem um líder capaz de manter a ordem subiu de 79% para 82% em um ano. Não por acaso, partidos de direita, como o Republicanos e o Reunião Nacional, da direitista Marine Le Pen, passaram a tentar colar no presidente Emmanuel Macron (foto) a pecha de “fraco no combate ao crime”.

A cobrança maior por lei e ordem apresenta um desafio para Macron. “Como seu partido, o República em Marcha, tem integrantes da direita e da esquerda, Macron tem tido dificuldade para traçar uma política de segurança. Ele não pode ser muito leve com o crime e nem ser muito rígido, como o presidente americano Donald Trump”, diz Gallard. “Provavelmente, a criminalidade será um dos grandes temas nas próximas eleições, em 2022”, concluiu o diretor do instituto.

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