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Pedido de renúncia de Bolsonaro por Olavo escancara insatisfação da ala ideológica

25.11.20 14:42

Publicado nas redes sociais pelo ideólogo Olavo de Carvalho (foto), o pedido para que Jair Bolsonaro renuncie escancara de vez a insatisfação da ala ideológica do governo, numa crescente desde que o presidente da República abriu espaço para o Centrão, reduziu o tom dos ataques às instituições e escanteou os extremistas que ajudaram a elegê-lo.

Em outubro, Crusoé mostrou a revolta dos radicais com a perda de espaço e de influência no governo. Entre os contrariados, estão importantes financiadores do bolsonarismo, integrantes do governo federal e ativistas deixados de lado em nome da proteção da família do chefe do Planalto. O tuíte de Olavo na manhã desta quarta-feira, 25, foi o ápice do descontentamento.

“Bolsonaro: Se você não é capaz nem de defender a liberdade dos seus mais fiéis amigos, renuncie e vá para casa antes de perder o prestígio que em outras épocas soube merecer”, disparou o ideólogo. “Obras públicas até Hitler e Stalin faziam, e ninguém fez tantas quanto eles. Gabar-se de obras públicas enquanto se deixa a liberdade ser esmagada é a atitude MAIS PORCA que um governante pode tomar”, completou.

Não se trata da primeira reclamação pública ou reflexão sobre o futuro do bolsonarismo publicada pelos ideológicos. Em 16 de novembro, um dia após o primeiro turno das eleições municipais, quando o presidente sofreu um duro revés nas urnas, o assessor especial para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, escreveu uma mensagem nas redes sociais pedindo autocrítica. 

“Enquanto batíamos cabeça para fazer o básico e tentar nos organizar, a esquerda se renovou, assimilou as lições de 2018 e soube usar a internet e a nova realidade política a seu favor. Ou fazemos a devida autocrítica, ou nossos erros cobrarão um preço ainda maior no futuro”, analisou.

Os primeiros sinais do desconforto apareceram após a prisão da ativista Sara Winter, em junho. No último mês, a militante publicou um desabafo nas redes sociais em que afirmava estar decepcionada com Bolsonaro e com a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Sobraram críticas  para o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que, posteriormente, rebateu as alegações da ativista. 

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