Cai o chefe da PF no Amazonas que fez notícia-crime contra Salles no Supremo

O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu trocar o superintendente do órgão no Amazonas, Alexandre Saraiva (foto), que acabou de apresentar uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota, do Pros de Roraima, no Supremo Tribunal Federal, por suposta atuação para proteger a extração ilegal de madeira.

Saraiva já havia criticado Salles publicamente depois que o ministro se posicionou contra uma operação da PF que apreendeu 200 mil metros cúbicos de madeira extraídas ilegalmente da Amazônia, no valor estimado de quase 130 milhões de reais. Segundo o delegado, a investigação demonstrou que o produto foi obtido por empresas que  atuam como organizações criminosas.

Na notícia-crime enviada ao STF, a quem cabe analisar casos envolvendo agentes com foro privilegiado, como ministros de estado, o delegado aponta suspeita de que Salles e o senador Temário tenham cometido crimes de advocacia administrativa e tentativa de obstrução da investigação contra os madeireiros. Para o lugar de Saraiva, no novo diretor-geral da PF escolheu o delegado Leandro Almada, número dois da superintendência do Amazonas.

Segundo a PF, a troca é fruto das mudanças em toda a corporação, com a chegada do novo diretor-geral, na semana passada, e não tem relação com o atrito entre Saraiva e o ministro Ricardo Salles, um dos mais bem quistos auxiliares do presidente Jair Bolsonaro na Esplanada. Além de trocar o comando da PF em Brasília, Paulo Maiurino está substituindo algumas superintendências, como já ocorreu em São Paulo.