“Só não pode é trocar de sinal”, diz embaixador Rubens Barbosa sobre política externa de Jair Bolsonaro

13.11.18 11:50

Durante os mandatos de Lula e Dilma Rousseff, o embaixador Rubens Barbosa foi um dos críticos mais ferrenhos da diplomacia, que ele dizia ter sido submetida aos caprichos do Partido dos Trabalhadores. À espera da decisão sobre quem será o novo chanceler do Brasil, Barbosa, que preside o Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), conversou com Crusoé sobre o que ele espera da política externa no governo de Jair Bolsonaro.

Quais são as expectativas do senhor em relação à diplomacia do novo governo? Durante quinze anos, o PT levou o Brasil ao isolacionismo. Ficamos atrasados em termos de inovação e tecnologia. Perdemos influência no mundo. As exportações diminuíram e a nossa fatia dos produtos industrializados caiu. O presidente Michel Temer já começou a corrigir isso. Ele acabou com a ideologia na política externa. Voltou a negociar com União Europeia. Está falando com o Japão, com a Coreia. O novo governo deve seguir adiante com isso, procurando sempre o que é interesse nacional em primeiro lugar.

O presidente eleito Jair Bolsonaro já mandou alguns sinais? Pode-se notar um esforço do Paulo Guedes para realizar mudanças internas. O país precisa fazer reformas para reduzir o custo Brasil, ganhar competitividade e ter mais força para se inserir nesse novo contexto mundial. Guedes entende que é preciso fazer isso. Só não pode é trocar de sinal.

Como assim? O PT tinha uma posição de esquerda e sustentou a ideologia sem se preocupar com o que era bom para o Brasil. Agora, o risco é entrar na arena externa novamente sem uma análise crítica. Não se pode ter um alinhamento automático a países com agenda conservadora. É preciso sempre fazer uma análise do que vale para o Brasil antes de tudo.

Como deveria ser a relação do Brasil com os Estados Unidos? Qualquer aproximação com os Estados Unidos pode ser positiva porque temos uma agenda pesada com os americanos. Há muitos interesses em comum.

Como o Brasil poderia se comportar na América Latina? Devemos recuperar nossa liderança na América latina. Somos 70% de tudo o que existe na região. Temos interesses concretos a defender, sobretudo na questão das fronteiras, o combate ao contrabando de armas e de drogas. Michel Temer já fez alguma coisa nesse sentido e esse trabalho deve continuar.

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  1. Em todos os segmentos econômicos e sociais há a presença da mão suja do petismo. Felizmente o Bolsonaro está limpando a imundície. Tarefa árdua. Higiene com desinfetante da pesada, creolina, talvez.

  2. O embaixador Rubens Barbosa sempre é brilhante em suas análises sobre relações internacionais, suas ponderações e sugestões devem ser levadas muito a sério, pois o que não lhe falta é capacidade, conhecimento, realismo e praticidade em suas avaliações críticas.

  3. O embaixador Rubens Barbosa tem razão a respeito da linha de ação da diplomacia brasileira para reconquistar o respeito que já teve no passado, antes da chegada do PT ao governo. De um chanceler deve-se esperar clarividência associada a uma boa dose de charme. Atributos que o Príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança tem de sobra. Espero que seja o escolhido.

  4. Todo sincretismo negativo em todas as esferas , política e econômica, que o Maldito PT levou nosso País, requer um esforço hercúleo da Nação como um todo .Essa sinergia , terá que ser simétrica aos anseios , para que retornemos ao devido crescimento .E principal deles , é o crescimento mental do nosso Povo !

  5. Em outras palavras, não troque a ideologia de esquerda pela a da direita. Converse com todos! E RETOME a liderança na América Latina.

  6. Gosto pessoalmente e da conduta do Embaixador Rubens Barbosa. Só não gosto muito de sua proximidade com FHC. Mas foi embaixador de FHC em Londres e de Lula e Dilma , co denado ao ostracismo em Washington. Presudente Bolsonaro : olhe-o com atenção! No vespeiro das relacoes exteriores e do Itamarati, é homem simples, preparado e inteligente! Pode ser um ganho num papel protagonista! E olhe que sou chata para gostar facilmente dos outros...

  7. O que devemos não esquecer é de que negociar com a África significa apenas negociar com a África do Sul, Nigéria, Moçambique e um ou outro país do norte da África, O resto dos países esquece! É merda pura!

  8. Como sempre , o Embaixador Rubens Barbosa mostra , com equilíbrio e serenidade , o melhor caminho para o Brasil. É profundo conhecedor das nuances da diplomacia mundial. Ele deveria ser nosso Chanceler. Méritos , tem de sobra.

  9. Bons conselhos! É por ai mesmo. Podemos ter boas relações com todos mas, negócios, só se forem vantajosos para o Brasil.

  10. A última do nosso sensível presidente eleito: “novo ministro das Relações Exteriores pode ser gay e deve ser anunciado amanhã”. Fonte: Bom Dia Mercado.

    1. Porque ficaram enchendo o saco dele com perguntas estapafúrdias e cansativas, é homem? É mulher ? Ele com delicadeza respondeu, pode ser gay também. Ele esta correto.

  11. Rubens Barbosa sempre foi dos melhores nomes para ocupar-se a função. Serviu em Londres e Washington como embaixador, dentre outras funções de destaque no Itamaraty, tendo mantido a altivez do pensamento crítico, com pragmatismo e economicidade, sem o viés ideológico afeitos à ocasião. Em resumo e sem linguagem protocolar: ‘nunca foi cachorro de madame, nem do PT, nem dos ditos países centrais.’

  12. Ernesto Henrique Fraga Araújo DEVE ser nosso Ministro Chefe do Itamaraty. Leiam o artigo Trump e o Ocidente, facilmente encontrável no Google.

  13. O óbvio. Como este partido e seus asseclas, incluindo os Calheiros, os Jucás, os Sarneys, os Barbalhos, os Lyras, tantos coronéis ajudando essa corja de comunista a destruir o Brasil. Quantos filhos precisam ser repatriados. Quanta coisa precisa ser refeita. Se o Bolsonaro e Equipe nos conduzirem ao retrocesso de 20 anos atrás em 8 anos, já estará bom. Depois é com o Moro, que já terá feito uma limpeza geral em tudo o que é comunista que estão alojados em repartições públicas, em 3º e 4º escalão

  14. Equilibrado, Acho que o Brasil deve escolher os países sem olhar o lado ideológico, porém mostrando que não existe nada de proteger um estado em detrimento de outro. Nós estamos em um MERCADO, ONDE O BRASIL TEM NIÓBIO, GRAFENO, e não só commodities com baixo custo!!

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