Kremlin

Ditaduras correm para parabenizar Putin

18.03.24 14:14

Ditaduras ao redor do globo parabenizaram Vladimir Putin pela sua eleição a um quinto mandato neste final de semana. Em uma eleição que não foi reconhecida por nenhuma democracia mundo afora, onde nem Putin se esforçou em esconder suas manobras para sufocar a oposição aos seus 24 anos de governo quase ininterrupto, outros governantes sem mandato mandaram suas mensagens.

Nicolás Maduro, o ditador venezuelano que também planeja eleições sem nenhum lastro democrático neste ano, parece ter citado qualquer outro evento que não a eleição de Putin. “Foi um processo eleitoral impecável que nestes últimos três dias tem demonstrado sua participação democrática de maneira exemplar”, escreveu neste domingo.

Nem todo mundo tem acesso à Internet em Cuba, mas o presidente Miguel Díaz-Canel sim, e ele foi ao X (ex-Twitter) para garantir que a quinta eleição seguida de Putin “constitui mostra confiável do reconhecimento do povo russo à sua gestão”. Protestos de opositores ao regime, assim como quem queria expressar seu luto pela morte de Alexei Navalny, acabaram duramente reprimidos.

O jornal cubano Granma, que é o único a operar na ilha e reflete as visões do partido comunista de Cuba, explicou o porquê do seu apoio: “O Ocidente não perdoa que a economia russa já neste ano cresça três vezes mais que os países da União Europeia”, escreve o editorial.

As homenagens também vieram da Coreia do Norte, que fornece armamentos para que a Rússia invada a Ucrânia. “Sua reeleição é a valiosa estima do povo russo em sua sensacional liderança e habilidade executiva tenaz, mostrada em atividades de estado com um alto prestígio como líder da nação”, escreveu Kim Jong-Un em uma carta endereçada ao Kremlin.

Apoiador de primeira hora do Kremlin, o ditador de Belarus, Aleksandr Lukashenko teria ligado diretamente para Putin no domingo e parabenizado pela sua eleição, de acordo com o governo de Minsk. No poder desde 1994, Lukashenko defende a integração cada vez mais forte com a Rússia, e é a única nação-satélite da União Soviética a ainda adotar o rublo. Acredita-se que seu país também guarde armas nucleares russas.

O Papa Francisco —que já demonstrou sua simpatia com Putin em outros momentos — ainda não parabenizou Putin pela eleição, ao menos publicamente. O Brasil ainda não o fez, por meio do Itamaraty.

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