Adriano Machado/Crusoé

Bolsonaro lista decisões do Judiciário e diz que ‘tudo aponta para uma crise’

30.05.20 19:01

O presidente Jair Bolsonaro (foto) listou nas redes sociais, na noite deste sábado, 30, recentes decisões do poder Judiciário e afirmou que “tudo aponta para uma crise”. O chefe do Planalto citou ações do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal de Contas da União e da Polícia Federal, noticiadas nas “primeiras páginas dos jornais”, contra ele e seus aliados.

Ao início da lista, Bolsonaro menciona um despacho do ministro Celso de Mello, do STF, que enviou à Procuradoria-Geral da República notícia-crime contra Eduardo Bolsonaro. No texto, o presidente escreve uma informação falsa, declarando que o pedido de investigação do deputado pelo crime de incitação à subversão da ordem política ou social previsto na Lei de Segurança Nacional partiu do decano.

O documento, na verdade, foi apresentado à corte pelo advogado Antonio Carlos Fernandes, com base no episódio em que o filho 03 de Jair Bolsonaro falou em “momento de ruptura” e disse que a questão não é de “se”, mas, sim, de “quando” isto vai ocorrer. Celso de Mello apenas adotou a medida de praxe, uma vez que o tribunal, ao receber  notícia-crime, deve encaminhá-la às autoridades de investigação.

Em seguida, Bolsonaro abordou o pedido prorrogação por 30 dias das apurações no inquérito sobre sua interferência na Polícia Federal e destaca que a corporação quer ouvi-lo sobre a denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

O presidente também falou a respeito do despacho em que o ministro Og Fernandes, do TSE, abriu prazo de três dias para ele, o vice-presidente Hamilton Mourão e empresários se manifestarem sobre um pedido do PT na ação que investiga o disparo em massa de notícias falsas nas eleições de 2018. O partido requer que, no processo, sejam usadas informações obtidas no inquérito que averigua ameaças ao STF e a difusão de fake news.

Estadão: a investigação do STF para apurar ‘fake news’ contra ministros da Corte pode chegar ao chamado ‘gabinete do ódio’, que trabalharia próximo ao PR [presidente] e seria comandado por Carlos Bolsonaro. Faltando 45 dias para conclusão, o jornal já fala da intenção de prorrogar o inquérito”, escreveu.

Em outro trecho, o chefe do Planalto cita as notícias que mostram que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, permaneceu em silêncio no inquérito sobre as ameaças à corte. “PR [presidente] lhe concedeu a medalha do mérito naval, que a mídia entendeu como uma ‘provocação’. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a atacar Weintraub, lamentando o país ter um ‘ministro tão desqualificado’”, completou.

Weintraub foi intimado a depor por dizer, na reunião ministerial de 22 de abril, que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.

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