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O que esperar das relações entre Brasil e Argentina

28.10.19 20:21

Nesta segunda-feira, 28, o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, agradeceu as mensagens de parabéns do presidente do Chile, da Espanha, do Paraguai, da Bolívia, do Peru e do México. Mas nada do Brasil. Dos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro disse que não irá cumprimentar o argentino e deu dois motivos para tal.

O primeiro é a defesa que o argentino tem feito da liberdade de Lula. “Já mostrou a que veio”, disse Bolsonaro. O segundo é a promessa, feita em julho, de rever o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Bolsonaro cogita até mesmo usar algum dispositivo para chutar a Argentina do bloco econômico, se for o caso. “Se interferir (no acordo entre a União Europeia e o Mercosul), segundo o Paulo Guedes, a gente (…) pode ver se a Argentina fere alguma cláusula para suspendê-la”, disse Bolsonaro.

No Brasil, o impacto da ameaça de um ‘Mercadoexit’, um Brexit latino-americano, foi pequeno. No mesmo dia, a bolsa atingiu, pela primeira vez, 108 mil pontos. O dólar baixou e chegou a 3,99 reais. Com esses números, é fácil concluir que a disputa com o vizinho é bem menos importante que o avanço nas reformas e a vontade de se abrir para o mundo.

Uma fratura no Mercosul seria mais danosa para a Argentina, que depende muito mais do bloco econômico. O Brasil é o maior parceiro econômico da Argentina, enquanto a Argentina é o terceiro maior parceiro do Brasil. A crise econômica também atrapalha. Com inflação de 60% ao ano, previsão de queda de 3% no PIB este ano e dificuldade para pagar o FMI, a Argentina não se levantará tão cedo. E, para conseguir isso, não poderá prescindir do Brasil.

Paradoxalmente, é do lado mais interessado, a Argentina, de onde os riscos mais aparecem. A dupla peronista (foto) é protecionista. Fernández não gosta do acordo com a União Europeia porque acha que ele acabará com a indústria local. Cristina, quando foi presidente, criou diversas barreiras para impedir a importação de produtos brasileiros. Impôs cotas para móveis e carne suína e inventou entraves burocráticos, gerando filas de caminhões na fronteira.

Outro fator que pode atrapalhar as relações seria uma relutância em assinar novos acordos comerciais. O Mercosul está negociando animadamente novos tratados com Coreia, Canadá e Cingapura. Em agosto, concluiu as negociações com o bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein (EFTA). Uma Argentina avessa a novas parcerias poderia tensionar a corda com o Brasil até ela arrebentar.

“O melhor seria que os dois países caminhassem juntos, mas o Brasil seria menos prejudicado no caso de uma ruptura, porque teria mais liberdade para abrir sua economia para o mundo. O tamanho do nosso mercado consumidor é um bom atrativo para avançar em negociações”, diz o advogado Marcelo Godke, especialista em direito comercial. “A Argentina, ao contrário, teria problemas em conseguir novos acordos e acabaria diminuindo de importância no cenário global.”

Além da questão econômica, a relação pode amargar em outras duas áreas. Uma delas é a diplomacia regional. Alberto Fernández tem se esquivado de condenar a ditadura de Nicolás Maduro. Se a Argentina deixar o Grupo de Lima, a entidade perderia influência. Outra área é a de crimes transnacionais, como o tráfico de drogas. No governo do presidente Mauricio Macri, o combate ao narcotráfico foi levado a sério e isso ajudou a reduzir a taxa de homicídios no país em 30%. “Michel Temer e Jair Bolsonaro trabalharam muito bem com Macri nas áreas de crimes transnacionais e segurança de fronteiras”, diz Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV. “Se essa relação bilateral se tornar problemática, isso poderia causar problemas na região como um todo.”

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  1. O Brasil precisa isto sim reforçar o contingente militar nas duas fronteiras com a Argentina e com a Venezuela. A tríplice fronteira é um problema que não vem sendo levado com a seriedade que deveria. Os governos esquerdistas na América Latina estão empenhados em voltar ao controle do continente por atos terroristas e infiltração de agentes treinados em Cuba em guerrilha urbana. O Brasil precisa encarar seriamente a oportunidade de um ataque preventivo a ambos os países, enquanto pode.

  2. O que esperar da Argentina???!!! Nada de bom, país retrógrado, povo invejoso, atrapalham o Brasil sempre que podem.....Dizem que são nossos parceiros comerciais mas sobretaxam produto brasileiro e isentam similar chinês... O Brasil tem que mirar outras parcerias e deixar esse esgoto para trás.... Argentinos são povinho idiota.... vivem de um passado que nunca mais vai voltar....

  3. Essa Cristina deve frequentar a mesma clínica que o Dória. Só no rosto (cara?!) tá com uns 3kg de Botox... Morreu e esqueceu de deitar!

  4. Nos brasileiros somos de natureza conciliadora, então como iremos resolver nossos problemas com tanta mágoa uns com os outros.Os governos anteriores já passaram, o q fizeram de bom ou ruim tbm passou. Estamos em um novo governo, então se não podemos ajudar ao menos vamos nos conciliar para nosso País progredir e termos uma vida melhor com infraestrutura digna para nossa gente. Vamos aguardar os acontecimentos por mais um tempo e não entrarmos na pilha de órgãos publicitários e sermos joguetes.

  5. Essa revista se tornou uma aliada no combate ao governo atual. Basta ver as reportagens e seus comentários. Não sou “bolsonarista” mas basta dá uma olhada para perceber um viés de oposição. A revista Em vez de Crusoé podia se denominar “Só notícia Ruim.” Seria bem adequado. É incendiária jogando uns contra outros o tempo todo. Arrependida da assinatura. Esperava coisa melhor.

    1. Maria vai cedo. Pelo jeito vc é Lula Livre. Tb acho muita coisa do Bolsonaro errada. Mas apoiar a esquerda que não deu certo em lugar nenhum ........

  6. E quando o Bolsoasno interferiu nas eleições argentinas a favor do Macri, inclusive chamando o Fernandez de bandido, isso não conta?

    1. Claro que conta, estava tentando abrir os olhos do povinho argentino...

    2. Como você ainda está nessa vIBE de discutir direita versus esquerda. Quanta babaquice e quanta coisa mais importante para discutir!!!

    3. Em todas as encrencas ele tem razão. Só bateu em um monte de 💩.

    4. Da mesma forma que JB começou a encrenca da Amazônia com o Macron, ele começou com o Bivar, e, agora, começou com a Argentina, além de outras mais desde Janeiro, e outras mais desde o Quartel e no Baixo Clero (28 anos). Basta notar que em todas essas crises é o JB o pivô da encrenca. Ele é a paranoia explícita. Esse Zé Ruela é encrenca pura.

    5. Esse Fernandez é o quê? Ele se alia a uma bandida, que só não vai presa, por ser senadora e, agora, como vice-presidente, tem prerrogativa de função (foro privilegiado). Vá se instruir e depois dê seus pitacos, PETRALHA!

  7. O presidente eleito da Argentina começa mal , quando faz o sinal de lula livre. É um desrespeito ao povo brasileiro e as nossas leis. Além do mais sua economia frágil não lhe autoriza brigar com o Brasil. Em tempo, sua economia é menor que a do estado de São Paulo,logo não da para comparar.

  8. Este é ponto pacífico. Devemos nos desvencilhar da melhor forma possível, através de uma nova regulamentação deste Mercosul como defende o Paulo Guedes. Quanto a este desvencilhar, me refiro em conseguir de forma gradual e constante, a despeito dos US$ 306 bilhões que os argentinos tem guardados nos colchões, de irmos mudando de endereço para novos parceiros comerciais. Esses argentinos são um lastro que não devemos continuar a arrastar, um atraso de vida.

    1. Você tem razão ao dizer que deve ser gradual a reforma das relações. Alguma relação deverá haver, de forma diferente, porém não podemos permitir que a âncora Argentina nos deixe parados em nossas relações comerciais mundo afora. Isso passa por uma revisão do Mercosul, que deve ser uma zona de livre comércio (apenas) e não uma união aduaneira (que nunca foi completamente). A Argentina não pode mandar em nossos interesses comerciais, tem que ser complementar a eles.

    2. Concordo em gênero, número e grau. O Brasil precisa avançar, apesar do atraso que nos cerca.

  9. Prezado Antonio, Talvez seja de bom tom lembrá-lo que, apesar de tudo, ainda existe no Brasil algo chamado "liberdade de expressão". Portanto, aprenda a respeitar as opiniões contrárias às suas, ou será que o FANATISMO LULOPETISTA te impede de recordar que a sua liberdade termina onde começa a do outro?

    1. Ou será que o FANATI$MO BOL$ONARISTA te transformou numa pessoa de uma opinião só? Tira o cabresto da cara e aprenda a enxergar em 360°

  10. Esse advogado Marcelo Godke dá a entender que é fácil deixar um grande cliente e mudar para outros. Leva enorme tempo para desenvolver novos mercados e tratados comerciais. Além disso, o país está preso ao Mercosul, cujo abandono ou reforma não é tão fácil assim. Eventual divórcio da Argentina levará tempo e será litigioso. Com a "habilidade" habitual de Bolsonaro, podemos esperar mais crises.

  11. O próximo governo argentino vai ser um desastre. O Brasil tem que se manter longe da Argentina e da quadrilha que vai assumir o seu governo. Que se acabem sozinhos.

  12. Absolutamente NADA se pode esperar do novo governo argentino a não ser apoio a Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Cuba. Cada país tem o governo que merece, Enquanto no Brasil o governo promove a liberalização da economia, na Argentina se dará exatamente o contrário. Eles que se danem.

    1. Alberto, vc está corretíssimo. O Brasil precisa buscar parcerias sólidas que nos ajudem a sair desse atoleiro. O eixo do mal formado na América Latina deve ser banido da nossa política externa, nem que seja com a saída do Brasil desse bloco desprezível

  13. Em resumo: não se espera nenhuma mudança. O Bozo engolirá a Argentina e a Argentina engolirá o Bozo até ele ser derrubado. Até lá os dois ficarão dançando um tango ao som do samba do bozo maluco.

    1. Haja vermífugo pra esse zezinho (sem acento) de m e r d a & outros mais!!!

    2. José e Antônio são dois exemplos perfeitos de bozistas apedeutas que circulam por aqui. Como eles só possuem só dois neurônios, o mundo deles se divide entre Bozistas e Petralhas. Coitados! Além disso, como eles sofrem de indigência intelectual, pois não conseguem construir um argumento sólido. Os dois, podem crer, possuem uma vida medíocre, pois passar o dia todo lambendo a bota de um corrupto não deve ser fácil não. O que fazer? É decisão deles. Só resta ter pena!

    3. Jose como sempre, torcendo contra tudo e contra todos no governo Bolsonaro. Ainda se admira do país quebrado, espoliado, vilipendiado pela esquerdopata dominante, durante a era dos governos PTs. Teu ídolo esta preso BABACA....

    4. Imbecil de carteirinha. Deve dar boa noite Lula e com dia Lula todos os dias. E deve ter trocado o sanduíche de mortadela pela assinatura da Crusoe.

    5. Três Bozistas falaram e nada acrescentaram. Nenhuma novidade aqui. Eles vivem em um paraíso virtual chamado Bozolândia mantido a altas doses de chá de Kunda que eles tomam lentamente pela rima. Nádia está parcialmente certa, mas como em Brasília transpira-se traição, tudo é possível. Eudes está delirando. Alberto e Davi apenas zurram. Como zurram esses dois apedeutas.

    6. Me$$ias Bolsonaro jamais será derrubado haja vista a nobre corte militar rastejando a seus pés.

    7. Nunca se trabalhou e produziu tanto nos primeiros meses de um governo neste país. Produtividade é palavra odiada pela esquerda. Entendo seu descontentamento. Eu estou cheio de orgulho. Aquele abraço.

    8. Sómente pessoas com problemas mentais acha que o Bolsonaro será derrubado. O Jose (sem acento) é uma delas.

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