Governo do Estado de São Paulo

PF investiga transação entre intermediários de respiradores comprados por Doria

23.02.22 18:27

A Polícia Federal investiga transações financeiras suspeitas envolvendo os intermediários que atuaram na compra de respiradores pulmonares feitas pelo governo de João Doria (foto) em São Paulo, em abril de 2020, no início da pandemia da Covid-19.

Eles foram alvos de busca e apreensão da Operação Dragão, deflagrada na última terça-feira, 22, para apurar indícios de superfaturamento de 63,3 milhões de reais na aquisição de 1.280 aparelhos importados da China por meio de uma empresa sediada na Flórida, nos Estados Unidos, com sócios brasileiros.

A operação mirou o empresário brasiliense Basile Pantazis, que já foi alvo de outras investigações envolvendo supostos desvios na Valec, estatal federal que cuida das ferrovias, e fraudes no departamento de trânsito do Paraná.

Conhecido como “Grego”, ele atuou como representante da empresa Hichens Harrison na compra milionária dos respiradores chineses feita pelo governo Doria, como mostrou Crusoé em junho de 2020.

A compra passou a ser investigada pelo Ministério Público Estadual e depois pela PF porque o governo Doria pagou antecipadamente 44 milhões de dólares à empresa intermediária, o equivalente a 242,2 milhões de reais, mas a entrega dos equipamentos atrasou. O fato levou a gestão tucana a reduzir o montante contratado, que previa 3 mil respiradores por 550 milhões de reais.

Durante a investigação, a PF chegou ao nome de um outro intermediário que atuou na compra dos equipamentos chineses chamado Carlos Alberto Damião, que foi por anos assessor na companhia aérea Gol e hoje é diretor de outra empresa do setor.

Segundo um relatório de inteligência financeira do Coaf, Basile Pantazis tentou  repassar 200 mil dólares a Carlos Alberto Damião dois dias após o governo Doria ter efetuado o segundo pagamento à empresa intermediária dos respiradores que ele representava no Brasil. A transação foi feita por meio de uma empresa de Pantazis sediada nos Estados Unidos, mas foi negada pelo banco de câmbio Moneycorp.

Outro fato que chamou a atenção dos investigadores é que um e-mail registrado por Damião aparece copiado em troca de mensagens entre Basile Pantazis e dois representantes do governo Doria envolvidos na negociação, Wilson Mello, presidente da agência de investimentos do governo, e Nelson Baeta, braço-direito do vice-governador Rodrigo Garcia.

A PF destaca ainda que, entre março e dezembro de 2020, Damião movimentou 34,2 milhões de reais em suas contas bancárias, valor muito superior aos 800 mil reais que ele declarou à Receita Federal, segundo a polícia. Em 2016, o empresário doou 2 mil reais para a campanha a vereador do tucano Edson Aparecido, que se tornaria secretário da Saúde na prefeitura paulistana, em 2018, após a renúncia de João Doria e a posse de Bruno Covas.

Na manhã de terça-feira, 22, os policiais também vasculharam endereços ligados a Paulo Victor Wittacher e Fabiano Kempfer, representantes da Hichens no Brasil. Logo após os pagamentos feitos pelo governo Doria, a empresa americana tentou transferir 2,2 milhões de dólares para a dupla no Brasil. Agora, a PF quer saber se esses recursos foram usados para corromper agentes públicos do governo paulista.

O governo Doria nega qualquer irregularidade envolvendo a compra dos respiradores e acionou a Hichens na Justiça cobrando 1,3 milhão de reais pelo atraso na entrega dos equipamentos que foram pagos. Em coletiva de imprensa nesta terça, o governador disse que “não teme nenhum tipo de investigação” da PF. “Esse é um governo transparente, é um governo honesto. Nós temos todo interesse que o caso seja investigado a fundo”, afirmou o tucano.

O advogado Daniel Gerber, que defende Basile Pantazis, também negou qualquer irregularidade na compra dos aparelhos feitas no inicio da pandemia e disse que Carlos Alberto Damião é um parceiro do empresário que ajudou “na logística de importação dos equipamentos vindos da China”.

“Sem a logística desenvolvida por Carlos Damião, os respiradores, que já eram de extrema dificuldade em importação, sem a menor sombra de duvidas, teriam atrasado ainda mais”, afirmou o defensor de Pantazis. Crusoé não conseguiu localizar Carlos Damião.

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  1. TODOS SABEM QUE NO BRASIL O CRIME COMPENSA PARA OS PODEROSOS, SEUS FAMILIARES E AMIGOS. SERÁ QUE ESSA DUPLA É PODEROSA OU AMIGA DE PODEROSOS? SE FOR, FIQUEM TRANQUILOS POIS O STF ANULA TUDO.

  2. afirmei aqui que Dória não seria candidato a presidente por sua incoerência arrogância e prepotência mas nunca imaginei coisa do tipo ... aguardemos a apuração mas este cara não tem condição de ser mais nada .. não eleito pelo povo a não ser que adote o nome Dória da Silva e tente a reeleição ... quem pranta cói.

  3. Roubar o dinheiro que o PR., enviou para o estado para combater a covid.19, será que os esquerdopatas tem um nome pra isso? __ Com a palavra o PTralha depravado PAULO JOSÉ HUMBERTO PALHAÇO BOZO. __ Calabouço no Agripino, vulgo "Corretor dos Chinas" e calcinha atolada para os íntimos. ___ Bolso até 2026 e Tarcisão até 2034. Brasil rumo ao Primeiro Mundo sem Escalas.

    1. O criminoso JOSÉ Bozo afirma que todas as vítimas fatais desse desvio milionário não é genocídio, apenas corrupção. Quantas vidas esses 1.280 respiradores pulmonares poderiam ter salvo? _ O JOSÉ Bozo PTralha criminoso descartou a hipótese de genocídio, foi apenas uma corrupçãozinha do carcinha.

    2. O nome disso é corrupção. Bem diferente de genocídio, a política adotada pelo teu dono para ceifar mais de 600 mil vidas inocentes via fake news e eventos de contaminação em massa!

  4. Aperta o calcinha apertada que vai descobrir as “comissão” não só dos respiradores mas também das vacinas chinesas. Ou vcs acham que ele encapou por amorzão povo?

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