Agência TassPutin: Lula e Kim Jong-Un estão do seu lado

Lula e sua diplomacia imprestável

Falas desconcertantes de autoridades brasileiras mostram claramente que o governo Lula tem um lado, o dos autoritários
15.09.23

No dia 24 de fevereiro de 2022, testemunhamos o início de uma guerra que a Rússia instaurou contra a Ucrânia. A causa da invasão é multifatorial, levando-nos a percorrer um extenso histórico geopolítico e sociocultural que culminou na atual situação. Sem adentrar nesse mérito, o fato é que a opinião pública rapidamente tornou-se unânime diante do cenário de uma grande atrocidade orquestrada por um líder autoritário que vem sacrificando vidas para satisfazer os seus anseios autocráticos.

É interessante observar que na lista de países que estão ajudando ativamente a Ucrânia na guerra, a maioria consta como democracias plenas no Índice de Democracia da The Economist, enquanto outra parte consta como democracias imperfeitas. Por outro lado, os países que prestam apoio ao presidente russo, como Cuba, Venezuela, Nicarágua e Irã, constam no Índice como regimes autoritários. Não é surpresa que ditaduras apoiem o lado do autoritarismo na guerra. Recentemente, o líder norte-coreano Kim Jong-un declarou: “Estarei sempre ao lado da Rússia”.

Em março deste ano, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão para Putin. Trata-se de um mandado simbólico que, provavelmente, não ensejará resultados. Isso porque a jurisdição do referido tribunal apenas abarca os países signatários do Estatuto de Roma, base legal que criou a Corte, e Putin revogou a assinatura da Rússia, em 2016. Mesmo assim, todos sabemos que para uma corte internacional expedir ordem de prisão contra um governante de Estado soberano não custa pouco.

Em paralelo, o Brasil é signatário, reconhecendo a legitimidade da Corte em sua plenitude, junto a outros 122 países. Isso significa que reconhecemos as investigações da Corte contra Putin — crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio, incluindo a deportação ilegal de crianças da Ucrânia para a Rússia. Ainda assim, o atual chefe do Executivo brasileiro, no último dia 9, declarou que Putin pode vir tranquilamente ao Brasil e que, se ainda estiver no cargo de presidente quando ele vier, “não há por que ele ser preso”.

Após repercussão negativa de sua fala, Lula alegou não saber da existência do tribunal, embora isso seja uma mentira. Em 2018, após ser preso, a sua defesa planejava recorrer ao Tribunal Penal Internacional para livrá-lo da cadeia. Ademais, em abril deste ano, parlamentares do PT defenderam que Bolsonaro fosse denunciado ao TPI e Lula defendeu que o ex-presidente fosse julgado em um tribunal internacional. Para completar, Flávio Dino saiu em defesa de seu comparsa e alegou que o Brasil pode rever a adesão ao Tribunal Penal Internacional. É desconcertante esse tipo de fala após a expedição do mandado de prisão contra Putin. Claramente o governo Lula tem um lado.

Somado ao recebimento de braços abertos do ditador da Venezuela Nicolás Maduro no país, isso nos leva a questionar o porquê de Lula investir em uma diplomacia porca e imprestável, encontrando-se e passando a mão na cabeça de ditadores e líderes autoritários. Não satisfeito, mente em frente às câmeras sem um motivo aparente que não seja o de deslegitimar um órgão citado inclusive na Constituição Federal, com o propósito no mínimo absurdo de defender um genocida.

É profundamente vergonhoso testemunhar o presidente do Brasil se sentando para tomar café com um autoritário que, de forma flagrante, tem desprezado um povo inocente e soberano. Um presidente tem o dever moral e político de promover valores universais de respeito aos direitos humanos e de se posicionar firmemente contra a tirania e a opressão. A aproximação com regimes que violam esses princípios envia uma mensagem preocupante não só ao mundo, mas ao povo brasileiro pela escolha nas urnas.

 

Letícia Barros é vice-presidente do Movimento LOLA Brasil

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  1. Bolsopetismo é uma maldição da qual não nos livraremos tão cedo. Nessa porcaria de posição de escolher "o menos pior" quando os dois candidatos são podres,o resultado é o presidente que tínhamos e o que agora temos

  2. O Brasil com acordos de Defesa e cooperação militar com EUA, está parecido com a Bulgária membro da OTAN e governo pró Kremlin. A falsidade da disciplina hierárquica pelo governante é interessante, parecido com amor da mulher de trinta anos com o velhote de oitenta anos. Haja falsidade.

  3. Causa estranheza o silencio dos militares. Em 1964 bastou uma viagem do Presidente João Goulart a china para ser defenestrado do poder, se instalando no Brasil um governo militar que durou mais de vinte anos.

    1. Pros militares se mexerem, tem que ter verdadeiras multidões mas ruas como em 64, muito muito mais do que em 8/1

  4. Lula sente inveja desses ditadores, esta é a verdade, ele gostaria de ficar permanentemente no poder, enriquecendo e usufruindo tudo de bom que o poder proporciona. Ainda no 1º mandato ele chegou a perguntar ao ditador do Gabão da época "como ficar tanto tempo no poder". É um oportunista demagogo, até seu esquerdismo é de conveniência. Infelizmente a maioria do nosso povo se contenta com qualquer migalha e discurso cheio de promessas, não para analisar sequer se foram cumpridas integralmente.

    1. Exatamente. Então, é potencialmente um genocida anestesiado, ou embriagado por um reconhecimento mundial.

  5. A esquerda brasileira lutou contra a ditadura militar, mas queria impor sua própria ditadura, seguindo os passos do Fidel. É bom que nosso congresso e judiciário fiquem atentos aos passos do corrupto Lula, que fraudou a democracia com instrumentos como o Petrolão, e dá sinais claros que gosta do autoritarismo. Vergonhoso

    1. Nunca sabe de nada e nada possui. Todos os bens que usufrui são “de um amigo meu”. Na novilíngua do GRANDE LADRÃO DEScondenado, DITADURA é apenas uma “democracia relativa” e o verdadeiro significado de AMOR é VINGANÇA. Quem fez o “L” recebeu o “V”.

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