TASS via KremlinKim Jong-un e Vladimir Putin, durante encontro mais recente dos dois, em setembro de 2023

Rússia dribla bloqueio da ONU e manda petróleo para a Coreia do Norte

27.03.24 12:41

Uma investigação, tornada pública pelo jornal Financial Times e pelo instituto Rusi, nesta terça-feira, 26, mostram que o governo de Vladimir Putin está driblando as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o governo da Coreia do Norte, e abastecendo a ditadura de Pyongyang com petróleo. Em troca, o governo de Moscou estaria recebendo armamentos para combate na Ucrânia.

Imagens de satélite em fontes abertas, captadas pela Rusi, flagraram que um rebocador russo levou o navio Paek Yang San 1, de bandeira norte-coreana, até um porto próximo da cidade de Nakhodka, no extremo leste do país, no último dia 6 de março. O navio foi flagrado dias depois no porto de Chongjin, já em território norte-coreano, em um terminal de entrada  de petróleo no país. O barco reapareceu, no dia da publicação, no mesmo porto de entrada russo.

Outros quatro navios de bandeira norte-coreana, segundo a investigação, foram flagrados neste mês nos portos do extremo leste da Rússia, se abastecendo com petróleo. Isso explicaria o porquê de, desde janeiro, o volume de petróleo entregue ao governo de Pyongyang tenha crescido em quase seis vezes nos últimos dois meses.

O plano da ONU era de privar o governo de Kim Jong-un de óleo como resposta a seguidos testes de mísseis de curto e longo alcance pelo país, além dos seus testes nucleares. O sufocamento por meio da privação de petróleo deveria levar o regime totalitário à beira do colapso, nas palavras do chefe da missão da ONU para o país.

Eles só não contavam com a Rússia, que trabalha em um acordo paralelo com a Coreia do Norte: enquanto o governo de Moscou dá a Pyongyang o petróleo necessário para manter suas atividades, a ditadura Juche entrega armamento ao norte da fronteira. Este armamento ajuda o esforço militar da Rússia na sua milhares de quilômetros a oeste, na invasão do território ucraniano. Na prática, a sanção da ONU não tem efeitos práticos.

Leia mais na Crusoé: Ditaduras correm para parabenizar Putin

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO