Reprodução/JusTocantinsA desembargadora Maria do Carmo, chamada de "Tia Carminha" por Flávio Bolsonaro: advogado próximo pediu e foi atendido

Juiz que tentou barrar Renan foi investigado por articulação com desembargadora ligada a Flávio

27.04.21 16:05

O juiz Charles Renaud, que chegou a suspender a indicação de Renan Calheiros para relatar a CPI da Covid, foi investigado por ter participado de uma suposta articulação não republicana com a família da desembargadora Maria do Carmo Cardoso (foto), muito próxima do senador Flávio Bolsonaro.

Segundo a investigação, a mulher de Renaud, Kárita Peixoto, e as filhas de Maria do Carmo, Renata Gerusa e Lenisa Prado, todas advogadas, teriam atuado para influenciar o ministro do STJ Sebastião Reis a conceder um habeas corpus a um investigado por roubo de cargas. À época, Lenisa era assessora do ministro.

As investigações mostraram que Renata e Kárita se falaram por mais de 100 vezes no período investigado. Elas teriam sido apresentadas pelo juiz em uma festa na casa da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, a quem Flávio Bolsonaro chama carinhosamente de “tia Carminha”.

No inquérito, o padrasto da mulher do juiz que tentou barrar Renan na CPI foi flagrado num telefonema com um interlocutor não identificado dizendo que “o Charles foi lá conversar com o ministro”.

A investigação acabou arquivada em 2018. Em 2013, no entanto, Maria do Carmo havia votado para que o juiz Charles Renaud recebesse apenas uma advertência, após ser acusado de integrar um grupo que desviou milhões do caixa de uma associação de magistrados, a Ajufer. À época, ele recebeu a pena mais leve e viu outro acusado ser aposentado compulsoriamente, pena administrativa mais alta na magistratura.

Nos bastidores, a desembargadora se gaba de ser a madrinha da indicação de Kassio Marques ao STF. Recentemente, Maria do Carmo ajudou a arquivar uma investigação com base em um relatório de Coaf sobre movimentações de Frederick Wassef, advogado do clã Bolsonaro, e ainda mandou investigar o próprio Coaf.

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