Marcos Corrêa/PR

Silêncio sobre vitória de Biden pressiona Ernesto e ala ideológica do governo

07.11.20 20:01

Há uma nova divergência na cúpula do governo Jair Bolsonaro: a forma como o Planalto deve reagir à vitória de Joe Biden na eleição a presidente dos EUA.

A ala ideológica vem defendendo a posição que havia sido definida pelo Ministério das Relações Exteriores antes do anúncio do resultado do sufrágio, segundo a qual o presidente da República deveria esperar o resultado das ações judiciais impetradas por Donald Trump contra o processo de contagem dos votos para, só então, se pronunciar.

No entanto, a pressão sobre Ernesto Araújo cresceu por parte de integrantes do Centrão, depois que a Organização dos Estados Americanos e uma série de líderes mundiais parabenizaram o presidente eleito.  

No Mercosul, Bolsonaro é o único que ainda não se manifestou. 

Em Israel, outro país idolatrado pelo governo brasileiro, dois ministros já parabenizaram Biden, mas nenhum deles do Likud, partido de Benjamin Netanyahu, que também segue em silêncio. Já Nir Barkat, ex-prefeito de Jerusalém e congressista correligionário do primeiro-ministro, cumprimentou o presidente-eleito.

Aqui, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi um dos primeiros políticos brasileiros a parabenizar Biden, o que incentivou outros líderes no parlamento a fazerem o mesmo. Um dos aliados do Planalto no Congresso, o deputado Marcos Pereira, líder do Republicanos, seguiu o exemplo do presidente da casa.

Mais tarde, foi a vez do ex-presidente Michel Temer se posicionar reconhecendo a vitória de Biden. O emedebista é um dos interlocutores do almirante Flávio Rocha, titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos e auxiliar palaciano responsável pela diplomacia presidencial. Como mostrou Crusoé, Temer é amigo de Joe Biden e se colocou à disposição de Jair Bolsonaro para colaborar na aproximação entre o democrata e o Planalto. 

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