O dilema de Arthur Lira para enterrar a PEC da Segunda Instância

O presidente da Câmara, Arthur Lira, é um dos maiores opositores da PEC da Segunda Instância, mas o cacique do Progressistas enfrenta um dilema para enterrar a proposta. No último dia 8, sob sua coordenação, partidos do Centrão manobraram para evitar a votação do texto, com a troca de 17 integrantes da comissão especial criada para discutir o projeto. Agora, o presidente da casa e seus aliados divergem sobre o que fazer com a PEC já que, a depender da decisão, ela pode trazer desgastes para o próprio Lira.

Durante a semana, o presidente da Câmara afirmou que a decisão do relator da PEC, Fábio Trad, de retirar de pauta o relatório da proposta, temendo que ela fosse rejeitada, contrariava o regimento. E cogitou dissolver o colegiado.

O problema é que se Lira levar adiante a ideia de extinguir a comissão especial criada para discutir a PEC da Segunda Instância, ele terá necessariamente que submeter o texto da proposta ao plenário da Câmara.

Configurado esse cenário, qualquer tentativa de adiamento de votação da proposta será atribuída diretamente a Lira, já que é ele o responsável por definir a pauta. “Enquanto o assunto está na Comissão, o presidente da Câmara pode lavar as mãos, independentemente do desfecho. A partir do momento que vai para plenário, se a PEC não é votada, a culpa é de Lira. E ele não quer se queimar ainda mais com a opinião pública”, afirma um parlamentar ligado a ele.

A decisão do presidente da Câmara deve ser anunciada depois do recesso.