Pedro França/Agência Senado

Amigo de Moro pede a Aras que não reabra caso Tacla Duran sem ‘provas novas’

08.06.20 19:04

O advogado Carlos Zuccolotto Júnior, amigo do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que não retome as negociações para acordo de colaboração com o doleiro Rodrigo Tacla Duran sem a existência de provas novas.

Tacla Duran, que diz ter sido advogado da Odebrecht, alega que Zucolotto teria pedido 5 milhões de dólares para facilitar um acordo com a força-tarefa da Lava Jato. Uma investigação chegou a ser aberta na Procuradoria-Geral da República, mas foi arquivada por falta de provas, em 2018.

A retomada dos diálogos para um acordo com Tacla Duran é vista pela defesa de Moro como uma perseguição de Augusto Aras, em razão da saída do ex-juiz do governo Bolsonaro.

Após a retomada do caso, Zuccolotto contratou o criminalista René Dotti, que já atuou na Lava Jato para a Petrobras, para defendê-lo.

Em petição protocolada nesta segunda, 8, Dotti ressalta que mensagens exibidas por Tacla Duran aos investigadores como suposta prova do diálogo com Zuccolotto não comprovavam sequer que o advogado era o interlocutor do doleiro.

“Afinal, trata-se de fotografia de aparelho de telefone em que consta o alegado diálogo, com a mera menção ao nome do peticionário como interlocutor da conversa, mas sem a indicação de circunstâncias concretas das quais se pudesse extrair a veracidade de sua participação”, afirma.

Segundo o advogado, não se “indicou sequer o número do telefone” de Zuccolotto, “não se podendo descartar a possibilidade de que se tenha fabricado o referido documento”.

O advogado também se coloca à disposição para prestar esclarecimentos ao MPF.

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