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As 4 besteiras da nota do Itamaraty sobre a Venezuela

26.03.24 16:51

O Ministério de Relações Exteriores, Itamaraty, publicou uma nota nesta terça, 26, sobre o “processo eleitoral” na Venezuela. O comunicado foi divulgado no dia seguinte ao fim do prazo de inscrições dos candidatos.

Na ditadura de Nicolás Maduro (foto), todos os nomes da oposição legítima, como María Corina Machado e Corina Yoris, foram impedidos de participar.

Em cinco parágrafos curtos, o ministério disse quatro besteiras:

 

Primeira besteira: “Onze candidatos ligados a correntes de oposição lograram o registro”,

Os onze candidatos (Maduro seria o décimo segundo) não são da oposição verdadeira. São apenas aqueles que a ditadura permitiu que se inscrevessem pelo site do Conselho Nacional Eleitoral, o CNE. A Plataforma Unidade Democrática, PUD, de María Corina Machado, não conseguiu inserir nenhum nome. Quando seus membros tentavam inscrever Corina Yoris, eles tinham o acesso bloqueado. Ao final, todos os que conseguiram passar por esse processo foram os escolhidos ou permitidos por Maduro. Como bem disse María Corina: “Maduro escolheu seus opositores“. Ao dizer que os onze candidatos são “ligados a correntes de oposição“, o Itamaraty está chancelando uma realidade que não existe e repetindo a narrativa oficial do ditador.

 

Segunda e terceira besteiras: “O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil”.

Não haverá um pleito legítimo na Venezuela, uma vez que a oposição de verdade não poderá participar desse processo. O que está marcado para o dia 28 de julho é uma farsa. Também não há a mínima razão para acreditar que exista hoje uma democracia na Venezuela.

 

Quarta besteira: “O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”.

Não há conexão entre as sanções econômicas e o bloqueio aos candidatos da oposição legítima na Venezuela. A única coisa que existe nessa linha é que Maduro usa as sanções impostas pelos Estados Unidos como argumento para reprimir ainda mais a população, assim como faz a ditadura cubana. Se o povo venezuelano hoje está sofrendo não é por culpa dos americanos, e sim do regime autocrático de Maduro, que está sendo investigado por crimes contra a humanidade. O que as sanções buscam fazer é devolver a liberdade para os venezuelanos e com isso possibilitar que eles possam voltar a ter uma vida digna. “As sanções são um instrumento das democracias contra regimes que violam direitos políticos e liberdades civis“, escreveu nas redes sociais o escritor Augusto de Franco, colunista de Crusoé

 

Leia também na Crusoé: Como Putin, Maduro escolhe os seus opositores

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