Jefferson Rudy/Agência Senado

Pazuello diz à PF não saber de que forma Elcio Franco apurou caso Covaxin

29.07.21 18:11

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (foto) afirmou à Polícia Federal que, após receber do presidente Jair Bolsonaro um pedido de “checagem” do contrato de compra da Covaxin, repassou o caso ao então número dois da pasta, Elcio Franco.

O general prestou depoimento na manhã desta quinta-feira, 28, no âmbito do inquérito que investiga Bolsonaro pela suposta prática do crime de prevaricação diante das denúncias de irregularidades na negociação da vacina indiana. Os relatos sobre os indícios de corrupção foram feitos pelos irmãos Miranda a Bolsonaro em 20 de março, durante uma reunião no Palácio da Alvorada.

Pazuello alegou que o presidente deu a ordem para a averiguação do caso pessoalmente, de maneira verbal. O ex-ministro disse não saber se o pedido foi realizado no dia 22 ou 23 de março. Assim que ouviu os relatos, o general, demissionário à época, declarou tê-lo encaminhado a Elcio Franco.

O ex-ministro acrescentou que, dias depois, o ex-secretário executivo do ministério contou a ele ter investigado o caso e sublinhado que não encontrou irregularidades no contrato. Pazuello, porém, afirmou quenão sabe qual foi o tipo de apuração” que Elcio realizou, tampouco “se outras pessoas participaram“. De acordo com o general, a resposta foi entregue na mesma semana, entre 23 e 26 de março.

Que não se recorda de, após ter recebido a resposta do ex-Secretário Executivo, ter informado ao Presidente da República; Que como o assunto foi tratado numa situação de normalidade de ‘denuncismo’, tanto esse quanto outros assuntos, foram analisados da mesma maneira“, destaca o termo de declaração.

Pazuello disse à PF também que, na ocasião, não sabia que os relatos sobre possíveis irregularidades haviam partido do deputado Luis Miranda e do irmão dele e chefe da Divisão de Importação do ministério, Luis Ricardo Miranda. O ex-ministro assegurou não se recordar do conteúdo da conversa que teve com o parlamentar durante uma viagem em um avião da FAB a Guarulhos, em São Paulo, em 21 de março, um dia após a denúncia ser feita a Bolsonaro.

Que conversou com o Deputado Federal Luis Miranda durante o voo; Que não se recorda do conteúdo da conversa, muito menos se o Deputado Federal Luis Miranda informou que havia tido uma conversa com o Presidente da República no dia 20/03/2021“, diz o termo de declarações.

À CPI da Covid, Luis Miranda alegou que alertou Pazuello sobre o encontro com Bolsonaro. “Falei: ‘Olha, tal, é uma situação que está rodando’. Aí ele olhou pra minha cara com uma cara de descontentamento e falou assim: “Luis, não duro mais nem essa semana; é certeza: eu vou ser exonerado. Eu tenho conhecimento de algumas coisas, tento coibir, mas, exatamente por eu não compactuar com determinadas situações, é que, assim, eu vou ser exonerado“, narrou o parlamentar.

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