Agência Senado

Moro mostra dados para negar conluio com procuradores da Lava Jato

19.06.19 09:58

O ministro da Justiça, Sergio Moro, iniciou sua exposição na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (foto) sobre o vazamento de mensagens atribuídas a integrantes da Lava Jato, na manhã desta quarta-feira, 19, mostrando números de absolvições e pedidos de prisão rejeitados por ele quando era juiz das ações da operação, na 13ª Vara Federal de Curitiba. O objetivo foi mostrar que não havia “convergência” de suas ações com os objetivos dos procuradores da República da força-tarefa.

Moro disse que das 45 sentenças que proferiu, o Ministério Público Federal recorreu em 44 delas. Além disso, ele lembrou que das condenações pedidas pela força-tarefa quando estava na 13ª Vara Federal, ele absolveu 63 acusados, ou 21% do total. E dos 298 pedidos de prisão preventivas ou temporárias feitos pela força-tarefa, 91 foram negados. “É um indicador de que não houve conluio” declarou o ministro, rechaçando a acusação feita pelo site The Intercept Brasil, que vazou as mensagens.

O ministro informou que não usa o aplicativo Telegram, de onde teriam sido retiradas as mensagens, desde 2017, quando recebeu informações sobre ataques de hackers durante as eleições americanas, suspeitos de terem sido feitos a partir da Rússia. “Achei que aquele aplicativo de origem russa não era muito seguro”.

Desta forma, Moro afirmou que não foram retiradas mensagens de seu celular quando o aparelho sofreu um ataque em 4 de junho. O ministro contou que o aparelho estava em cima de sua mesa quando recebeu três ligações do mesmo número do ministro, o que indicava que o código havia sido clonado. “Em princípio, do meu celular nada foi acessado”.

O ministro da Justiça acrescentou que entregou o aparelho para exame da Polícia Federal e atribuiu a uma organização criminosa o ataque contra o seu telefone e os celulares de procuradores da Lava Jato. Ele afirmou que a informação que chegou a circular por WhatsApp no fim de semana, de que o vazamento teria sido praticado por um procurador, foi uma manobra de “contrainteligência”. Isso indica que a ação não foi apenas de um “adolescente com espinhas”, para Moro.

Moro reforçou a possibilidade de as mensagens divulgadas serem falsas ou terem sido distorcidas. “Algumas coisas eu poderia ter dito, algumas causam estranheza, mas todas podem ser adulteradas”, lembrou.

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