Alan Marques/Folhapress

Deputado pretende impugnar eventual indicação de Weintraub para cargo no exterior

16.06.20 19:35

O deputado federal Marcelo Calero (foto), do Cidadania-RJ, disse à Crusoé que pretende impugnar uma eventual indicação de Abraham Weintraub para ocupar um posto diplomático no exterior. Fontes no governo Bolsonaro dizem que o Planalto avalia criar uma adidância para abrigar a nomeação, caso o ministro deixe o governo.

“Não mandam ele para chefiar nenhuma Embaixada porque sabem que ele não seria aprovado pelo Senado”, avalia Calero, único diplomata de carreira com mandato eletivo no Congresso. “Um caminho possível é a apresentação de um PDL, um projeto de decreto legislativo, para cancelar a criação dessa adidância”, explica Calero.

Os adidos desempenham tarefas técnicas específicas em embaixadas do Brasil no exterior. São funcionários de órgãos como a ABIN, a Polícia Federal, as Forças Armadas, a Receita Federal e o Ministério da Agricultura. Quando são criadas, as adidâncias partem da premissa de que alguns servidores de outros órgãos têm conhecimentos que não são da alçada do Itamaraty.

Diplomatas consultados pela Crusoé entendem que não existe previsão legal para a criação de uma adidância na área educacional, porque as embaixadas brasileiras já contam com setores culturais chefiados por funcionários do serviço exterior. 

Caso o Palácio do Planalto siga adiante com a indicação de Weintraub, Marcelo Calero pretende apresentar um projeto de decreto legislativo ou uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a medida. Ele acredita que, por interferir em uma carreira de estado, a eventual iniciativa do governo teria resistência de deputados e senadores e do próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia. 

Mais notícias
Assine agora
TOPO