Sob ataque, o ex-ministro cogita passar um período no exterior, mas quer seguir "contribuindo para o debate público"Moro dribla imprensa na saída do ministério
23.04.20 20:46
Após pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (foto) passou a tarde desta quinta-feira, 23, atendendo telefonemas de ministros da ala militar do governo Jair Bolsonaro e de parlamentares, que tentam demovê-lo da decisão. Às 18h50, deixou seu gabinete, no quarto andar da pasta, e seguiu para casa sem falar com a imprensa.
Na lista dos que ligaram para Moro, estão o chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto; e os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. O ex-juiz ainda recebeu pessoalmente o ministro da CGU, Wagner Rosário, e a advogada de Bolsonaro, Karina Kufa.
Parlamentares preocupados com a sua saída do governo também o assediaram por telefone e aplicativos de mensagem. Do lado de fora do ministério, jornalistas e fotógrafos se aglomeravam para tentar registrar os movimentos do ex-juiz, que ficou todo o tempo com as cortinas de sua sala fechadas.
Ao final do dia, o ministro driblou a imprensa e deixou o ministério com o comboio pela saída dos fundos da Esplanada dos Ministérios. Ainda não há definição sobre sua permanência na gestão Bolsonaro.