Edmundo Gonzalez Urrutia, Venezuela. ReproduçãoEdmundo Gonzalez Urrutia, Venezuela. Reprodução

Oposição da Venezuela consegue inscrever candidato provisório após prazo

26.03.24 19:12

A Plataforma Unitária Democrática, principal coalizão da oposição na Venezuela, afirmou no final da tarde desta terça, 26 de março, que conseguiu inscrever um candidato provisório para as eleições presidenciais de julho.

O anúncio veio, apesar de horas após o prazo final para inscrição de candidaturas no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), às 0h desta terça.

O candidato provisório é o diplomata Edmundo González Urrutia (foto), dirigente do partido Mesa da Unidade Democrática, que compõe a coalizão.

A informação foi confirmada pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.

“Decidimos registrar provisoriamente o presidente do conselho do partido Mesa da União Democrática, o cidadão Edmundo González Urrutia, a fim de preservar o exercício dos direitos políticos que correspondem à nossa organização política até que possamos registrar nossa candidatura unida”, disse a coalizão em publicação no X, antigo Twitter.

O CNE ainda poderá impugnar a candidatura de Urrutia, que foi embaixador na Argentina e na Argélia.

Se isso não acontecer, a oposição, liderada pela ex-deputada María Corina Machado, terá até 1º de abril para trocar de candidato.

Como a oposição chegou ao candidato provisório?

 

A oposição tinha uma pré-candidata confirmada desde 22 de março: a outsider da política Corina Yoris, uma professora de filosofia de 80 anos.

Ela foi anunciada por María Corina, após a líder da oposição desistir de sua própria candidatura extraoficial — ela perdeu os direitos políticos em decisão do Supremo Tribunal de Justiça em janeiro.

Apesar de ter duas credenciais de partidos para poder registrar candidatos, a coalizão não conseguiu incluir o nome de Corina Yoris no sistema antes do prazo.

María Corina se pronunciou ao final da manhã desta terça, denunciando o impedimento da candidatura e reafirmando seu endosso à candidatura da professora de filosofia.

Como o Itamaraty se pronunciou sobre o caso?

 

O Itamaraty se manifestou nesta terça-feira, 26, sobre o impedimento do registro da candidatura de Corina Yoris.

Em nota oficial, a pasta falou em “expectativa e preocupação”.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se”, acrescenta a nota do Itamaraty.

O comunicado, que, ao final do texto, passa pano ao regime de Maduro e pede o fim das sanções americanas, desagradou o chavismo.

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yvan Gil. publicou uma nota acusando o comunicado do Itamaraty de ser “cinzento e intervencionista”.

“O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela repudia o comunicado cinzento e intervencionista redigido por funcionários da chancelaria brasileira, que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, no qual são emitidos comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”, diz a nota venezuelana.

O comunicado atribui o suposto intervencionismo a “funcionários da chancelaria brasileira”. Ao mesmo tempo, a nota venezuelana retribui afago a Lula pelo pedido de fim às sanções americanas.

Leia também: As 4 besteiras da nota do Itamaraty sobre a Venezuela

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  1. A tímida e vergonhosa crítica ao ditador Maduro da Venezuela mostra que Lula está sentindo o resultado de suas ideias distorcidas da realidade do que acontece no pais vizinho. Está na hora de criticar com veemência as atitudes do amigo Maduro.

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