Rovena Rosa/Agência Brasil

“Felizmente a Lava Jato vem resgatando a realidade”, diz procuradora da Castelo de Areia

07.11.19 10:40

Responsável pela Operação Castelo de Areia, a procuradora da República Karen Kahn comemorou a nova fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, 7, para apurar as suspeitas de pagamento de propina para anular sua investigação iniciada em 2009.

“A Operação Lava Jato, felizmente, vem, de forma progressiva e com grande êxito, resgatando esta realidade”,  disse Karen Kahn. Nesta nova etapa da Lava Jato em São Paulo, chamada de Operação Appius, a Polícia Federal cumpre quatro mandados de buscas em São Paulo e Fortaleza para apurar o suposto repasse de 5 milhões de reais da Camargo Corrêa ao ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Cesar Asfor Rocha, além da doação de 50 milhões de reais da empreiteira para a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em 2010. Os episódios foram citados na delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e, segundo ele, foram os pagamentos que levaram à anulação da investigação pelo STJ em 2011.

“A Operação Appius mostra-se de fundamental importância, pois deve trazer à tona a verdadeira razão pela qual a Operação Castelo de Areia e ações penais já em curso foram literalmente exterminadas do mundo jurídico, em meio a importantes apurações sobre corrupção e sobre toda a promiscuidade que já dominavam as licitações públicas travadas entre as grandes empreiteiras brasileiras e o Poder Público”, afirmou a procuradora, sem mencionar o ex-presidente do STJ.

A investigação conduzida por Karen já apontava para a existência de um grande esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e políticos de vários partidos como MDB, PT e PSDB, nos moldes do que veio a ser desbaratado anos mais tarde pela Lava Jato. A investigação, porém, foi anulada pelo STJ em 2011. Antes disso, Asfor Rocha também concedeu em 2010 um habeas corpus suspendendo uma ação penal da operação.

 

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