18.09.2024 Assinar

Ato contra Milei lota e se esvazia em um piscar de olhos

O ato organizado pela maior central sindical da Argentina contra o presidente, Javier Milei, nesta quarta-feira, 24 de janeiro, lotou a Praça do Congresso ao longo da manhã e início da tarde, mas se esvaziou em poucas horas. Segundo a Polícia da Cidade de Buenos Aires, participaram de 80.000 a 100.000 pessoas. O Ministério de...

avatar
Caio Mattos, De Buenos Aires
4 minutos de leitura 24.01.2024 18:06 comentários 4
Ato da CGT contra Javier Milei na frente do Congresso da Nação Argentina, em Buenos Aires - 24/01/2024. Caio Mattos/Crusoé

O ato organizado pela maior central sindical da Argentina contra o presidente, Javier Milei, nesta quarta-feira, 24 de janeiro, lotou a Praça do Congresso ao longo da manhã e início da tarde, mas se esvaziou em poucas horas.

Segundo a Polícia da Cidade de Buenos Aires, participaram de 80.000 a 100.000 pessoas. O Ministério de Segurança Pública, do governo nacional, fala em 40.000.

Organizado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), intimamente ligada ao peronismo, o ato desta quarta foi bem maior que o protesto de final de dezembro, que havia mobilizado 3.000 pessoas.

A concentração começou a crescer a partir das 10h e chegou a um pico pelo início da tarde.

Cabe lembrar que a greve convocada para esta quarta teve inicio às 12h.

Mesmo no ápice da mobilização, o trânsito na Avenida Entre Ríos, na faixada do Congresso, permaneceu normal, em respeito ao protocolo antipiquete do governo Milei.

Metade da frente do Congresso já estava vazia às 15h10, dez minutos após a data prevista para o início do ato — os discursos dos líderes sindicais foram adiantados e começaram por volta das 14h.

Ou seja, o protesto durou cerca de cinco horas. Para aqueles que precisaram trabalhar até pelo menos o início da greve, foram apenas três horas.

A celeridade surpreendeu a muitos manifestantes, aqueles não relacionados aos sindicatos e que, logo, foram ao local por conta própria, sem a ajuda sindical.

Leia também: Aparato peronista

Às 14h20, muitos grupos já se retiravam da Praça do Congresso pelas ruas que a cortam como espinha de peixe. Dois manifestantes afirmaram a Crusoé que se tratava de uma reorganização, porque a praça estaria lotada.

Entretanto, àquela hora, já havia bolsões de vazio pela Praça do Congresso e na frente da sede do Legislativo nacional.

A dificuldade para chegar à praça se devia ao fato das ruas que lhe dão acesso afunilarem os participantes do ato em "colunas" (fotos abaixo), como dizem os manifestantes.

Às 15h30, quando a desmobilização já alcançava as ruas da região, ainda era possível ver pessoas chegando à Avenida de Maio, principal via ao local do protesto.

A partir de então, alguns agrupamentos cantavam e marchavam em pontos isolados das redondezas.

Por que se esvaziou tão rápido?

Não há uma única explicação para a velocidade com a qual o protesto se encerrou, mas alguns fatores tiveram impacto.

Um deles, e mais óbvio, é o calor.

Esta quarta foi marcada por uma dia ensolarado e temperaturas na casa dos 28 ºC, sendo que muitos chegaram ao ato pela manhã e permaneceram lá por horas.

Outro fator relevante é a greve no transporte público. 

A grande base dos sindicatos e do peronismo kirchnerista, que controla aqueles, é a região metropolitana da cidade de Buenos Aires.

Para voltar para casa, muitos precisa pegar o trem.

Apesar de a greve do transporte público se iniciar às 19h, os principais terminais ferroviários da região, Constitución e Once, encerram mais cedo.

Às 17h40, estava para partir o último trem de Constitución, enquanto o terminal de Once já havia fechado as portas.

Como as duas estações de metrô mais próximas do Congresso estão fechadas por protocolo de segurança, o trajeto até àqueles terminais ferroviários levaria pelo menos cerca de 30 minutos, em condições normais.

Em maio de 2019, durante outra greve da CGT contra o então presidente Mauricio Macri, a paralisação do transporte público foi mais dura. O resultado foi um ato esvaziado.


Mais Lidas

Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
Zelensky cancela reunião com líderes da América Latina, diz jornal

Zelensky cancela reunião com líderes da América Latina, diz jornal

Visualizar notícia
Sem provas, Maduro acusa espanhóis detidos na Venezuela de terrorismo

Sem provas, Maduro acusa espanhóis detidos na Venezuela de terrorismo

Visualizar notícia
Parlamento da Geórgia aprova lei anti-LGBT

Parlamento da Geórgia aprova lei anti-LGBT

Visualizar notícia
Marina atribui queimadas a "terrorismo climático"

Marina atribui queimadas a "terrorismo climático"

Visualizar notícia
Meta bane canais estatais russos de suas plataformas online

Meta bane canais estatais russos de suas plataformas online

Visualizar notícia
Com inteligência, Israel humilha Irã e Hezbollah

Com inteligência, Israel humilha Irã e Hezbollah

Visualizar notícia
Lula vai testemunhar a destruição da democracia no México

Lula vai testemunhar a destruição da democracia no México

Visualizar notícia
Irã acusa Israel de “assassinato em massa” por explosão de pagers do aliado Hezbollah

Irã acusa Israel de “assassinato em massa” por explosão de pagers do aliado Hezbollah

Visualizar notícia
Wasp Network: piloto cubano se aposentou e foi morar nos EUA

Wasp Network: piloto cubano se aposentou e foi morar nos EUA

Visualizar notícia

Tags relacionadas

Argentina

Javier Milei

< Notícia Anterior

Sindicatos ligados ao petismo vão à embaixada argentina em dia de greve

24.01.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

O "anão diplomático" recebe negociações entre Guiana e Venezuela

25.01.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
author

Caio Mattos, De Buenos Aires

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (4)

Ronaldo

2024-01-25 19:24:45

A ignorância do povo não vai permitir que a Argentina saia da crise. Infelizmente


Maria

2024-01-25 17:14:49

A Argentina vai ser grande


Carlos Renato Cardoso Da Costa

2024-01-25 10:11:01

Ainda que legítimo o protesto, fica mal se deixar instrumentalizar politicamente combatendo um presidente que foi democraticamente eleito há um par de meses.


MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA

2024-01-24 19:00:05

QUE LIXARADA NAS RUAS. POVO PORCO IGUAL AO DAQUI.


Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Com inteligência, Israel humilha Irã e Hezbollah

Com inteligência, Israel humilha Irã e Hezbollah

Duda Teixeira
18.09.2024 16:35 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Como o Brasil pode ajudar os seis venezuelanos na embaixada em Caracas

Como o Brasil pode ajudar os seis venezuelanos na embaixada em Caracas

Duda Teixeira
18.09.2024 15:39 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Sem se entender com Zelensky, Lula conversa com Putin

Sem se entender com Zelensky, Lula conversa com Putin

Redação Crusoé
18.09.2024 15:23 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
EUA investigam transmissão entre humanos de nova cepa da gripe aviária

EUA investigam transmissão entre humanos de nova cepa da gripe aviária

Redação Crusoé
18.09.2024 15:18 3 minutos de leitura
Visualizar notícia