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Dia de eleição na Argentina: peronismo deve voltar ao poder

27.10.19 07:09

A dupla peronista Alberto Fernández e Cristina Kirchner (foto) deverá ser a vitoriosa na votação deste domingo, 27, na Argentina. Nas últimas pesquisas de opinião, eles apareciam com pouco mais de 50% dos votos, o que já garantiria uma vitória no primeiro turno.

Durante a campanha, o atual presidente, Mauricio Macri, adotou uma postura mais próxima ao povo e fez várias críticas ao governo de Cristina, sua antecessora. Condenou a manipulação das estatísticas oficiais, a aproximação com a ditadura da Venezuela e os excessivos gastos públicos. Não conquistou novos eleitores, mas manteve sua base, o que poderá lhe ser útil se ele quiser manter-se como o grande nome da oposição.

Alberto Fernández, o favorito, foi chefe de gabinete tanto de Néstor quanto de Cristina Kirchner. Quando Cristina era presidente, Fernández se desentendeu com ela em razão dos impostos pesados para o setor rural exportador. Em maio deste ano, porém, Cristina surpreendeu ao anunciar que seria vice em uma chapa encabeçada por ele. Desde então, Fernández aglutinou vários setores peronistas, que antes estavam divididos.

Ao longo da campanha, Cristina se manteve em segundo plano. Ela dedicou a maior parte do seu tempo a eventos para o lançamento de uma autobiografia. Também passou doze dias em Cuba, onde sua filha Florencia está passando por um tratamento de saúde.

Ao que tudo indica, o cabeça de chapa não aceitará ser manietado pela vice em um futuro governo. Ele, e não Cristina Kirchner, deverá escolher os nomes para os cargos mais importantes. Ela deve ganhar algumas pastas, principalmente nas áreas sociais. A ver.

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  1. É preciso se romper com todas as vicissitudes e brechas já instituídas que fornecem portas para que os CORRUPTOS vivam às custas da sociedade.

  2. Macri tentou pegar leve e perdeu. Bolsonaro está tentando pegar mais pesado, mas ainda não venceu. Portanto, se Fernández quer realizar mudanças significativas na sociedade argentina, jamais deveria achar que será fácil. As posições chave deveriam ser exatamente para ele ter controle sobre a máquina e desarmar o mais rapidamente qq tentativas de sabotagem, mas isto serve somente para ele se sustentar, para mudar o sistema estabelecido é preciso muito mais.

  3. Dependendo do que ocorrer no Brasil, haverá tb um choque na Argentina, pois se ficará patente que está havendo uma quebra numa mentalidade que até hj vigorou em ambos os países. Enquanto o Brasil tenta se desvencilhar do seu passado de corrupção e fracasso, os argentinos tentam se apegar ao seu.

  4. Sobretudo, Bolsonaro não deveria se aproximar do governo de Fernández, pelo menos não aos olhos dos eleitores de ambos os países. Se Cristina Kirchner não se comportar, seria preciso alguém que falesse duro com o governo argentino mirando exatamente nela. Ademais, dependendo do que ocorrer no Brasil, é possível que Cristina Kirchner venha a ser diretamente atingida, não se aproximar de Fernández já seria uma oportunidade para não se precisar passar o pano.

  5. Tampouco no Chile, no Uruguai, no Paraguai, na Argentina, elas só se acomodaram diante do sistema que já existia e conviveram com eles em algum caso e, em outros, se imiscuíram totalmente (tal qual como na Venezuela e em Cuba, que não regimes militares no mesmo sentido que as ditaduras do século passado, mas são regimes baseados no controle da população via FAs, a ideologia pode até ser diferente, mas o método é o mesmo, o medo e a violência são utilizados para se manter o poder).

  6. Se ela não quer atrapalhar, então no mínimo não deveria roubar. Portanto, se lhe dão uma área onde ela tem todas as chances de fazer coisas erradas, mas ainda assim ela fica quieta, então ela merece algum crédito. Do contrário, ela teve a oportunidade, mas não soube aproveitar, preferiu continuar no seus caminhos tortuosos. Os regimes militares na América do Sul comprovam que não se destrói o que foi plantado por séculos, décadas. A ditadura no Brasil não acabou com a corrupção.

  7. O exemplo mais óbvio: corrupção. Além disto, Fernández jamais deveria dar a área social para Kirchner, uma vez que ela é vital diante da atual conjuntura na qual a Argentina se encontra. Ele deveria cuidar desta área pessoalmente e dar à Kirchner exatamente um setor onde ela e os seus tenha todas as oportunidades de roubarem (claro, desde que ela tb esteja sujeita ao escrutínio do judiciário). Se Kirchner não quer ajudar, então que não atrapalhe.

  8. Há duas condicionantes para que isto seja possível: i) que Fernández esteja disposto; ii) que ele tenha o apoio de Macri. Se os dois se unirem em torno de um núcleo comum, então o peronismo não seria capaz de pará-los, restando se conduzirem de acordo com o que a população e a opinião pública esperam deles. Vejam, um núcleo, isto não quer dizer que concordam em tudo, somente que concordam em temas centrais e vitais para mudar a configuração do sistema político e da sociedade argentina.

  9. Muito ajuda quem pouco atrapalha, se Cristina Kirchner não tiver intenção de ajudar na transformação do país, tampouco deveria atrapalhar. Considerando que Macri é em termos individuais hj a maior força política fora do peronismo (e até mesmo maior que Fernández), então para que o peronismo se transforme em uma força minoritária dentro da Argentina, basta que haja uma ruptura dentro dele. Como isto pode ser feito? Quebrando-se os símbolos e transformando o mito em homem (no caso de Perón).

  10. Kirchner é uma destas, ela não é só uma oportunista, pois é muito esperta, nem se pode culpá-la inteiramente por um sistema decrépito que vem de muito antes dela. Mas a Argentina não irá sair do buraco que se encontra sem que alguns paguem pela corrupção que grassa a máquina pública. Apesar das diferenças que separam Brasil e Argentina, Fernández tem toda a possibilidade de mudar os rumos do país, desde que ele tenha estômago e disposição.

  11. Julgar o passado com os olhos do presente é um erro e uma covardia, mas este Perón que existe hj nada tem a ver com o Perón real, muitas virtudes foram criadas ou aumentadas, enquanto vícios e lapsos morais foram apagados, "esquecidos" ou transformados em virtude, o melhor lugar para os mortos é nos livros de história e lá deveriam ficar. Durante os mais de 60 anos da morte do homem, muitos se alimentaram e se valeram do mito para se aproveitar da sociedade argentina.

  12. O presidente eleito sofreu um atentado durante a campanha. Mesmo que Fernández tenha as melhores intenções do mundo, pq ele deveria achar que terá vida fácil? O pior inimigo é aquele que está na sua própria cama, pois dele não se desconfia, muitas forças ocultas se insurgirão caso ele tente qq ação que lhes seja desfavorável, o peronismo teve mais de 60 anos para lotear e tomar conta de toda a máquina pública, pq ele aceitaria sair sem esboçar qq reação?

  13. Ou será que a alegria que ele trouxe ao povo argentino por ter trazido uma Copa do Mundo depois de trapacear justifica ele ser tratado como um semideus na Argentina? Será que se ele tivesse ganho na bola, ao invés de roubando, ele não seria outro indivíduo e a Argentina outro país? Mas pq palavras tão duras com símbolos tão caros aos argentinos? Primeiro, se eles não somam nada, então não tem valor algum. Segundo, o Brasil não sofre destes males e olhe até onde os CORRUPTOS foram.

  14. Os símbolos de uma nação são as marcas que determinam até onde ela pode ir, uma nação que idolatra Maradona, antes de um grande futebolista, um grande farsante que até hj leva uma vida de luxo graças à adoração que ele juntamente com um bando de políticos oportunistas lograram criar para viverem às custas dos cidadão argentinos, é capaz de ir a algum lugar com os próprios pés e a própria determinação? Se este mundo fosse justo, Maradona não estaria passando fome hj?

  15. Há mais de 100 anos, exatamente em 8 de outubro de 1895, um unicórnio surgiu em meios aos alpes argentinos (se estes existem) e do chifre da cabeça dele despontou um arco-íris que cruzou os céus até chegar à província de Lobos. Quantas copas o Brasil ganhou com Pelé? Em quantas delas há evidências gritantes que Pelé fez conscientemente um gol decisivo e flagrantemente ilegal? Onde consta que Pelé se intitulou ou aceitou ser chamado de deus por ter feito um gol ilegal?

  16. Em um sistema no qual praticamente não tenham cidadãos que já nasceram e foram programados desde o nascimento para acreditar que um ser mítico (Juan Perón) praticamente fundou a Argentina do nada (a dramaticidade está elevada para dar um tom exatamente de dramaticidade e gravidade da situação), quais as chances de que seja possível se realizar qq mudanças significativas? Se a Coreia do Norte fosse uma democracia, então ela seria exatamente a Argentina.

  17. A situação da Argentina é muito mais grave do que a do Brasil, pq lá a população ainda continua desorientada, sem saber para que lado correr. Por mais que o sistema político brasileiro pudesse estar corrompido, o maior símbolo popular do país foi estraçalhado exatamente por denúncias de corrupção. Enquanto isto, o sistema político argentino se sustenta em mitos e símbolos criados há mais de 60 anos, há gente falando em canonizar Evita Perón. Precisa de mais para demonstrar a confusão mental?

  18. Se Macri, que não era peronista, foi incapaz de realizar qq mudança significativa na sociedade e na mentalidade argentina, como é que Fernández, só um dos muitos prosélitos do peronismo, irá fazer isto? Macri foi eleito para mudar tudo, mas sem mudar nada, como os argentinos adoram, trazer prosperidade sem eliminar a injustiça, acabar com a fome sem acabar com a corrupção, impedir o crime sem punir os criminosos. Afinal, tradição é tradição e precisa ser mantida.

  19. O Brasil ainda não se libertou deste orgulho de sofrer, a dignidade derrotada, o sujeito perde a guerra, mas não perde nem o orgulho nem a pose nem o discurso. Se não pode vencer na prática, pelo menos vence no papel e naquele mundo onde todos são vencedores: o moral. Pq Deus há de saber que em toda a história da humanidade o que menos houve foram indivíduos que jamais foram vencido por seus adversários, mas pelas circunstâncias e traições da vida.

  20. O argentino sofre de masoquismo congênito passado de pai para filho, é um povo que tem orgulho de sofrer. Ao mesmo tempo não gostam de nada que venha fácil, mas tb não gostam de nada que não venha fácil, ou seja, gostam de sofrer, isto está na alma argentina. Quando tudo parece que vai dar certo, eles colocam tudo a perder, e quando tudo parece que vai dar errado, eles acham que vai dar certo. Em resumo, estão sempre se sabotando, o que não lhes é exclusividade no Cone Sul.

  21. E assim na América Latina , essa turma destroem o país , aí como leva muito tempo pra consertar o estrago e as roubalheiras , o povo impaciente volta atrás e acaba de afundando de vez , a Argentina é o melhor exemplo , já foi o mais desenvolvido , aí o casal Kirchner destruiu tudo e agora o povo impaciente traz de volta o circo dos horrores e vai tudo pro esgoto de novo .

  22. MAIS UMA VEZ O PAIS QUE JÁ FOI UM DOS MAIS DESENVOLVIDOS DO PLANETA MERGULHARÁ NAS TREVAS DO PERONISMO, DITADURA QUE O CONDENOU AO POPULISMO E DESTRUIÇÃO DO SEU FUTURO. MEUS PÊSAMES AO POVO ARGENTINO.

  23. Lembram-se daquela propaganda da vodka Orlof que dizia “eu sou você amanhã “? Pois é, se não nos cuidarmos, os argentinos nos dirão isso em 3 anos. Deus nos livre.

  24. Na minha modesta e discutível opinião, a Cristina vai dançar imaginando que fará do eleito um boneco de ventríloquo. Eles já brigaram antes e a Cristina é mandona e autoritária. Vai tentar fazer o presidente de pau mandado. Eles vão trombar de frente e a Argentina vai continuar na mierda de sempre como é o DNA do peronismo. Toca o tango...tcham...tcham...

    1. Quem assume o poder quando o presidente renuncia, morre ou sofre impeachment? Não sejam ingênuos, está tudo planejado.

  25. Uma dupla de artistas dançarinos mas quem irá dançar mesmo será a população, mais uma vez. Agora, o que enoja, é ouvir do Bolsonaro, sinalizações de diálogos com essa dupla do tal Foro de São Paulo de que ele tanto critica. É bom que isso daí sirva de alerta para que não se repita por aqui, o Macri foi incompetente e não fez o dever de casa, coisa que o Bolsonaro está seguindo pelo mesmo caminho. Ainda há tempo, vamos ver.

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