Agência Câmara

‘Numa escalada antidemocrática, Lira será a próxima vítima’, diz Ramos

08.09.21 11:37

Vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (foto) tem adotado postura antagônica à de Arthur Lira diante do comportamento de Jair Bolsonaro. O Sete de Setembro evidenciou ainda mais a diferença.

Enquanto o presidente da Câmara silenciou sobre a mais dura ameaça golpista de Bolsonaro, Ramos, filiado ao PL, partido do Centrão teoricamente aliado ao governo, vocalizou críticas às manifestações antidemocráticas duas vezes.

Na primeira delas, o número dois da Câmara alertou que “qualquer ato de violência” contra o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal durante os protestos embalados por Bolsonaro tornaria “inevitável” a abertura do processo de impeachment.

Depois, condenou a inversão de prioridades nos pronunciamentos do presidente. “Pronto. Já teve o show, agora vamos voltar pro que interessa. Presidente, o que o senhor tem a dizer sobre 14,8 milhões de desempregados, 19 milhões com fome, gás acima de 100 reais, gasolina acima de 7, juros de dois dígitos e pibinho?”.

A Crusoé, Ramos avaliou que Bolsonaro deu um tiro no pé, cometeu crimes de responsabilidade incontestáveis ao declarar que não cumprirá mais as decisões de Alexandre de Moraes e ampliou o clima para o impeachment. Para o vice-presidente da Câmara, Arthur Lira precisa ter em mente que, nessa escalada autoritária, ele pode ser “a próxima vítima”.

Em que medida os discursos do presidente no Sete de Setembro podem mudar no Congresso o clima para o impeachment? 
Bolsonaro empurrou para o impeachment partidos como MDB, PSDB, Cidadania e Solidariedade e, obviamente, aumentou a pressão sobre outras siglas.

Quais pontos dos pronunciamentos o sr. considera mais graves do que as falas anteriores de Bolsonaro?
O presidente Bolsonaro, com os discursos que fez, não deixou mais dúvidas sobre o cometimento do crime de responsabilidade na forma prevista do artigo 85 da Constituição Federal: afrontar a ordem democrática e os poderes e ameaçar descumprir decisões judiciais.

O sr. acredita que existem chances de Arthur Lira ceder à pressão e instaurar o processo? 
Não diria que o presidente Arthur Lira cederá a essas pressões neste momento, mas acho que a pressão sobre ele aumenta, até porque imagino que ele não tenha dúvidas de que, numa escalada antidemocrática, será a próxima vítima. Não dá para nenhum presidente de poder, ainda que aliado do presidente da República, achar que ele vai tomar o poder, dar um golpe de Estado e manter os poderes do presidente da Câmara dos Deputados.

Como a bancada do PL reagiu aos discursos? Cresceu a movimentação em algum setor do partido pelo desembarque da base do governo? 
O PL é um partido muito diverso. Você tem um segmento muito bolsonarista, de São Paulo para baixo, e outro mais independente, de São Paulo para cima. Então, o PL segue diverso. Mas, no partido, importa menos a temperatura do conjunto de deputados. A relevância maior é a temperatura do presidente Valdemar. Não tenho dúvida nenhuma de que ele não embarcaria em aventuras autoritárias.

O sr. acha adequado o PL ter uma ministra (Flávia Arruda) no governo Jair Bolsonaro?
Essa decisão não passa por mim. Se for consultado, direi que acho que deveríamos sair do governo. Mas respeito a decisão da direção do partido.

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  1. Repitam comigo, criaturas desprezíveis e desprovidas de cérebro e senso crítico: Atos antidemocráticos, ameaças e golpismos. Atos antidemocráticos, ameaças e golpismos. Atos antidemocráticos, ameaças e golpismos. Atos antidemocráticos, ameaças e golpismos. Atos antidemocráticos, ameaças e golpismos. Mais uma vez! Atos antidemocráticos, ameaças e golpismos. Agora vão às urnas e “fazeis” a NOSSA vontade!

  2. Vai cair não; esse "murilo" está se escorando no Gilmar Mendes. Depois do discurso do Fux, ele foi correndinho se escorar no Gilmar Mendes.

  3. Perfeita a fala do deputado Marcelo Ramos. A baderna de ontem não resolveu nenhum problema real do povo brasileiro. Brasileiros nem sabiam que tinham qualquer problema com o sistema eleitoral, mas sentem no estômago, q estão famintos. Muitos brasileiros nem sabem quem é o Alexandre de Moraes, mas sentem que a falta de trabalho, reflete no bem-estar da sua família. O GOVERNO BOLSONARO ACABOU. Insistir em não enfrentar esse problema de frente, é tornar nossa crise real mais aguda. Moro 2022 🇧🇷

  4. O Lira é para o Bolsonaro o que Eduardo Cunha foi para a dilma e ele pensa assim: Cunha abriu o impeachment da Dilma e acabou "dançando" depois. Se eu abrir o impeachment de Bolsonaro, vou "dançar" igual ao Cunha.

    1. Já tomou invermectina hoje Oswaldo? E sua fose de Cloroquinha?

  5. Parabéns Deputado Marcelo Ramos por não se deixar cooptar. V.Exa. honra cada voto recebido dos amazonenses, bem como a memória dos seus milhares de mortos na Pandemia de COVID-19 mal conduzida pelo PR e seu péssimo governo. A classe política, os empresários e maioria da população desejam se livrar desse PR e eleger outro que não seja Lula,, para unir a nação e sarar as feridas abertas pelo radicalismo de direita e de esquerda.

    1. Duro que elegerão Lula e voltarão a gorja toda do PT junto Ficara pior que hoje porque são corrupios

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