Bruno Cruz/Futura Press/Folhapress

A ação sigilosa que assombra Helder Barbalho

08.07.20 11:19

Uma medida cautelar sigilosa ajuizada no Supremo Tribunal Federal tem tirado o sono do governador do Pará, Helder Barbalho, do MDB. Guarda relação com um robusto inquérito sobre repasses de 40 milhões de reais da JBS a emedebistas no Senado. O procedimento apura se, em 2014, emedebistas teriam recebido propinas do Grupo em troca do apoio à reeleição de Dilma Roussef.

Essa investigação já resultou na Operação Alaska, deflagrada em novembro de 2019, que teve como alvos os senadores Renan Calheiros e Eduardo Braga, além do conselheiro do TCU, Vital do Rêgo. Foi na Alaska que a PF chegou a pedir a prisão da ex-presidente Dilma Roussef, do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira e do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. A medida foi indeferida por decisão do ministro Edson Fachin.

Na tarde desta terça-feira, 7, um advogado do escritório do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim, responsável pela defesa de Helder, compareceu ao setor de inquéritos originários da corte, responsável por armazenar investigações sigilosas.

O defensor pediu acesso à medida cautelar ligada à investigação sobre a JBS e os emedebistas. O que preocupa Helder e seus advogados é a recente e intensa movimentação de pedidos e decisões do ministro Edson Fachin no âmbito deste processo, que, por se tratar de uma medida cautelar, pode deflagrar uma eventual operação da Polícia Federal.

Essa investigação, que se iniciou com base na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, e ganhou fôlego com a colaboração da JBS, é tida como uma das mais robustas envolvendo os emedebistas. Nela, por exemplo, consta um depoimento que detalha supostas entregas de 3,8 milhões de reais a emissários de Renan Calheiros.

Recentemente, o inquérito foi abastecido com as delações do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que dizem ter conhecimento sobre os repasses aos políticos do MDB em 2014.

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