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Por que o povo turco apoia a operação militar de Erdogan na Síria

16.10.19 16:46

O presidente turco, Recep Erdogan (foto), afirmou que não pretende se encontrar com os enviados do governo americano para negociar um cessar-fogo na Síria. A delegação enviada pelo presidente Donald Trump inclui o vice, Mike Pence, o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o conselheiro de Segurança Nacional, Robert O’Brien.

“A operação vai continuar até que ela alcance seus objetivos”, disse Erdogan nesta quarta-feira, 16. “Não vamos negociar um cessar-fogo.”

A determinação de Erdogan tem uma explicação: o apoio da população turca à ofensiva militar na Síria, que ele chamou de Primavera da Paz.

Logo depois de o presidente anunciar a operação no dia 9 de outubro, preces foram lidas em 90 mil mesquitas do país. “Essa ação militar tem recebido apoio muito amplo, incluindo da maior parte dos partidos de oposição”, diz o analista político Ali Bakeer, especializado em conflitos no Oriente Médio.

“Para os cidadãos turcos, não se pode negociar com as milícias curdas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que têm lutado contra o estado turco em mais de três décadas e causado mais de 40 mil mortes, principalmente de civis”, diz Bakeer. “Além disso, os turcos querem resolver o problema dos refugiados sírios. Cerca de 30% da população da Síria está vivendo na Turquia e nenhum outro país se prontificou a ajudar.”

Quando a poeira dos tanques baixar, Erdogan pretende assentar os refugiados na área que está sendo liberada ao norte da Síria.

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  1. A Fabulá do Mulçumano Moderados serem os Turcos Vai por Terra. Eles são tão RADICALISMO quanto os demais primos. Foi um Turco que deu Uma Facada no Papa Bento alegando que era infiel

  2. A minoria curda na Turquia tem sido hostilizada há muito tempo. Grupos internos acabaram por criar células terroristas contra os turcos e atacaram a população. Daí surgiu toda essa oposição local aos curdos, em sua maioria pacíficos na Turquia.

  3. Cont... Agora, continuando o erro estratégico, Trump trai os curdos e entrega a Síria à completa influência russa, que já se dá bem com o Irã. Um enorme reforço do xiismo naquele espaço ampliado; e dos russos, os novos atores da geo-política local.

    1. Assad sobreviveu e a Síria irá recuperar muito de seu antigo território, um "enclave" russo agora. Não será de duvidar se o Pentágono não estiver p. da vida com Trump.

  4. Lição: não se negocia com terrorista nem com comunista. E o PKK é os dois. A solução é ótima para a Turquia e para a Europa, os refugiados têm que voltar.

  5. Uirá; parta do princípio de que não existem democracias em países islâmicos. O Iluminismo e a Democracia são construções do Ocidente, enquanto a ortodoxia islâmica é teocrática e fundamentalista, seja xiita ou sunita. A Primavera Árabe não durou uma estação climática. E, remover ditadores, como Bush Jr. fez com Saddam Hussein, achando que a Democracia poderia ser implantada no Iraque, foi um erro estratégico. Daquilo surgiu a Guerra da Síria, o ISIS e a fratura da Líbia. Culpa também de Obama.

  6. O Oriente Médio conta com tudo, menos estabilidade geopolítica, então fica difícil considerar que a democracia plena encontre terreno fértil por lá, mas isto não significa que a situação não possa mudar. O próprio Erdogan, que andava nas cordas, deve acabar por fortalecer a si e ao seu sistema autocrático, mas que mal menor há que não signifique mais instabilidade?

  7. Se Maduro ver Assad continuar no poder, certamente utilizará isto para questionar pq ele deve ser removido. Mas a questão principal é: existe alguém melhor do que Assad na Síria? Se ele existe, então o posto deveria ser dele, se não, então Assad é o menor dos males. Isto não vale na Venezuela, lá há males muito menores do que Maduro. A democracia precisa de condições estáveis para se sustentar, se estas não existirem, então o risco de que haja a tomada de poder sempre existirá.

  8. Assad certamente é um ditador sanguinário e CORRUPTO, mas que ditador acuado não iria se agarrar ao poder, reprimir qq oposição e tentar garantir recursos suficientes para viver confortavelmente no exterior se tudo der errado? Esta descrição poderia até se aplicar a Maduro, não fosse uma pequena diferença, Maduro não teve que enfrentar nem o ISIS nem um guerra civil, sem qq incentivo ele conseguiu chegar se colocar em uma situação similar a de Assad.

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