Fundo limitado e bancada inflada: deputados do PL temem falta de dinheiro em campanha

Ao filiar Jair Bolsonaro ao PL, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, tinha um objetivo fixo na cabeça: fortalecer a bancada na Câmara, já que o número de deputados federais está diretamente atrelado à fatia do fundo eleitoral a que cada legenda tem direito. O raciocínio é simples. Com Bolsonaro candidato à Presidência da República pelo partido, o PL elegerá mais deputados do que sem ele.

Mas o ingresso de Bolsonaro, oficializado em novembro, trouxe um outro problema de divisão de verba, que pode fazer até mesmo com que antigos deputados deixem a legenda. Isso porque, em 2022, o PL poderá usar um fundo eleitoral equivalente à eleição de 33 deputados, que foi o número de cadeiras que a sigla conseguiu em 2018. E a expectativa é que a legenda, que já conta hoje com 44 deputados — nove ingressaram no PL no decorrer do mandato — chegue a 65 em abril, com a abertura da janela partidária e a entrada de políticos bolsonaristas.

Ou seja, além de ter que reservar parte do caixa para a eleição presidencial, o PL deverá ter cerca de 65 deputados querendo se reeleger em 2022, mas podendo fazer uso de um fundo eleitoral compatível apenas com a metade da bancada. Resumindo: tem parlamentar antigo no partido temendo receber pouco dinheiro para a campanha. Alguns até já manifestaram a Valdemar a preocupação, com o argumento de que “antiguidade é posto”. Eles pleiteiam uma fatia do fundo eleitoral mais generosa do que a que será destinada aos recém-filiados ao partido.