Reprodução/ Radio ProvinciaPablo Moyano, líder de facto da Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical da Argentina, a CUT argentina. Reprodução/ Radio Provincia

Líder da CUT da Argentina confirma segunda greve geral contra Milei

09.03.24 15:02

O sindicalista Pablo Moyano (foto), líder da maior central sindical da Argentina, anunciou uma segunda greve geral contra o governo de Javier Milei.

Ela está prevista para “final de março ou início de abril”.

“Estamos certamente a caminho de uma segundo greve geral. A CGT tem que pensar numa medida para o final de março ou início de abril”, disse Moyano em declarações à Rádio 10 na sexta-feira, 8 de março.

Moyano ainda afirmou que este mês, março, “vai ser complicado”.

De fato, há diversos fronts de desgaste para o governo Milei frente ao sindicalismo e a outros movimentos sociais, ambos os quais estão, em sua grande maioria, ligados ao peronismo.

Leia também: Aparato peronista

Além do conflito com a suspensão da agência de notícias pública Télam, tema de reportagem da edição de Crusoé desta sexta, 8, o governo tem embates diretos em temas econômicos.

Março inaugura cobranças de tarifas recém-aumentadas, dentre elas da conta de luz.

Neste mês, também ocorrem negociações de reajustes de pisos salariais, que precisam ser aprovados pelo governo.

Um dos acordos de reajuste entre sindicatos e empresários que ainda não foi homologado pelo governo é o dos caminhoneiros, categoria de Moyano.

Na entrevista desta sexta, o sindicalista voltou a demandar a validação do acordo, que garante aumento de 25% em março e mais 20% em abril.

“Esperamos que nos próximos dias seja aprovado e, caso contrário, não há outra saída que não seja uma greve geral dos caminhoneiros ou uma grande mobilização na Secretaria do Trabalho”, afirmou Moyano.

Como foi a primeira greve geral contra Milei?

 

A maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), convocou uma greve geral em 24 de janeiro.

A mobilização durou das 12h até as 0h de quinta, 25, e paralisou quase todos os setores, exceto policiamento e hospitais, embora estes últimos tiveram efetivo reduzido.

Além da greve, a CGT realizou um protesto com centenas de milhares de pessoas à frente do Congresso da Nação, em Buenos Aires.

 

Aquela manifestação se deu na véspera do início da votação do pacotão de reformas do governo Milei no plenário da Câmara dos Deputados. O projeto de lei acabou derrubado no início de fevereiro.

Quão grande é a CGT?

 

A CGT tem 6 milhões de membros.

Em comparação, a CUT tem 7,8 milhões — a força de trabalho no Brasil é mais de 5,5 vezes maior que na Argentina, segundo dados do World Factbook.

Quão frequentes são as greves gerais?

 

A CGT realiza greves gerais com maior frequência contra governos não peronistas devido a afinidades ideológicas mas também interesses políticos e financeiros.

Desde a redemocratização, o presidente que mais enfrentou greves foi o radical Raúl Alfonsín, com 13 em 6 anos de governo. De fato, o governo dele sofreu com uma hiperinflação herdada do regime militar, a mais grave da história argentina.

Em contraste, o peronista Alberto Fernández não teve nenhuma greve em seus quatro anos de mandato, apesar da atual espiral inflacionário, da qual tem responsabilidade, e da crise gerada pela pandemia.

Milei já estará na sua segunda em menos de quatro meses no governo.

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  1. ESSES COMUNISTAS ESTÃO SEMPRE QUERENDO ARRASAR O PAÍS QUE COMEÇA A DAR CERTO E CONTRARIA OS INTERESSES COMUNISTAS.

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